José Mendonça da Cruz
Este artigo do
«Observador» é verdadeiro serviço público, sob a forma de alerta. De
maneira bastante factual (para mim com demasiada complacência) ele retrata
bem uma faixa considerável da população portuguesa – dos lisboetas, sobretudo –
a mesma que anima quem nos governa. É gente que numa linguagem só aparentemente
arejada exibe um extremado nojo ao progresso e à modernidade, uma fome
insaciável de combater toda a iniciativa e sucesso,
um rancor doentio perante toda a inovação, uma raiva ao
cosmopolitismo, uma pulsão incontrolada para o imobilismo e
o atraso. E ressabiamento. E inveja. Vivem praticamente num soviete, mas
querem mais restrições, mais regulamentações, mais constrangimentos, mais
peias. São vítimas de uma Autoridade Tributária que sabe deles mais do que
alguma vez a PIDE saberia, mas clamam por mais impostos, mais taxas, mais vigilância,
mais coimas.
Dizem-se progressistas, mas
sonham estar como Salazar, orgulhosamente sós (e pobres, desde que os outros
tenham que sê-lo). São os tristes ideólogos de que Reagan libertou a América,
esses defensores das sociedades vis e conformadas, cujo credo é: «Se
a coisa se move, lança-lhe imposto; se continua a mover-se, regula-a; se
parar, subsidia-a»)
Neste post do blog Insurgente, Tomás Belchior faz serviço público ainda
melhor e explica pormenorizadamente os erros de raciocínio e os maus
sentimentos que movem esta gente.
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