O físico britânico Peter Higgs
disse, nesta terça-feira, que o bóson que leva o seu nome, formulado em 1964 e
encontrado em 4 de julho pelo CERN (Organização Europeia para Pesquisa
Nuclear), "não explica tudo", embora abra caminho para novas
pesquisas sobre o cosmos.
Além disso, Higgs reconheceu
que o bóson mudou sua vida e falou sobre a "higgsteria", em
entrevista coletiva que o cientista, nascido em Newcastle em 1929, concedeu em
Barcelona, onde viajou pela primeira vez para explicar a denominada
"partícula de Deus", em uma conferência organizada pela Obra Social
"La Caixa" e pelo Instituto de Física de Altas Energias (IFAE).
O cientista confessou que é
impossível explicar o que é o bóson de Higgs - uma partícula subatômica que dá
massa a outras partículas - a uma menina de seis anos e propôs como analogia
"uma refração de luz em um meio transparente".
Higgs, que nunca usou e-mail,
reconheceu que receber o Prêmio Nobel é "uma possibilidade concreta",
embora tenha opinado que possivelmente o comitê desse prêmio tem alguns
"físicos conservadores" que não são partidários de concedê-lo ainda.
Com humildade, o físico
lembrou que em 1964 formulou sua teoria de existência desta partícula e fez um
breve escrito que não ocupava uma folha, que foi rejeitado por seu editor
científico, embora sua segunda versão mais ampla tenha sido recolhida, aceita e
publicada.
Higgs negou que o achado do
bóson seja comparável ao descobrimento do DNA para a biologia.
"O bóson é certamente
importante para a compreensão da estrutura da matéria, mas existe muita física
que não depende disto", explicou.
Embora tenha dito que não pode prever uma aplicação prática para o descobrimento, tanto ele como seu colega da Universidade de Edimburgo, Alan Walker, e o diretor do IFAE (Instituto de Física de Altas Energias), Matteo Cavalli, assinalaram que muitos descobrimentos, como a eletricidade e o eletromagnetismo, não tiveram aplicações sociais práticas por muitos anos.
Embora tenha dito que não pode prever uma aplicação prática para o descobrimento, tanto ele como seu colega da Universidade de Edimburgo, Alan Walker, e o diretor do IFAE (Instituto de Física de Altas Energias), Matteo Cavalli, assinalaram que muitos descobrimentos, como a eletricidade e o eletromagnetismo, não tiveram aplicações sociais práticas por muitos anos.
Segundo Higgs, o achado do bóson
é "o final de um caminho na verificação do modelo padrão, mas é o começo
de um novo caminho que vai além deste modelo físico, que não explica tudo. É
necessário fazer uma análise mais profunda do bóson de Higgs e provavelmente
serão reveladas estruturas mais amplas que se conectam com a cosmologia e a
energia obscura do universo, que são fundamentais para a astrofísica e a
cosmologia".
"O achado - confessou -
mudou minha vida porque há um ano não era chamado para dar nenhuma entrevista
coletiva". "A publicidade deste fato foi incrível, por isso que me
vejo incapaz de satisfazer todos os pedidos que me fazem", assegurou.
Seu colega e membro de sua
equipe, Alan Walker afirmou que propuseram de tudo a Higgs, "exceto
inaugurar um supermercado" e ressaltou que o físico "nunca utilizou
um e-mail", apesar de a comunidade científica falar de "higgsteria,
pela loucura que gerou no mundo da física".
O cientista lembrou que
formulou sua teoria em 1964 porque até então, a teoria era
"incoerente", e não descartou que possa haver mais partículas com
massa e que estas sejam descobertas em novas pesquisas no LHC (Grande Colisor
de Hádrons, em sua sigla em inglês) do CERN, situado em Genebra.
Título e Texto: Agência EFE/EXAME info
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-