José Manuel
Ao longo destas três semanas,
muitas pessoas me questionaram bastante, sobre o que senti durante a greve de fome no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, de 1º a 5 de julho de2013.
Não existe um manual que diga
o que você deve fazer durante um ato como este.
Deve prevalecer sempre o bom
senso e as etapas devem ser queimadas com responsabilidade, pois a vida a ser
preservada está acima de tudo, e a nossa família sempre vai sofrer a angústia
deste ato, apesar de exaustivamente debatido.
Mas, coisas extremamente
simples nos ajudam a prosseguir e o posicionamento adotado desde o início tem
que ser inflexível.
O foco é sempre o objetivo,
que deve ser seguido, custe o que custar, pois a causa é grandiosa, mas não é
desesperador e o resultado, normalmente atingido, é simplesmente sublime.
Então, a todos os que
perguntam, o que posso dizer é que não é fácil, é uma atitude extrema, que você
nunca na vida achou que iria fazer, mas mais radical ainda é o que estão
fazendo conosco, de uma incivilidade a toda a prova.
Como a sociedade precisa saber
disto, e se a forma como o fazer tem que passar por essa via crúcis para chamar
a atenção, o resultado foi alcançado, e então valeu a pena.
Abaixo algumas observações no dia a dia:
2º) Alternei com muita água de
coco (é um soro indispensável pois contém tudo o que o organismo necessita, e
alimenta);
3º) No quarto dia, ainda tinha
bolo fecal, e eu não como muito.
4º) Alternei a ingestão de
líquidos com isotônico tipo gatorade
ou similar, que repôs energia, e também foi muito importante;
5º) Em momento algum durante
os cinco dias senti fome;
6º) A participação de pessoas
dando apoio foi enorme, e trouxeram muita energia positiva;
7ª) Não aceitei alimentos que me
ofereceram, pois sempre acontece, é normal. Nem uma bala sequer pois corria o
risco de acusarem de fraude;
8º) Não aceitei que me
deslocassem de lugar, pois como aconteceu, houve duas tentativas de
desestabilização à minha atitude;
9º) Falar o menos possível,
pois a conversa predispõe à perda de energia. Isso sim foi um problema!
10º) Mantive-me firme na disposição
e focado no objetivo;
11º) A primeira pergunta
(mídia) que fazem é “até quando vai o processo de greve?”. A resposta foi
sempre: Até o objetivo ser alcançado!
12º) Tive desde sempre em
mente que a greve iria ao máximo de tempo que pudesse aguentar. O importante
era o foco;
13º) Sempre pensei na
possibilidade que o objetivo seria alcançado antes que sentisse desconforto. E
foi;
14º) Nunca me dirigi aos
toiletes com mochila ou algo parecido. Sempre fui com o óbvio indispensável à
higiene. Caso contrário poderiam dizer que ia lá ingerir alimentos. E isso é
fraude e tem gente louca para dizer isso de nós a qualquer momento, até como
sensacionalismo. Quase sempre fui acompanhado por uma testemunha;
15º) O sono foi um dos
momentos mais importantes, pois dormir é meio alimento. Então dormi sempre de
11 às 5, ou seja, seis horas, e foi perfeito para a estabilidade do processo.
16º) Sentir-se protegido juridica
e ambulatorialmente foi um dos pontos altos do protesto.
Neste episódio a APRUS esteve
sempre presente tornando o ato um pouco mais fácil de ser levado a contento.
Espero, com estas breves
linhas, ter respondido à maioria das perguntas, e obrigado por tudo.
Título e Texto: José Manuel, 06-8-2013
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