quarta-feira, 1 de maio de 2019

[Aparecido rasga o verbo] Beth Carvalho: uma “Andança” que jamais será interrompida

Aparecido Raimundo de Souza

...E JAMAIS TERMINA MEU CAMINHAR...”.
De “Andança”, de Paulinho Tapajós na voz de Beth Carvalho.

PASSEI POR AQUI (1º de Maio), não para “Rasgar o verbo”, como sempre faço nas minhas colunas às terças e sextas-feiras. Hoje “Rasgarei o verbo do coração”, em face do falecimento da grande artista ELIZABETH SANTOS LEAL DE CARVALHO, ou simplesmente “BETH CARVALHO”.

Beth nasceu em 5 de maio de 1946, e veio a óbito a quatro dias de completar 73 anos. Lembro dessa jovem  em 1979 (eu então com 26 anos, na época, escrevendo para o jornal “Tribuna da Imprensa, do Carlos Lacerda), onde, a pedido dele, entrevistei a Beth, que fazia um sucesso tremendo com várias melodias, entre elas, “Andança” (aliás, título de seu primeiro LP [foto], música carro chefe de  autoria de Paulinho Tapajós, 3º lugar do FIC de  1968).


Beth me recebeu em seu antigo apartamento em Copacabana, na Rua Sá Ferreira, esquina com a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, altura do “Posto Seis”. Recordo que, antes de subir, tomei um café sem açúcar no (Mercadinho Carioca) visto que entrevistar uma famosa, como Beth não era tarefa fácil. Eu estava um pouco desconfortável e impaciente. O que dizer o que perguntar? Enfim...

Beth, todavia, me surpreendeu. Me recebeu de braços abertos, com um carinho especial, toda sorrisos, toda emoção. Me transmitiu, lembro bem, uma paz tranquilizadora.  Desde então, passei a nutrir por ela um apreço de mãe.

Embora tenha passado tanto tempo, nunca consegui esquecer a sua hospitalidade e a maneira ímpar de como me acolheu. Em homenagem a ela, a minha quinta filha recebeu o nome da única filha dela, “LUANA”. [Foto]


Teria muito a dizer, a falar, a comentar, porém, Beth Carvalho (como nos meus idos dos 22 anos) continua ATÉ HOJE, ÚNICA, INCOMPARÁVEL, INIMITÁVEL. Portanto, caríssimos amigos, MUITAS COISAS E AO MESMO TEMPO, NADA A ACRESCENTAR.

BETH CARVALHO, MINHA LINDA. DESCANSE EM PAZ! O CÉU LHE ESPERA DE BRAÇOS ABERTOS. AS SUAS “ANDANÇAS”, POR LÁ, SERÃO ETERNAS.



...Vim tanta areia, andei
Da lua cheia eu sei
Uma saudade imensa

Vagando em verso eu vim
Vestido de cetim
Na mão direita rosas, vou levar

Olha a lua mansa a se derramar
Ao luar descansa meu caminhar
Meu olhar em festa se fez feliz
Lembrando a seresta que um dia eu fiz
(Por onde for quero ser seu par)

Já me fiz à guerra por não saber
Que esta terra encerra o meu bem querer
E jamais termina meu caminhar
Só o amor me ensina onde vou chegar
(Por onde for quero ser seu par)

Rodei de roda andei
Dança da moda eu sei
Cansei de ser sozinha

Verso encantado usei
Meu namorado é rei
Nas lendas do caminho onde andei

No passo da estrada só faço andar
Tenho a minha amada a me acompanhar
Vim de longe léguas cantando eu vim
Vou não faça tréguas sou mesmo assim
(por onde for quero ser seu par)

Já me fiz à guerra por não saber
Que esta terra encerra o meu bem querer
E jamais termina meu caminhar
Só o amor me ensina onde vou chegar
(Por onde for quero ser seu par)

Me leva amor
Amor
Me leva amor
Por onde for quero ser seu par

tulo, Imagens e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, do Salão Nobre do Clube de Regatas Botafogo, diretamente dos funerais de Beth Carvalho, no Rio de Janeiro. 1-5-2019

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