O que é o salário mínimo?
É um valor arbitrário determinado
por pessoas com capacidade financeira para o gastar numa noite de copos.
Para que serve?
Para os seus proponentes se
sentirem bem e mostrarem que não só pensam a sociedade como se preocupam com
pessoas concretas.
Quais pessoas concretas?
Os pobrezinhos que não têm a
sorte de poder gastar um salário mínimo numa noite de copos a discutirem o
valor do salário mínimo. Aquilo a que a malta fixe chama um “momento world press photo”.
Mas o salário mínimo protege os trabalhadores não qualificados, não?
Não. Fomenta a sua
substituição, sempre que possível, por automatismos tão ou mais eficientes e
com custos fixos determinados não sujeitos a uma noite de copos onde se decide
qual o custo que terá daí para a frente.
As pessoas são números?
Para os proponentes do salário
mínimo, são. Quer dizer, são desempregados em potencial, mas isso só é trágico
quando nos bate à porta e começamos a fazer biscates ilegalmente abaixo do
salário mínimo.
Sem salário mínimo haveria escravatura.
Errado. Com salário mínimo há
trabalhadores no mercado informal impedidos de realizar contratos que os
protegem. É a coisa mais próxima da escravatura porque presume que uma lei
impede pessoas de realizarem transacções por serviços abaixo de determinado
valor. Não só é irrealista como pensar que se impede tal coisa por decreto é
simplesmente parvo.
Por que tem que haver salário mínimo?
Porque os socialistas que
levam países à falência acham que é uma boa ideia e o seu eleitorado é composto
de pessoas susceptíveis de acreditar em qualquer treta múltiplas vezes. É o
efeito messiânico que promessas de milagres originam.
Por que recebemos menos que os luxemburgueses?
Porque produzimos menos valor
que os luxemburgueses. Ou dito de outra forma, quanto paga à sua empregada
doméstica para ter tempo para se queixar que isto não se aguenta? Ou ainda
melhor, quanto lhe paga para “pensar na sociedade” em vez de lavar a louça?
Eu pago à empregada doméstica o mesmo que as outras pessoas, de outra
forma não conseguiria contratar uma no mercado informal.
Eu sei. Chama-se lei da oferta
e da procura e não tem nada a ver com salário mínimo. Experimente contratar um
soldador subaquático por 500€.
Isso é uma ideia fascista.
Só seria uma ideia fascista se
tivesse como objectivo “pensar a sociedade” e criar igualdade artificialmente
onde ela não existe, fechando os olhos aos efeitos colaterais. Se estamos no
domínio do “pensar a sociedade”, só existem socialistas: uns mais autoritários,
outros mais homo-sensíveis no seu “pensar da sociedade”. São todos iguais e
acham que são mais espertos do que você, que faz uns biscates por fora.
Receber abaixo de determinado valor é indigno.
Então não receba. Ninguém o
obriga. Pode sempre dedicar-se a comentar posts em blogues.
Quanto recebes para escrever estas coisas que fazem doer na alma dos
portugueses com bom coração?
Nada. Infinito porcento abaixo
do salário mínimo.
Quero deixar um comentário a este post.
OK. Sem problemas. Acrescente
no fim o valor que paga à empregada doméstica e o que o impede de aumentar esse
valor.
Título e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 09-04-2014
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