segunda-feira, 9 de março de 2020

"Estamos cada vez mais unidos em defesa dos interesses do FC Porto"

Pinto da Costa expôs erros arbitrais contra os Dragões e deixou garantia de união ao Mar Azul

FC Porto

Jorge Nuno Pinto da Costa [foto] esteve, ao final da tarde desta segunda-feira, em direto no Porto Canal e na FC Porto TV para tomar uma posição face aos sucessivos erros de arbitragem em prejuízo do Futebol Clube do Porto. Em entrevista, o Presidente questionou a atuação da dupla Artur Soares Dias e Vasco Santos no jogo da 24.ª jornada da Liga NOS, entre os Dragões e o Rio Ave, mas não só. Pinto da Costa começou por afirmar que já fez ver ao Conselho de Arbitragem "a gravidade daquilo que se passou", que considerou serem erros "grosseiros, crassos e impensáveis". "Nós vamos pedir uma auditoria ao funcionamento do VAR" no cálculo de foras-de-jogo, adiantou Pinto da Costa, antes de relembrar alguns jogos do rival que permitiram a sua conquista do Campeonato na temporada 2018/19. Para terminar, o líder da instituição da Invicta declarou: "Estes senhores, por mais honestos que sejam, não têm condições para poder apitar o Futebol Clube do Porto. E espero não os encontrar tão cedo".


Unidos na defesa dos interesses do FC Porto
“Precisamente por ser agitado, como disse, e foi agitado por factos anormais, é que eu estou aqui. Estou aqui para me referir a esses factos, mas também para transmitir aos adeptos do Futebol Clube do Porto, aos meus consócios, uma palavra de serenidade. Eu sei que estão todos indignados, já dizia o saudoso presidente Mário Soares, que temos direito à indignação. Unicamente não podemos estar, de maneira alguma, com atitude impensadas, perder a razão que temos daquilo que se passou no domingo passado. Já hoje tive oportunidade de fazer ver aos responsáveis a gravidade daquilo que se passou no jogo FC Porto-Rio Ave. Recebi palavras que considero perfeitamente corretas, sensatas e verdadeiras. Portanto, vamos naturalmente analisar aquilo que se passou, mas, sobretudo, repito, é necessário mantermos a serenidade. O que não quer dizer que não estejamos atentos ao que se está a passar e que não estejamos concentrados e cada vez mais unidos em defesa dos interesses do Futebol Clube do Porto.”

Incompreensível decisão do árbitro e VAR
“Curiosamente, nestes três casos (lances passíveis de grande penalidade no Académico de Viseu-FC Porto, FC Porto-Portimonense e FC Porto-Rio Ave), foram erros do árbitro e do VAR. Não sei qual tem maior responsabilidade, se o árbitro, e o VAR, mas há uma coisa que eu quero desde já dizer, até porque sei que agora foi feita uma queixa contra o Sérgio Conceição, pelo Conselho de Arbitragem, portanto eu quero já frisar que eu não ponho em causa nem em dúvida a seriedade de toda a gente que anda no futebol. Porque, quando tiver provas em contrário, denunciá-lo-ei. Se não denuncio, é porque não tenho razões para duvidar da seriedade. Agora, duvidar da seriedade, que eu não duvido, é uma coisa. Não constatar erros grosseiros, crassos e impensáveis como nestes casos, é uma coisa diferente. E entendo que me assiste todo o direito de os mencionar. O que se passou no FC Porto-Rio Ave, neste lance (falta de Aderllan sobre Marega dentro da área), é que não houve nenhum comentador – mesmo os que normalmente são hostis ao Futebol Clube do Porto – que não dissesse que era um pênalti indiscutível. Houve um comentador do Record que disse que era, mas no dia seguinte veio retificar, realmente tinha analisado mal e teve a hombridade de recuar e dar a opinião correta. Foi, de facto, tão evidente, mas tão evidente, que ainda hoje não compreendo como é que o árbitro não conseguiu marcar esta penalidade e como é que o senhor Vasco Santos está a ver aquilo e não faz nada.

