Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Estaríamos inebriados com
tantos sucessos.
É o emprego garantido. Se
sindicalista, é juntar a fome com a vontade de comer. Se perder a eleição, não
se preocupe, temos uma vaguinha para você. É a glória, o sucesso, sem qualquer
mérito, mas quem está preocupado com isso?
Os idiotas abrem as portas
para nós atravancarmos e atravancamos. Pequenos percalços, alguns até
incentivados por nós, tonteiam a fajuta oposição e obnubilam a visão dos mais
críticos.
O MST prossegue impune como
entidade sem registro, mas aquinhoada com recursos governamentais, mais
adestrado, mais agressivo, conforme os planos.
Reforçamos as dicotomias
sociais e recrudescemos as diferenças. Negros, índios, quilombolas, pervertidos
sexuais, estudantes, beneficiados com bolsas, maconheiros e bandidos presos ou
ainda livres nos adoram.
Pagamos auxilio-reclusão para
quem vai preso, mas não para as vítimas. Os defensores dos direitos humanos
entram em orgasmo com esta e outras medidas, que consideram compensadoras de
seus esforços do tudo pelo social.
Inventamos as cotas,
alimentamos raivas, adubamos ódios e fortalecemos as nossas posições. Sem
esforço, acuamos a milicada.
Desarmamos todos os homens honestos.
Só falta proibir a cusparada em nós, que breve será enquadrada em crime
hediondo.
Somos batutas em criar
Seminários, Debates e Referendos, que inundamos de cumpanheiros que sufocam os
contrários.
Metemos a mão em tudo, como
nada fazem, vamos em frente.
Apadrinhamos o trem-bala
contra tudo e contra todos. Soltamos o Batistti, entregamos os exilados
cubanos, expulsamos os plantadores de Roraima e abençoamos como família a
juntada de dois homens, de duas mulheres, meras amostras de como e de quanto
podemos. Decretamos que é proibido beber um copo de cerveja se for dirigir,
apesar de já existirem rígidas regras de controle através dos bafômetros, nunca
dantes aplicadas. Para os trouxas um tremendo sinal de que o governo está
preocupado com a moral e os bons costumes.
Sublimamos o politicamente correto.
Mas, matreiramente, decidimos o que é politicamente correto, logo... chamamos
de afro-descendentes negros retintos, de incompreendidos sexuais as mais
asquerosas bichonas e, carinhosamente, de aloprados a um bando de malfeitores.
Estamos de olho na comunidade
maconheira, por isso acenamos a nossa simpatia para a descriminação do produto,
é o voto certo da galera.
Na educação o lema é
deseducando que se vai ao longe. Nas Escolas, nas Universidades estamos
formando novos quadros, jovens cheios de idéias, combativos, dispostos a tudo,
inclusive, colher cana em Cuba.
Nos livros, um patrulhamento
infame, até Monteiro Lobato foi escrachado. Incentivamos a incerteza sexual das
criancinhas. Os desnorteados serão uma presa fácil para cooptação.
Nas artes, viva a sodomia,
pois quanto mais promiscuidade melhor.
Nossa gestão de tirar dinheiro
de muitos, segurar uma parte para nós e repartir o resto para a comunidade
pobre é elogiada mundo a fora. Incentivamos a poupança sabendo que ela rende
menos do que a inflação. Patrocinamos com polpudos aportes as ONGs co-irmãs.
O PAC 1 vai de mal a pior, e
até criamos o PAC 2, mas o que importa é inaugurar o teleférico das comunidades
no Rio de Janeiro. Isto dá IBOPE.
Banalizamos a prática da
negociação malandra, quando nós e os nossos comparsas ganhamos, só a viúva é
quem perde, e ninguém reclama.
Aprovamos o Regime
Diferenciado de Contratações (viva a Copa), que muito breve deverá ser
extensivo às obras do PAC, metemos a mão na Vale do Rio Doce, o BNDES é o nosso
caixa dois, elegemos a poste de alta tensão, a Petrobras é do PT e os
sindicatos não prestam contas a ninguém.
Enfim, culpamos a sociedade
por todas as mazelas, diferenças sociais, atrasos e demais óbices da Nação, por
isso, por sua incúria, ela deve pagar com pesados impostos. Daí é só cobrar que
a sociedade culpada paga sem chiar.
Assim, em menos de uma década
subvertemos as mentes e as consciências. Não há do que reclamar, melhor
estraga.
Em cada rincão, temos massas
de manobra para com violência sublinhar nossas posições. A Idelli de leão de
chácara foi travestida em Miss Simpatia. Mas é disso que povo gosta.
Por tudo, e fácil entender
porque nos ufanamos de ser petistas.
Querem mais?
Título, Texto e Grifos: Gen. Bda Rfm
Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Brasília, DF, 11 de julho de 2011
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