Monografia em Teologia,
escrita em 2012, por Vitor Grando.
Acabei de ler. Embora pense
ser uma obra para iniciados em Teologia/Filosofia, achei muito interessante.
Sempre é bom aprender, né?
Abaixo, transcrevo trecho em que
Vitor alude, na monografia, ao filósofo judeu Saadia ben Joseph. (Encyclopædia
Britannica).
“Saadia ben Joseph (882-942)
foi o primeiro dos grandes filósofos judeus. Os judeus eram um meio termo entre
os pensadores muçulmanos e os teólogos cristãos do ocidente e foi através deles
que a filosofia árabe influenciou a Europa medieval.
Dada a influência dos
pensadores judeus no escolasticismo cristão, suas formulações do argumento cosmológico
merecem nossa atenção.
A filosofia judaica era
consideravelmente dependente da filosofia árabe. A principal diferença era que,
enquanto esta era mais ampla, aquela era mais preocupada com questões
religiosas, ou seja, seria mais apropriado chamá-la de ‘filosofia da religião’.
Julius Guttmann nos explica que:
Ainda mais do que a filosofia islâmica, [a filosofia judaica] era
definitivamente uma filosofia da religião. Ao passo que os aristotélicos e
neoplatonistas islâmicos lidavam com toda a amplitude da filosofia, os
pensadores judeus dependiam grandemente das obras dos seus predecessores islâmicos
no que tange às questões filosóficas gerais, e se concentravam mais
especificamente em problemas filosóficos-religiosos... a grande maioria dos
pensadores judeus tinha como principal objetivo a justificação filosófica do
judaísmo, lidando com problemas de metafísica em um contexto
filosófico-religioso.
A filosofia judaica, dada a
influência do pensamento árabe, também trouxe desenvolvimentos ao argumento
cosmológico kalām. Saadia, que foi
muito influenciado pelos mu’tazilites, foi o principal expoente do referido
argumento tendo defendido ao menos quatro argumentos para a criação do
universo: o argumento da finitude do mundo, o argumento da composição, o
argumento da temporalidade dos acidentes e o argumento da finitude do tempo.
Para nossos propósitos, é apenas o quarto argumento que nos interessa. Neste
argumento, Saadia tenta reduzir a hipótese da infinitude do tempo ao absurdo:
O quarto argumento é [baseado] no [na concepção do] tempo. Isto é, eu
sei que há três períodos [distintos] de tempo: passado, presente e futuro.
Embora o presente seja menor que qualquer outro momento de tempo, eu presumo...
que esse momento presente é um ponto e digo...: ‘vamos supor que uma pessoa
deseje avançar mentalmente no tempo para além deste ponto. Ela não conseguiria
fazê-lo pelo fato de o tempo ser infinito e o que é infinito não pode ser mentalmente
atravessado de maneira ascendente [retrocedendo ao início].
Agora, essa mesma razão torna
impossível a existência ter atravessado o infinito de maneira descendente até
chegar a nós. Mas se a existência não tivesse chegado até nós, nós não teríamos
vindo a ser... Visto que, entretanto, eu vejo que eu existo, eu sei que a
existência atravessou todo o conjunto de tempo até chegar a mim e que, se não
fosse pelo fato de o tempo ser finito, a existência não poderia tê-lo atravessado.
O que Saadia defende,
portanto, é que é impossível regredir mentalmente através do tempo até alcançar
o início do tempo. Assim, Saadia defende que não é possível ascendermos mentalmente
através de toda a série de momentos passados de tempo já que o time é ex hypothesi infinito.
Por mais longe que nosso
pensamento atravesse no tempo, ainda restará um infinito temporal a ser
transcorrido. Por essa mesma razão, seria impossível que a existência
progredisse através do tempo até alcançar o presente momento.
Dado que nós hoje existimos, a
conclusão, portanto, é óbvia: o tempo é finito. Pois somente assim a existência
poderia ter chegado até nós.
Dessarte, Saadia prova que o
mundo e o tempo tiveram um início. Ele procede então a dizer que já nada pode
ser causa de si mesmo, logo o mundo precisa ter tido um Criador.”
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Gostaria de expressar meu pensamento sobre ideologia e filosofia.
ResponderExcluirA IDEOLOGIA, sobre qual sou contra, é mental e de falsa consciência que separa o conhecimento ideológico do conhecimento científico. Na verdade, A ideologia torna conhecimento humano e atividade pessoal em preferências e valores individuais.
É fácil alguém dizer que sua ideologia é filosofia, como por exemplo a TEOLOGIA ou o socialismo.
Não existe uma resposta porquês para que as pessoas aceitem determinada ideologia, suas verdades ou mentiras em de seus enunciados muitas vezes em teses não convincentes, a certeza que trazem são seus portavozes.
As ideologias inúmeras de pessoas, através de líderes que são aceitos como porta-vozes da verdade.
líderes de critérios é que esses líderes que pensam ouvir a voz de DEUS ou que transformem a Ciência em DEUS.
É nesse momento que as ideologias se apresentam científicas, e o inferno de DANTE se inicia.
A filosofia só admite o saber.
O saber que nos transforma todos em PENSADORES.
A FILOSOFIA nos transforma em silogistas.
Ela não tem líderes, nem socialistas papas, nem ladrões de 9 dedos.
Ela não crê em TRUMP, nem em Bolsonaro, ela analisa a análise de suas atitudes, nunca as pessoais, mas as sociais.
Enquanto as religiões e políticas universais não considerarem os processos de controlar a natalidade no mundo como interesse humanitário, destruiremos nosso planeta em 50 anos.
O niilista aqui que escreve felizmente terá partido para adubar esse planeta lindo que os homens tentam destruir.
Na subsistência, nosso planeta tem um ciclo preservativo altamente profícuo, infelizmente o HOMEM É O ÚNICO QUE NÃO TEM PREDADOR.
FUI...