Soares Dias viu as imagens e não considerou pênalti
Eu não venho aqui analisar as jogadas do Benfica, nem os pênaltis do Benfica. Isso não me interessa, não é problema meu. Não venho pedir árbitros estrangeiros, porque quando se está a pedir árbitros estrangeiros está-se a duvidar da seriedade dos árbitros estrangeiros. Porque os árbitros estrangeiros também erram, portanto não é isso que resolve o problema. Agora, como é que é possível o senhor Vasco Santos não assinalar, não chamar a atenção do arbitro para, pelo menos, ir ver as imagens. Isto prova uma incapacidade de este senhor estar a exercer estas funções. Não é possível! O que me preocupa é que não há ninguém, perante estas imagens que aqui vimos, que possa dizer que isto não é pênalti. E o que me preocupa mais é que sei que o senhor Soares Dias, depois de ter terminado o jogo, já as equipas iam para o balneário, já ele estava no balneário, abriu a porta e, virando-se para o engenheiro Luís Gonçalves, disse-lhe: «eu já vi as imagens e não é pênalti». Eu pergunto, mas que imagens é que o senhor Artur Soares Dias pode ter visto para dizer que não é pênalti? Que imagens, estas? Se ele, mesmo vendo as imagens, considera que isto não é pênalti, não tem condições para poder arbitrar. Agora que mostre a imagem que viu, que lhe provou, não sei quem lhe mandou, não sei se existe nem quero saber. O senhor Marco Ferreira teve a hombridade de reconhecer o erro, agora vir justificar um erro dizendo que viu imagens e que não é pênalti… Eu espero que ele venha mostrar as imagens que viu que lhe justificaram a atitude de não marcar. O senhor Vasco Santos é inconcebível, é inconcebível! Eu sempre tive muitas dúvidas sobre o que iria ser o funcionamento do VAR. Parece-me que tem havido muitos pênaltis, noutros jogos, que são dados pelo VAR, que são indicados pelo VAR. O árbitro vai ver, verifica que há razão e marca. Mostraram aqui três pênaltis claríssimos! Mas o que é que o VAR está a fazer? O VAR não funciona nos jogos do Futebol Clube do Porto?”

Incómodo e perplexidade no Conselho de Arbitragem
“Eu só falo de factos. E peço a explicação. Naturalmente, sei que o Conselho de Arbitragem fica incomodado com algumas situações, não tenho a mínima dúvida, agora de facto é inacreditável, é uma coincidência como é que árbitros que marcam pênaltis menos evidentes que estes, quando estão no VAR desconhecem e ignoram-nos. Para mim é realmente incompreensível. Eu alertei isso hoje ao Conselho de Arbitragem, que naturalmente que fica incomodado, porque são os responsáveis pelos árbitros. Confiam, como eu, na seriedade dos árbitros, mas também ficam perplexos perante um árbitro com a categoria deste, como é que pode não marcar um pênalti destes.”

Torre dos Clérigos é pequena ao lado do pênalti sobre Marega
“Se ele (Artur Soares Dias) é o melhor, mais preocupante é. Se algumas pessoas consideram que este é o melhor e, perante um lance destes em que, como se vê, ele está a dois ou três metros da jogada, não marca um pênalti deste tamanho, que o Sérgio (Conceição) disse que era da Torre dos Clérigos… Eu acho que a Torre dos Clérigos é demasiado pequena para comparar com o tamanho deste pênalti, é obvio que, para mim, é incompreensível. Tenho a certeza de que os responsáveis hão de agir e procurar explicação para este caso. Não sei se o senhor Soares Dias estaria cansado, foi para a Grécia, para um jogo que correu mal, que houve mosquitos por cordas no intervalo. Defende-se a profissionalização dos árbitros, para estarem concentrados, para estarem preparados, e depois há árbitros que vão apitar à Grécia, vão apitar à Arábia Saudita… parece que fazem o que querem e que escolhem os jogos. Não pode ser! O facto de a pessoa ser séria, repito, não ponho em causa a seriedade de nenhum, de nenhum. Mas uma coisa é a seriedade, outra é a capacidade. A pessoa está convencida que é o melhor do mundo, que, segundo alguns dizem, que é o melhor árbitro, que é isto e aquilo… E depois faz atuações destas? Mal da arbitragem se este é realmente o melhor.”

Evitar azares só evitando alguns árbitros
“Eu acho que temos uma média de árbitros razoável. Agora, nós temos azar. Qualquer árbitro de segunda divisão eu não tenho dúvida que apitava estes três pênaltis. Qualquer árbitro de segunda divisão, se estivesse no VAR, não deixava de chamar a atenção ao árbitro. Pronto, olhe, o que é que quer que lhe diga? Tivemos azar. É evidente que, perante isto, naturalmente não tenho dúvida que o Conselho de Arbitragem estará atento e compreenderá que, se eles têm azar nos jogos do Futebol Clube do Porto, nós também temos azar com eles. E o melhor para evitar azar de um lado e do outro, é evitar que eles apitem jogos do Futebol Clube do Porto.”

Vasco Santos não tem condições para estar no VAR
“De maneira nenhuma, não é pressão. Se os árbitros têm o VAR… O que eu pergunto é: para que é que serve o VAR? Ainda agora, no jogo em Setúbal, foi marcado um pênalti, e bem, pelo VAR. Sim senhor, mas porque é que o VAR funciona em Setúbal e não funciona no Porto? O que é que o senhor Vasco Santos está a fazer no VAR? Não tem capacidade? Se calhar não tem concentração, está distraído. Não tem condições para, numa altura destas, em que uma decisão como esta pode vir a decidir o campeonato, não pode, de maneira nenhuma, que o campeonato, seja qual for, fique ligado a amanhã ao erro de um árbitro num jogo em que sonegaram dois pontos ao Futebol Clube do Porto.”

