Patrícia Raposo Sousa
(…)
Ainda recentemente a Assembleia Geral das Nações Unidas se reuniu em Nova
Iorque, onde desfilaram os principais líderes mundiais. Neste concílio, onde
marcaram presença os mais poderosos, percebemos a atual irrelevância e
impotência desta instituição, para não referir a falta de imparcialidade na
abordagem dos temas e até mesmo de cumplicidade, se pensarmos no conflito do
Médio Oriente.
A ONU deixou de ser uma
instituição respeitada e respeitável, para se transformar numa antítese de si
mesma, num covil de malfeitores sem pejo nem dignidade, manietados pelas elites
globalistas que os sustentam, e que financiam os desígnios da agenda 2030.
Senão vejamos algumas deliberações desta ONU progressista, pró-terrorismo e
antiCristo.
A China foi recentemente
eleita membro do Conselho dos Direitos Humanos da ONU para 2024-2026. É, no
mínimo, risível!
Logo a China que é acusada de
genocídio, de crimes contra a humanidade em curso em Xingjiang, de violações
dos direitos humanos no Tibete, na Mongólia Interior e em toda a China, onde
são perseguidos, torturados e violentados, pelas suas escolhas religiosas ou de
expressão cultural, subsistindo a erosão do respeito pelos direitos humanos e
pelas liberdades fundamentais.
Obviamente que, decorrente
desta eleição, surgiram inúmeras reações, e a China foi alvo de fortes críticas
por parte do Ocidente, com muitas delegações a manifestarem preocupação com
restrições à liberdade de expressão e o tratamento de minorias.
Não bastando o caso da China,
temos também o caso do Irã, que como é do conhecimento geral, financia e
fornece armamento militar a diversos grupos terroristas, tem acelerado a
produção de material físsil, e está muito próximo de obter uma bomba nuclear.
Segundo informações da Agência de Energia Atômica da própria ONU, o país já cruzou todas as linhas vermelhas estabelecidas em acordos internacionais relacionados com o armamento nuclear. Para além disso, à semelhança da China, a República Islâmica do Irã vive num regime autoritário que frequentemente desrespeita os direitos humanos, tanto interna quanto externamente.
Não obstante, também o Irã,
inacreditavelmente, integrou e até assumiu a presidência da Conferência de
Desarmamento da ONU em diferentes períodos, tecendo severas críticas ao
militarismo, criticando as políticas militares de potências e argumentando que a
corrida armamentista global ameaça a segurança internacional e perpetua
conflitos, acabando por reiterar um compromisso com um mundo livre de armas
nucleares.
Uma posição hilariante, que
denota doses escandalosas de hipocrisia e de demagogia, totalmente em rota de
colisão com o comportamento atual do país em matéria de beligerância, no que se
refere ao conflito do Médio Oriente.
Os casos burlescos não
terminam aqui. Temos ainda a situação caricata da Arábia Saudita, que de uma
forma inusitada foi nomeada Presidente da Comissão dos Direitos da Mulher na
ONU. Podia ter sido se fosse o Afeganistão!
É sabido que os direitos das
mulheres na Arábia Saudita têm evoluído nas últimas décadas, mas ainda
enfrentam limitações significativas e sofrem de exclusão social. A Arábia
Saudita é internacionalmente reconhecida como um dos Estados que impõe os
maiores níveis de restrições aos direitos da mulher em todo o mundo. O Estado
Islâmico sempre existiu, é a Arábia Saudita.
Se analisarmos as leis que o
ISIS pratica, são exatamente as mesmas em vigor na Arábia Saudita, onde as
mulheres têm de ter um guardião masculino e andar cobertas, e crimes como a
blasfêmia são sentenciados com chicotadas, ou alguém que tenha cometido
adultério pode ser condenado à morte.
Só há uma diferença entre o
ISIS e a Arábia Saudita: a Arábia Saudita comete as suas atrocidades atrás de
uma cortina, enquanto o ISIS transforma as suas atrocidades em vídeo do
YouTube.
A pergunta que se impõe: pode
o regime mais misógino do mundo, onde impera a discriminação e sistemática
violação dos direitos da mulher, sentar-se na Comissão para os Direitos das
Mulheres da ONU?!
Pelos vistos pode, embora se
tratando de um perfeito absurdo!
Embora haja alguns avanços e
uma mudança gradual nas normas, as mulheres na Arábia Saudita ainda enfrentam
muitos desafios relacionados com a igualdade de gênero e direitos humanos.
Eleger a Arábia Saudita para proteger os direitos das mulheres é como escolher
um incendiário para chefe dos bombeiros, ou dizer à raposa para guardar o
galinheiro.
Este é mais um triste exemplo
de como a ONU tem sido incapaz de cumprir as funções para as quais foi
estabelecida após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Todos estes casos têm rosto,
um rosto conhecido, e que abandonou o próprio país por incapacidade governativa,
que o deixou num pântano, como ele próprio verbalizou. Guterres de seu nome.
