Aparecido Raimundo de Souza
“...E JAMAIS TERMINA MEU CAMINHAR...”.
De “Andança”, de Paulinho Tapajós na voz de Beth Carvalho.
PASSEI POR AQUI (1º
de Maio), não para
“Rasgar o verbo”, como sempre faço nas minhas colunas às terças e
sextas-feiras. Hoje “Rasgarei o verbo do coração”, em face do falecimento da
grande artista ELIZABETH SANTOS LEAL DE CARVALHO, ou simplesmente “BETH
CARVALHO”.
Beth nasceu em 5 de maio de 1946, e veio a óbito a quatro dias de
completar 73 anos. Lembro dessa jovem em
1979 (eu então com 26 anos, na época, escrevendo para o jornal “Tribuna da
Imprensa, do Carlos Lacerda), onde, a pedido dele, entrevistei a Beth, que
fazia um sucesso tremendo com várias melodias, entre elas, “Andança” (aliás,
título de seu primeiro LP [foto], música carro chefe de autoria de Paulinho Tapajós, 3º
lugar do FIC de 1968).
Beth me recebeu em seu antigo apartamento em Copacabana, na Rua Sá
Ferreira, esquina com a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, altura do “Posto
Seis”. Recordo que, antes de subir, tomei um café sem açúcar no (Mercadinho
Carioca) visto que entrevistar uma famosa, como Beth não era tarefa fácil. Eu
estava um pouco desconfortável e impaciente. O que dizer o que perguntar?
Enfim...
Beth, todavia, me surpreendeu. Me recebeu de braços abertos, com um
carinho especial, toda sorrisos, toda emoção. Me transmitiu, lembro bem, uma
paz tranquilizadora. Desde então, passei
a nutrir por ela um apreço de mãe.
Embora tenha passado tanto tempo, nunca consegui esquecer a sua
hospitalidade e a maneira ímpar de como me acolheu. Em homenagem a ela, a minha
quinta filha recebeu o nome da única filha dela, “LUANA”. [Foto]
Teria muito a dizer, a falar, a comentar, porém, Beth Carvalho (como
nos meus idos dos 22 anos) continua ATÉ HOJE, ÚNICA, INCOMPARÁVEL, INIMITÁVEL.
Portanto, caríssimos amigos, MUITAS COISAS E AO MESMO TEMPO, NADA A
ACRESCENTAR.
BETH CARVALHO, MINHA LINDA. DESCANSE EM PAZ! O CÉU LHE ESPERA DE
BRAÇOS ABERTOS. AS SUAS “ANDANÇAS”, POR LÁ, SERÃO ETERNAS.
...Vim tanta areia, andei
Da lua cheia eu sei
Uma saudade imensa
Da lua cheia eu sei
Uma saudade imensa
Vagando em verso eu vim
Vestido de cetim
Na mão direita rosas, vou levar
Vestido de cetim
Na mão direita rosas, vou levar
Olha a lua mansa a se derramar
Ao luar descansa meu caminhar
Meu olhar em festa se fez feliz
Lembrando a seresta que um dia eu fiz
(Por onde for quero ser seu par)
Ao luar descansa meu caminhar
Meu olhar em festa se fez feliz
Lembrando a seresta que um dia eu fiz
(Por onde for quero ser seu par)
Já me fiz à guerra por não saber
Que esta terra encerra o meu bem querer
E jamais termina meu caminhar
Só o amor me ensina onde vou chegar
(Por onde for quero ser seu par)
Que esta terra encerra o meu bem querer
E jamais termina meu caminhar
Só o amor me ensina onde vou chegar
(Por onde for quero ser seu par)
Rodei de roda andei
Dança da moda eu sei
Cansei de ser sozinha
Dança da moda eu sei
Cansei de ser sozinha
Verso encantado usei
Meu namorado é rei
Nas lendas do caminho onde andei
Meu namorado é rei
Nas lendas do caminho onde andei
No passo da estrada só faço andar
Tenho a minha amada a me acompanhar
Vim de longe léguas cantando eu vim
Vou não faça tréguas sou mesmo assim
(por onde for quero ser seu par)
Tenho a minha amada a me acompanhar
Vim de longe léguas cantando eu vim
Vou não faça tréguas sou mesmo assim
(por onde for quero ser seu par)
Já me fiz à guerra por não saber
Que esta terra encerra o meu bem querer
E jamais termina meu caminhar
Só o amor me ensina onde vou chegar
(Por onde for quero ser seu par)
Que esta terra encerra o meu bem querer
E jamais termina meu caminhar
Só o amor me ensina onde vou chegar
(Por onde for quero ser seu par)
Me leva amor
Amor
Me leva amor
Por onde for quero ser seu par
Amor
Me leva amor
Por onde for quero ser seu par
Título, Imagens e Texto: Aparecido
Raimundo de Souza, do Salão Nobre do Clube de Regatas Botafogo, diretamente dos
funerais de Beth Carvalho, no Rio de Janeiro. 1-5-2019
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