Quintino Gomes Freire
O que será que torna Carol Sampaio
invencível na obtenção de licenças tão difíceis, contra todas as recomendações
e em vista de todo o rastro de destruição sempre deixado pela "Favorita
Prédios residenciais de
Copacabana tem grandes prejuízos, sem contar hotéis depredados, vitrines
quebradas, e fezes, preservativos e urina por todo o Bairro.
Parece que as previsões da
Polícia Militar acabaram se realizando, com relação ao controverso Bloco da
Favorita em Copacabana.
Estão surgindo diversos vídeos
e fotografias demonstrando que a passagem do Bloco da Favorita acabou sendo
mesmo desastroso para Copacabana. As filmagens amadoras mostram crimes,
assaltos, quebra-quebra, e uma tarde de terror em Copacabana, durante a
passagem do Bloco.
Visitando o bairro, nossos
repórteres acabaram conversando com vários personagens. O administrador do
Edifício Lellis, Adriano Nascimento, estava às voltas com diversos vasos de
plantas destruídos, que ornamentavam a fachada do prédio para a Rua Domingos
Ferreira e os faxineiros do prédio e do edifício vizinho limpavam fezes humanas
que foram encontradas junto ao meio fio perto da fachada do prédio, que tem
quase 50 metros de frente.
Um porteiro da Rua Domingos
Ferreira, que não quis se identificar, afirmou que foi ameaçado e quase apanhou
ao tentar impedir um casal de ter relações sexuais junto à entrada da garagem
subterrânea do edifício.
Pelas grades de um edifício na
Atlântica junto à Rua Paula Freitas, foi possível ver preservativos usados, e
dezenas de latas de cerveja, garrafas quebradas, e muita urina. Tentamos falar
com o Síndico, mas ele, pelo interfone, disse que tinha medo de falar sobre o
Bloco, alegando receio de seus “frequentadores”.
Para Paulo de Almeida,
administrador e morador do bairro há 17 anos, “o judiciário deveria ser
responsável por todos os danos, e por não ter ouvido o órgão responsável, que
tentou evitar o desfile”. Paulo teve a parede de seu prédio toda marcada
com dedos por uma substância vermelha, não identificada, e que no momento da
reportagem estava sendo limpa pelos funcionários do prédio.
Síndico de um edifício na
Atlântica, André Xavier disse ao DIÁRIO que duvida que a razão da confusão foi
o número de pessoas, pois “o megabloco Chora me Liga desfila aqui e nunca há
qualquer incidente”. André culpa a organização do “Favorita” pelo rastro de
destruição e pela criminalidade.
A Sociedade dos Amigos de
Copacabana publicou nota dizendo que o evento “levou o caos à região do Lido em
Copacabana”.
Informações chegaram neste
momento, que vidraças foram quebradas no Hotel Copacabana Palace, o mais
importante do Rio.
De acordo com Roberto Motta,
assessor do governador Witzel, “’A Favorita’ deve ir para o Centro, para
Jacarepaguá ou, na falta de uma outra opção, para o lado escuro da lua.“
Carol Sampaio, organizadora do Bloco da Favorita |
Vários especialistas veem com
estranheza a forma com que as autorizações para o desfile do bloco da influente
Carol Sampaio são sempre concedidas de última hora, em área residencial, contra
as orientações da própria Polícia Militar e de todos os órgãos e consultores de
segurança pública. O que será que torna Carol Sampaio invencível na obtenção de
licenças tão difíceis, contra todas as recomendações e em vista de todo o
rastro de destruição sempre deixado pela “Favorita “?
O evento, que desta vez trouxe
verdadeiro terror a Copacabana, teve apoio da Riotur, comemorado por seu
presidente Marcelo Alves, e patrocínio da Ambev (Cervejaria Brahma) e do
Chiclete Trident, com apoio também da Vodca Absolut, e do Gin Beefeater. Até o
momento, nenhum destes apoiadores do evento se pronunciou sobre o caos que
tomou conta das ruas do bairro.
Alguns amigos que moram em Copacabana me mandaram agora num grupo, o bairro virou uma praça de guerra. Q absurdo! Tava na cara que esse #BlocoDaFavorita ia dar merda. pic.twitter.com/VNz03821V6— Jr Silva (@RJ007JRS) 12 de janeiro de 2020
A dúvida que paira na cabeça
de vários analistas com os quais tivemos contato é porque este desfile e de
outros blocos populares tão grandes não ocorre em ruas afastadas de áreas
residenciais. E a pergunta que os moradores e comerciantes que sofreram tantos
prejuízos fazem é: quem vai pagar o prejuízo?
Título e Texto: Quintino
Gomes Freire, Diário do Rio, 12-1-2020, 22h37
Bloco da Favorita: veja os vídeos da confusão em Copacabana
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