Foram cinco dias memoráveis de
uma epopeia
que desde o desenho de sua estratégia, passando pela execução, em nenhum
momento me passou pela cabeça, chegar a um clímax tão extraordinário, como o
que ocorreu naquele aeroporto, cenário de nossas vidas.
Confesso que pelo histórico de
nossas manifestações, em que não conseguimos sensibilizar as partes
responsáveis nem tampouco a grande mídia, ao longo de sete anos, tive momentos
de angústia e apreensão sobre o que poderia me ocorrer sem a participação de
uma considerável parcela de nossos colegas, e pela falta de meios para
transmitir ao mundo toda a nossa indignação ao que nos foi imposto.
Foram cinco dias para não esquecer jamais e que me fizeram refletir muito sobre minha
vida e o relacionamento com outros seres humanos.
É em momentos como este que
descobrimos a quantidade enorme de erros que cometemos e as pouquíssimas vezes
que acertamos.
Foi um divisor de águas e a
partir deste episódio, jamais terei o direito de formar opinião qualquer que
seja sobre as pessoas que fizeram e vão fazer parte da minha vida.
Agradecer é pouco e não
encontro palavras que traduzam as manifestações de carinho, seja por
telefonemas sem fim, até do exterior, seja por mensagens de apoio e de angústia
pelo meu gesto, seja pelas pessoas que lá estiveram presentes.
Foi algo em que dar nomes a
alguns seria não fazer justiça a centenas que se deslocaram de longe, de seus
trabalhos, de suas famílias e que estiveram comigo quase que diariamente, me confortando
com a sua presença e dando corpo à nossa manifestação.
A solidariedade com que fui
brindado, passando por dezenas de livros, material de conforto para higiene
pessoal, conforto físico, colchões infláveis, cobertores, lençóis, água,
isotônicos, água de coco… é imensurável!
Ao calor humano, então, não há
palavras que possam exprimir o meu agradecimento.
Não poderia deixar de dizer o
meu eterno carinho aos que dormiram no aeroporto naquelas noites longas e
frias, zelando por mim.
Tampouco vou esquecer aqueles
que se ofereceram para o fazer.
O meu agradecimento especial à
médica Vivian, filha de um colega nosso, que por vários dias complementou o
monitoramento biomédico.
Quero aqui deixar o meu
agradecimento ao Presidente da APRUS, que esteve comigo o tempo todo, tanto na
monitoração psicológica, como no acordo com o departamento médico da Infraero,
se responsabilizando inclusive por todas as despesas que adviriam com o
manifesto.
À Infraero, que apesar de ter
havido certos aspectos tensos, se portaram magnificamente, não me incomodando
em momento algum.
À imprensa falada e escrita
que teve um papel preponderante na divulgação deste manifesto, com 12
entrevistas tanto para a televisão como a jornais de grande circulação.
Ao colega que edita um blog
chamado "Cão que fuma" e que
foi uma peça importantíssima na divulgação e transmissão do manifesto, desde o
começo e ao longo de todo o processo.
Enfim um enorme abraço amoroso
a todos, e tenham certeza de que o que todos fizeram não foi em vão, pois o
nosso objetivo foi plenamente alcançado com a resposta do STF, ainda que não
favorável, mas uma resposta que demorou seis meses para ser dada.
Outros processos na busca do
nosso reconhecimento estão em andamento e agora eles sabem que nunca mais vão
poder nos manter em silêncio.
Título e Texto: José Manuel, 07-07-2013
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