Foto: Marino Azevedo/JB |
Valmir Fonseca Azevedo Pereira
O célebre romance do escritor
irlandês Jonathan Swift, “As viagens de
Gulliver”, e também um clássico da literatura inglesa, é uma tremenda
sátira à época, que aborda outras passagens além do Gulliver entre os
liliputianos, e que se tornou a coqueluche dos contos e filmes infantis, contêm
outras interessantes estórias pouco conhecidas.
Lembraremos de uma. Aquela em
que os cidadãos absortos em seus próprios pensamentos, dedicados ao estudo de
problemas insolúveis, procurando mergulhar no amago do seu cérebro, olham
fixamente para a ponta do próprio nariz.
E ficam, entretidos no seu
hábito, definitivamente, estrábicos.
Semelhante costume, levado aos
extremos, desvirtuou-lhes a visão, e para evitar as colisões entre si e com
os mobiliários, passam a andar portando na mão uma extensa vara com uma bola na
ponta. Parece que uma bexiga de vaca. Assim, semi-cegos vão
batendo sua vara bexigosa nos outros e nos objetos, procurando evitar alguma
desastrada trombada. Mas deixemos de divagações, e
passemos ao nosso comentário.
Muitos alegam que a Escola Superior de Guerra (ESG) está ultrapassada. Seria a hora, sob a égide de uma
nova visão social, de injetar modernidade e reflexão àquela casa de profunda
meditação.
A ponta de lança foi o
Stédile, como não saiu sangue, após o plantio da viçosa semente que germinou no
coração de importantes e influentes esguiamos, nada melhor do que convidar um mestre para sacudir o lauto e letrado
auditório com lições e verdades surpreendentes.
Esperamos que, após o evento,
professores e alunos/estagiários, literalmente, caminhem embevecidos como se
andassem nas nuvens.
E pasmem, falou sobre o papel dos militares na Estratégia Nacional de Defesa (END), tema de total
desconhecimento do público militar. Foi, sem sofismas, um banho.
Torcemos para que a data de
ontem, doravante, seja comemorada, anualmente, como o “dia em que ele esteve aqui”. Não estranharemos que, além da
costumeira placa, sua vistosa estátua celebre a magna data.
Quem deu a brilhante ideia?
Não sabemos. Um iluminado? Um luminar?
O ser humano é, inegavelmente,
uma caixinha de surpresas. Individualmente, somos capazes das maiores e
dignificantes propostas, mas cretinos o suficiente para propormos as mais
degradantes soluções, atividades, leis, e assim por diante. Até aí, nada de
mais.
Contudo, levada a proposta à
apreciação do grupo, as pessoas de bom senso podem abismar-se que outros viventes tenham endossado a idiotice.
Até aí nada demais, a bandalheira, por vezes, segue em frente.
Apresentada a peça ao alvedrio
da autoridade, que eventualmente pode ser constituída por um grupo de notáveis,
ao abonar a estupidez, sua decisão soa como o fim da picada.
Aí sim, tudo haver.
Por certo, pesando os prós e
os contras, acreditamos que as autoridades tenham concluído que o elevado saber
do palestrante, pelo muito que ele tem feito em prol da Pátria, seria de
extrema valia, sem contar a simpatia que a vetusta Escola irá obter no seio da
esquerda nacional. Sem dúvida, pressentimos o evento como mais um tremendo
avanço.
Marchamos resolutos, agora com
a valorosa contribuição da ESG.
Ah, quanto aos vesguinhos do Swift, dizem as más-línguas que continuam
andando por aí, olhos fixos na ponta do nariz, com sua vara com a bexiga de
vaca na mão, batendo aqui e acolá, às vezes acertando passantes que nem nós,
que não temos nada com a sua distorcida visão.
Título e Texto: Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca
Azevedo Pereira, Brasília, DF, 30 de julho de 2011
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