sexta-feira, 12 de julho de 2013

Lisboa, Ever Botelho e a miséria que não encontrei

Este blogue teve o privilégio de (re)publicar algumas poesias, e não só, também o excelente conto não ficcional “Saindo do Hotel Plaza, Copacabana”, de Ever Botelho.  Veja no final deste post os links.
 
No telefonema, Ever me disse que estavam (ele e o amigo) na Rua do Arsenal. O amigo “esclareceu” que era perto da Praça do Comércio... 
Bom, então, como dizia, peguei o trem até o Rossio, saí todo serelepe em direção à praça do Rossio para fazer a diagonal para a Praça do Comércio. Não achei. Perguntei para um funcionário/trabalhador/talvez até dono daquela ouriversaria, e se dono, explorador da classe operária portuguesa, que fumava do lado de fora daquele templo capitalista, onde era a Rua do Arsenal… “não tenho a menor ideia”, respondeu. E “a Praça do Comércio?”, perguntei. 
A resposta dele me ligou que a Praça do Comércio era(é) o tal do Terreiro do Paço.
Bom, caminhei e caminhei.
Lisboa, quer dizer, o que eu via, estava fervendo. Pensei “Ah, deve ser um grande investimento teatral da Câmara Municipal de Lisboa que, a cada vez que um passante com visual estrangeiro vai passando, deslancha todos esses bonecos com aparência humana... que lotam as calçadas, lojas, resturantes, bares..."
Quando cheguei ao número 84 da Rua do Arsenal, 4º andar, toquei nos dois, no esquerdo e no direito. Humm… ninguém respondeu…

Aí voltei por uma das praças por onde passei, e descobri a praça da Câmara Municipal de Lisboa.

E lá, na praça, ligado na nuvem, esperei por um sinal do meu amigo. O sinal não veio porque, soube depois, o amigo de Ever havia machucado o pé e eles anteciparam o regresso ao Brasil.
Bom, voltando para a Estação do Rossio, pela Rua Augusta, fiquei impressionado com os restaurantes (para turistas) cheios. Os artistas de rua, de Mozart a um cachorrinho que segurava um cestinho para receber as moedinhas... disputavam os flashes.
Achei tudo isso um insulto burguês e capitalista aos "trabalhadores portugueses" e, claro!, aos milhões de "miseráveis" portugueses. 
Mas, gente!, não consegui descobrir a miséria dos telejornais, não vi pedintes, não vi mendigos.
Será que o prefeito de Lisboa, socialista, conseguiu escondê-los todos?






De Ever Botelho:

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