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Foi a 14 de Setembro de 2008
que o Lehman Brothers faliu, lançando a crise global. Logo a 21 de Janeiro de
2009 a Standard & Poor’s reduziu o rating da dívida pública portuguesa para
o nível mais baixo desde que começou a analisá-la no início da década de 1990.
Mas só 540 dias depois do início do tumulto, a 8 de Março de 2010, o Governo
descobriu que havia problemas, e anunciou a austeridade do PEC 2010-2013, que
corrigiria várias vezes, até pedir ajuda externa a 6 de Abril de 2011. A 20 de
Maio o programa da troika foi aprovado pelo FMI.
Só existe uma coisa estável
neste longo processo: ainda não houve austeridade. Já passou mais de um mês
desde o novo programa e ainda não se viu nada. Muita gente sofre e a economia
cai. Proclamam-se medidas simbólicas e sobem-se os impostos. É assim há anos,
mas não se reduz a despesa.
O actual Governo, como o
anterior, disse que ia cortar. Marcou um novo estilo, mais adequado aos tempos
de austeridade, com a eliminação de ministérios, redução nos automóveis,
viagens em turística. Mas nada disso tem efeitos.
Falta um punhado de medidas
bombásticas. Têm de ser lançados alguns processos radicais que coloquem o
Estado firmemente num caminho diferente do que percorre há duas décadas. Não
nos próximos meses ou semanas, mas nos próximos dias. Ou surgem medidas
inovadoras, dramáticas, revolucionárias, que modifiquem os hábitos ruinosos, ou
continuaremos na pseudo-austeridade que desde 2008 alimenta as ilusões e
aumenta os problemas. Entretanto o tempo esgota-se. E o dinheiro também.
João César das Neves, Destak, 21-07-2011
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