Pedida auditoria ao funcionamento do VAR nas linhas de fora-de-jogo
“Nós vamos pedir uma auditoria ao funcionamento do VAR nessas linhas (de fora-de-jogo). Eu pergunto se o senhor acha que, para mostrar uma linha com três centímetros de ‘offside’, são precisos seis minutos. É muito tempo, se calhar, desses seis minutos, deu para pôr muitas linhas, para a frente, para trás e para o lado. Porque, se não, seis minutos para pôr uma linha e ver que um indivíduo está adiantado, atrasado ou em linha? É incompreensível.”

Seis minutos para decidir é tempo a mais
“É igual para todos, não. Porque não demora nunca seis minutos a decidir para anular um golo. Eu acho que foi muitíssimo tempo a mais, inexplicavelmente tempo a mais.”

Satisfeito com as explicações de Fontelas Gomes
“Fiquei satisfeito com as explicações do Conselho de Arbitragem e fiquei com a certeza de que eles ficam incomodados a sério quando acontecem casos destes.”

Época nova, hábitos velhos
“Naturalmente que eu acho que é isso que toda a gente tem de desejar (que o campeão seja encontrado dentro das quatro linhas). Ano passado… Eu não vou falar dos jogos da Vila da Feira, nem do jogo de Vila do Conde, do Benfica, não vou falar de nada disso, já é passado. Mas, este árbitro, que apitou o FC Porto-Rio Ave, ano passado no Rio Ave-FC Porto, que nos definitivamente nos tirou a chance de chegar ao título, não foi um… foram dois pênaltis que não assinalou contra o Rio Ave, o mesmo árbitro. Um sobre o Marega, parece que o Marega tem azar com este árbitro, e outro uma mão do (Rúben) Semedo, que é fácil de provar, não sou eu que estou a inventar. E toda a gente disse que eram pênalti. Portanto, sabendo-se isso, acho que este árbitro foi mal nomeado para um FC Porto-Rio Ave. O que eu desejo, e a minha intenção é só essa, é que haja a maior cautela nas nomeações, que haja, da parte dos árbitros, a maior serenidade, que façam o seu trabalho. Para credibilizar o futebol não é dizer «os dirigentes estão calados, não falam dos árbitros», não. O que é preciso, para credibilizar o futebol, é que não haja factos como este que aconteceu no domingo, em que o jogo seja decidido por uma má avaliação de um senhor que está a três metros da jogada e de outro que está instalado numa poltrona e que não vê o que toda a gente viu! Eu não encontrei ninguém, nem do Rio Ave, que não dissesse que não era pênalti. E a três metros não se vê? E o indivíduo que está a ver na televisão, calmamente em frente ao ecrã, não vê? Estes senhores, por mais honestos que sejam, não têm condições para poder apitar o Futebol Clube do Porto. E espero não os encontrar tão cedo.”

Nenhuma classe está isenta do direito à indignação
“Eu acho que era importante que não se falasse nada dos árbitros. Agora, é evidente que pergunto se há algum presidente que se cale, se na sua própria casa não for marcado um pênalti do tamanho de uma super Torre dos Clérigos, como foi este, e que esteja calado. Eu queria ver o senhor António Salvador, se deixar de ganhar, ou perder, um jogo em que não lhe seja marcado um pênalti destes, se ele está de acordo com esse pacto. Não falar dos árbitros? Encantado. Acho muito bem, não tem que falar. Agora, os árbitros não podem dar razão para que as pessoas falem. Qualquer cidadão tem direito à indignação. Como é que um cidadão tem direito à indignação se não se pode falar? Mas a liberdade de expressão, sem pôr em causa a dignidade das pessoas, já não se pode falar? Já não se pode criticar? Quer dizer, os governantes são criticados, o primeiro-ministro é criticado, os deputados da oposição são criticados, às vezes quase que insultados e não há problema nenhum. Na Assembleia da República pode-se criticar, às vezes ferozmente, muitas vezes com razão, outras sem razão. E agora há uma classe de que não se pode falar, por mais erros que cometa? Era o que faltava! Então temos que fazer outro 25 de abril.”

VAR não trouxe mais lisura 
“Eu acho que o VAR não veio trazer mais lisura ao futebol. Em relação ao Futebol Clube do Porto, acho que não. Tem este exemplo, destes três pênaltis, que o VAR não viu. Se calhar tem a ver com a falta de qualidade, se calhar não têm condições de concentração para estarem atentos durante noventa minutos a ver as imagens. Se eu estiver aqui a ver um jogo e, entretanto, olha para o lado e tiver distraído, não posso avisar o árbitro do que é que se passou. Portanto acho que é falta de qualidade, isso é inevitável. Porque, se eu não acreditasse que é falta de qualidade, então era mais grave. Se se sabe que há indivíduos que não têm qualidade, não podem ser nomeados para jogos onde se está a decidir um título.”

Confiança para o que aí vem
“Quando tivermos, e espero que não tenhamos mais, direito à indignação, mostrá-la-emos. De outra forma estaremos, conforme hoje transmiti ao senhor Fontelas Gomes, com a confiança de que ele e o seu conselho estão interessados em que as coisas corram da melhor maneira. E que ficam tão incomodados como eu quando acontecem situações destas, seja em que campo for.”
Título e Texto: FC Porto, 9-3-2020, 20h25


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