Aparecido Raimundo de Souza
A tragédia de Mariana, em Minas Gerais
(alguém se lembra desse fato ou já caiu no esquecimento?!). Pois é, senhoras e
senhores. Completou um ano. Desde então, nada, absolutamente nada, foi feito.
A represa situada no
subdistrito de Fundão (a trinta e cinco quilômetros do centro de Mariana, Minas
Gerais, controlada pela Mineradora Samarco S.A, Vale do Rio Doce e Anglo -
Australiana BHP Billiton), com mais de quarenta milhões de metros cúbicos de
lama se rompeu, veio abaixo e o povoado de Bento Rodrigues, foi devastado por
esses rejeitos, como se por lá tivesse passado um tufão, formando a maior
desgraça ambiental do planeta.
De Mariana, a lama desceu
pelos Rios Piranga, Rio do Carmo, Rio Gualaxo do Norte e Rio Barra Longa, entre
outros, chegando, finalmente, ao Rio Doce, atingindo, com isso duzentos e
trinta municípios não só do Estado de Minas Gerais, como igualmente do Espírito
Santo.
Com isso, mais de cinco mil
famílias foram atingidas. Perderam suas casas, seus pontos de comércio, suas
dignidades, seus direitos de ir e vir. Exatos trezentos e sessenta e cinco dias
esses filhos de Deus esperam, por auxílios financeiros e indenizações que nunca
chegaram, e, talvez, nunca se tornem realidade.
Na época do evento, lembrando,
um ano atrás, a imprensa do mundo inteiro espalhou aos quatro cantos do planeta
que dezenove pessoas haviam sido mortas, uma desapareceu e mais de duzentos e
cinquenta ficaram feridas. Mesmo trilho, a imprensa dos dois Estados, Minas
Gerais e Espírito Santo, deram conta de que vinte e duas pessoas foram
indiciadas. Todavia, é possível que esses números sejam maquiados para enganar
a sociedade. Neste Brasil, enganar a plebe faz parte do cotidiano das
autoridades, não importa qual seja o seguimento.
As três empresas envolvidas
(ou simplesmente as rés acima citadas, em todas as ações que foram intentadas),
até ontem não deram em nada. Pode ser que amanhã, dê alguma coisa e as diversas
almas desesperançadas consigam soerguer suas vidas começando da estaca zero.
Sem perder o foco, por que todas as ações protocoladas não deram em nada? A
resposta está clara e cristalina. A Samarco e a Vale do Rio Doce, bem ainda a
tal da BHP Billiton possuem bons advogados, figuras maquiavélicas treinadas
para procrastinar, ou seja, para enrolar, empurrar pra barriga.
O pior dos advogados
contratados pelo trio (será capaz de dar nó em éter ou cagar na cara da justiça
sem tirar a calça e o paletó). As provas robustas e cabais ai estão, ou melhor,
lá estão para quem quiser ver. Resumindo, as medidas e mais medidas que são
diariamente jogadas nos fóruns, visando protelar o problema, escudados pela
morosidade da emperrada máquina justiça e pior, no fim sabemos todos que
prevalecerá, haja o que houver, sempre vencerá a figura infame da IMPUNIDADE. Impunidade virou moda neste país onde os
ladrões brotam de todos os ralos de esgotos existentes. IMPUNIDADE dá ibope,
gera noticia, gera renda pra beneficiar meia dúzia de pilantras.
Enquanto o barulho pega fogo
no castelo da Dinamarca, o POVO DE MARIANA, QUE SE FERROU QUE CONTINUE TOMANDO
NO CENTRO DO RABO. Para a Samarco, para a Vale do Rio Doce, e para a BHP
Billiton, o povo tem mais é que chorar as pitangas nos quintos do inferno.
Por mais esforços que os
ilustres representantes dessa sociedade hipócrita, comprada, vagabunda, capenga
e desleal propaguem, alardeando que tomaram ou que beberam essas e aquelas
medidas, no final tudo resultará em pizzas. Quer ganhar dinheiro, minha
senhora, meu senhor? Abra uma pizzaria em Brasília. Seus problemas financeiros
acabarão de imediato.
Não devemos esquecer nunca,
jamais, que as rés, ou melhor, os três cânceres malignos são poderosos, possuem
status, dinheiro a rodo, podem comprar promotores, juízes, governadores,
prefeitos, enfim, quem se colocar na frente. E a porra da corda, meus caros
(desde os tempos em que o mundo se fez mundo) rebenta e continuará se rompendo
sempre pelo lado mais fraco.
Neste quadro, só para
ilustrar, o lado mais fraco é o povo sofrido, o povo idiota, o povo sem
cultura, o povo despreparado, que vive ao deus dará (e continuará vivendo) não
tendo sequer, forças para fazer a sua voz ser ouvida, por quem deveria manter
os olhos e os ouvidos abertos e em alerta constante.
Para essas três desgraças
acima citadas, os sobreviventes de Bento Rodrigues, e a galera de Mariana, que
se fodam. Que se explodam. “Que tudo mais vá para o inferno”, como diria o
cantor Roberto Carlos na época em que não tinha problemas com “TOC” e vivia uma
vida normal. Não devemos esquecer nunca, que essa ralé de Bento Rodrigues e
Mariana pertence a banda podre do País. Diante do inevitável, vamos dar vida e
glória à Samarco, à Vale do Rio Doce, e bater uma salva de palmas para a BHP
Billiton. Vamos enaltecer, vamos nos curvar diante das Poderosas e Intocáveis.
Elas fazem parte da caixa preta do Brasil, fazem parte da maçonaria dos deuses
eternos, donos deste mundo de famintos e famigerados.
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PANFLETADO E DISTRIBUIDO NAS SINALEIRAS, ALÉM DE INCLUI-LO EM MEU PRÓXIMO LIVRO
“LINHAS MALDITAS” VOLUME 3.
Título, Imagens e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, 63 anos, jornalista, da Praça da Sé, Centro de São Paulo, 16-12-2016
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E continua. Nada mudou, desde então... esse é o nosso (como diz Aparecido Raimundo de Souza em seus textos), nosso brazzzil. O país número um das falcatruas, do maior número de presidentes presos, por serem transparentes e não pactuarem com as roubalheiras, dos ladrões que roubam, que matam, porque sabem que a IMPUNIDADE prevalece acima de qualquer coisa. Tem jeito para ele? Ou tem "geito" para colocar tudo nos trilhos? Sim. Sempre há um jeito "geitoso", uma saida, uma válvula de escape. Lembram de Sodoma e Gomorra? Todavia, deveríamos começar por brazzzilia, a capital latrina numero um dos PICARETAS. Carina Bratt, de Salvador, na Bahia.
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