Valmir Azevedo Pereira
Foto: DR |
A recente prematura e
dramática morte da cantora Amy foi um estridente grito de alerta para o nosso
nojento vício, e mostrou como o consumo desvairado de entorpecentes pode
inebriar,e proporcionar instantes de incontido prazer e deleites orgásticos pontuais,
mas levar à ruína, à degradação, à morte moral e à putrefação ainda em vida.
Diante do infausto, impõe-se
redobrados cuidados. Se não pararmos ainda sucumbiremos disso. E nossas
futuras gerações também.
Nós e milhões de brasileiros estamos
nos últimos degraus da decadência humana. Fomos escravizados por prazeres
passageiros e palavras enganosas.
Os traficantes sabem como
somos dependentes, acostumados a injetar nas veias doses letais dos mais
variados estupefacientes, e nem ligamos.
Acorda, incauto Brasil!
Há décadas, embriagados pelos
alucinógenos e entorpecidos pela mágica dos populistas, passamos a ingerir
pequenas doses que se tornaram cavalares e a viver em outras galáxias, e
ficamos viciados em qualquer droga que nos ofereçam.
Por falta de opções, fomos
degradando, aviltando, e hoje temos que aguentar a droga da metamorfose
ambulante, a droga da guerrilheira, a droga do congresso, as arrepiantes
decisões do judiciário e os abusos dos estupradores da moral. Tudo sem um ai.
Assim, não há veia que
aguente. Em suma, somos viciados em porcarias.
Por quanto tempo será possível
sobreviver a tanta intoxicação? Percebem-se os efeitos colaterais do
entorpecimento, a perda do bom senso, a falta de honestidade, de dignidade, a
falência da indignação e o descaso com todo o tipo de devassidão.
Sim, somos viciados e, sem
nenhuma ou pouca possibilidade de recuperação. É triste, mas é a pura verdade.
Enlouquecidos pelo vício, nada mais importa, nem que a mula manque, o que eles
querem é nos rosetar.
Reviramos os olhinhos à
simples menção “de nunca na história desse País...”, deliramos com as
propagandas, nos apegamos às mentiras, pois se o governo anunciou na mídia,
passou a ser verdade. Diariamente somos brindados com novas conquistas,
repetitivas inaugurações, com novos feitos. O céu é o limite.
Mas quem se preocupa se forem
falsos, superestimados, e que bradem que este é o Brasil de todos? O da
propaganda sim, o real não.
E não nos perguntem o que o
desgoverno fará por nós, mas o que faremos por ele. E nós, em uníssono e,
totalmente chapados, responderemos felizes, “pagaremos os mais altos impostos
do planeta, aplaudiremos promessas e viveremos na doce ilusão, de que afinal de
contas, como Deus é petista, tudo vai dar certo”.
Vivemos na ilusão dos
discursos (até as pregações de Jesus Cristo sofreram recentes reparos), dos
foguetórios, engolimos o PAC com sofreguidão, entramos na orgia dos estádios,
preferimos templos do esporte bretão às escolas, às universidades, nos
alucinamos com corrupções, sonhamos com uma viagem alucinante no trem-bala,
estamos, desde já, gastando as riquezas do pré-sal, e a cada manhã, como dose
de psicotrópico matinal, aguardamos o escândalo nosso de cada dia.
Inapelavelmente drogados, numa
alucinação de dar medo, vemos o ex
adentrar na ESG para mais um espasmo de populismo. É terrível, é tétrico, pois
o gajo, no nosso delírio, é aplaudido de pé, como o Stédile.
Sim, é melhor acordar antes
que o pesadelo se torne realidade (já é).
Título e Texto: Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca
Azevedo Pereira, Brasília, DF, 29 de Julho de 2011
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