domingo, 7 de julho de 2013

O aeroporto de nossas vidas (Agradecimentos)

José Manuel
Foram cinco dias memoráveis de uma epopeia que desde o desenho de sua estratégia, passando pela execução, em nenhum momento me passou pela cabeça, chegar a um clímax tão extraordinário, como o que ocorreu naquele aeroporto, cenário de nossas vidas.
Confesso que pelo histórico de nossas manifestações, em que não conseguimos sensibilizar as partes responsáveis nem tampouco a grande mídia, ao longo de sete anos, tive momentos de angústia e apreensão sobre o que poderia me ocorrer sem a participação de uma considerável parcela de nossos colegas, e pela falta de meios para transmitir ao mundo toda a nossa indignação ao que nos foi imposto.
Foram cinco dias para não esquecer jamais e que me fizeram refletir muito sobre minha vida e o relacionamento com outros seres humanos.

É em momentos como este que descobrimos a quantidade enorme de erros que cometemos e as pouquíssimas vezes que acertamos.
Foi um divisor de águas e a partir deste episódio, jamais terei o direito de formar opinião qualquer que seja sobre as pessoas que fizeram e vão fazer parte da minha vida.
Agradecer é pouco e não encontro palavras que traduzam as manifestações de carinho, seja por telefonemas sem fim, até do exterior, seja por mensagens de apoio e de angústia pelo meu gesto, seja pelas pessoas que lá estiveram presentes.
Foi algo em que dar nomes a alguns seria não fazer justiça a centenas que se deslocaram de longe, de seus trabalhos, de suas famílias e que estiveram comigo quase que diariamente, me confortando com a sua presença e dando corpo à nossa manifestação.
A solidariedade com que fui brindado, passando por dezenas de livros, material de conforto para higiene pessoal, conforto físico, colchões infláveis, cobertores, lençóis, água, isotônicos, água de coco… é imensurável!

Ao calor humano, então, não há palavras que possam exprimir o meu agradecimento.
Não poderia deixar de dizer o meu eterno carinho aos que dormiram no aeroporto naquelas noites longas e frias, zelando por mim.
Tampouco vou esquecer aqueles que se ofereceram para o fazer.
O meu agradecimento especial à médica Vivian, filha de um colega nosso, que por vários dias complementou o monitoramento biomédico.
Quero aqui deixar o meu agradecimento ao Presidente da APRUS, que esteve comigo o tempo todo, tanto na monitoração psicológica, como no acordo com o departamento médico da Infraero, se responsabilizando inclusive por todas as despesas que adviriam com o manifesto.
À Infraero, que apesar de ter havido certos aspectos tensos, se portaram magnificamente, não me incomodando em momento algum.

À imprensa falada e escrita que teve um papel preponderante na divulgação deste manifesto, com 12 entrevistas tanto para a televisão como a jornais de grande circulação.
Ao colega que edita um blog chamado "Cão que fuma" e que foi uma peça importantíssima na divulgação e transmissão do manifesto, desde o começo e ao longo de todo o processo.
Enfim um enorme abraço amoroso a todos, e tenham certeza de que o que todos fizeram não foi em vão, pois o nosso objetivo foi plenamente alcançado com a resposta do STF, ainda que não favorável, mas uma resposta que demorou seis meses para ser dada.
Outros processos na busca do nosso reconhecimento estão em andamento e agora eles sabem que nunca mais vão poder nos manter em silêncio.
Título e Texto: José Manuel, 07-07-2013

Foto: Dayse Mattos
Relacionado:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-