Homem manipulável de
personalidade fraca, mas com bastante dom de dramaturgia. Nos raros momentos em
que não faz propaganda do Hamas ou posa para o retrato com tiranos de renome, o
ator António Guterres dedica-se ultimamente a encarnar a personagem do apocalipse
e a vaticinar um inferno na terra, devido aos puns e aos excrementos das vacas,
enquanto se faz transportar em aeronaves responsáveis por elevados níveis de
emissões poluentes, ou debita discursos inflamados e alarmistas sobre o “inferno
climático”, as tais temperaturas nunca sentidas pela humanidade ou pelos termômetros
dos espaços climatizados que Guterres frequenta.
Guterres continua a ser o
mesmo, uma “pcareta falante”, como outrora fora denominado por Vasco Pulido Valente.
Não passa de uma marioneta com ares de personagem principal, que profere alarvidades porque o mandam, e tenta convencer a malta, porque lhe pagam fartos subsídios pelas suas pseudo-convicções.
No cargo de Secretário-Geral
transformou a ONU num patético botequim woke, ao serviço das elites globais que
pretendem instaurar o caos mundial, fomentar a perda da fé, e a submissão das
populações ao capital e a um governo mundial.
A ONU é uma organização de
Estados, não estamos a falar de movimentos; e um diplomata que se preze, no
cargo de Secretário-geral, nunca deveria sequer ter cogitado em tomar o partido
dos terroristas, instigando ao ódio e incendiando ainda mais as hostes.
Como portuguesa sinto vergonha
alheia de ter um ex-primeiro-ministro eleito pelo povo português, a colocar-se
ao lado, e a justificar atos inqualificáveis de grupos terroristas em vez de
mediar conflitos, que é a sua incumbência.
Título e Texto: Patrícia
Raposo Sousa, O Diabo, nº 2492,
4-10-2024, página 19; Digitação: JP, 7-10-2024
Em 2016, quando Guterres se perfilava como o eleito para a ONU, escrevi o texto que se segue no blogue que mantinha com um amigo. Oito anos depois, só mudei de opinião em relação a uma coisa: Guterres na ONU conseguiu, mesmo, ser prejudicial ao mundo.
ResponderExcluir"A confirmar-se a eleição de Guterres para o cargo de secretário-geral das Nações Unidas, será uma excelente notícia para Portugal (embora uma péssima para o mundo).
António Guterres é (devia ser!) uma má memória do nosso passado colectivo. Sucedendo a uma década de profundas transformações no país, Guterres entregou-se a uma invertebrada gestão, abafando com dinheiro dos contribuintes todo e qualquer gérmen de polémica; comprou uma paz-social podre, engordando um monstro deficitário com o único objectivo de entorpecer o eleitorado numa ilusória bolha de bem-estar condenada a, mais cedo ou mais tarde, rebentar (e fugindo cobardemente quando percebeu que tal iria suceder mais cedo do que mais tarde); e "governou" cinicamente, durante quase sete anos, com um olho nas sondagens e o outro no seu gémeo espiritual, esse personagem igualmente enfunado de nome Tony Blair. Não bastasse tudo isto, deixou-nos como herança, além de um país orgulhosamente a caminho da pré-falência, uma pandilha de criaturas inenarráveis que resgatou das catacumbas do Rato e das últimas filas da bancada parlamentar para a ribalta da política nacional: Augusto Santos Silva, Armando Vara, José Sócrates, José Lello, António Costa (este último pescado do bolso de Sampaio), etc...
Perante isto, como devem imaginar, estou absolutamente extático com a hipótese de Guterres ir secretariar geralmente a ONU. É um local perfeito para ele, sem sombra de poder real mas com muitas oportunidades para ter microfones à frente. O nosso jornalismo e a nossa opinião exaltaram a ausência de vetos das potências como um reconhecimento unânime das capacidades inatas de Guterres para o cargo. Pela primeira vez de há muito, estou de acordo com ambos: é o reconhecimento da sua capacidade inata de não ser minimamente incómodo e de não passar de um balão verboso. Dúvidas houvesse sobre a importância relativa do posto, bastaria atentar nos potentados de onde saíram os seus antecessores: Coreia do Sul, Egipto, Gana e Peru.
Sim, as Nações Unidas são um cargo ideal para António Guterres, o local onde ele poderá, sem prejuízo para a humanidade, fazer aquilo para que é talhado: debitar discursos ocos e aparentar gravidade protocolar. Mas o melhor de tudo, aquilo que me deixa mesmo, mesmo satisfeito, é isto poder garantir, em definitivo, o seu não-regresso à política nacional. Se um Marcelo na presidência já é o que é, imagine-se o que seria um Guterres a suceder-lhe..."
Perfeitas, a diagnose e a profecia.👌
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