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Acidente da TAM, Congonhas, julho de 2007, foto: DR |
Escritório de Investigações e Análises
(BEA) da Aviação Civil da França começou, nesta sexta-feira, a divulgar um
relatório sobre a tragédia com o Airbus A330 do voo 447 da Air France, que ia
do Rio a Paris, em 2009. Com as informações reveladas pelas caixas-pretas, já
se sabe que a queda da aeronave durou 3 minutos e 30 segundos. O acidente matou
228 pessoas.
As tragédias envolvendo esses tubos
metálicos que sobrevoam nossas cabeças costumam ser medidas pelo número
arrasador de vítimas que fazem. Segundo esses parâmetros, o maior acidente
aéreo até hoje aconteceu em 1977, na Ilhas Canárias, deixando 578 mortos. A tragédia não foi exatamente um acidente aéreo, mas de
trânsito: em linhas gerais, dois monstruosos Jumbos receberam autorização para
ocupar a mesma pista ao mesmo tempo. Com a visibilidade prejudicada
devido a um forte nevoeiro, se chocaram.
Acidente semelhante só aconteceria 25
anos mais tarde, quando um Tupolev russo e um Boeing 757 se chocariam a 11.500
metros de altitude na Alemanha em um tipo raríssimo de acidente aéreo. De
acordo com especialistas, uma diferença de segundos no roteiro de cada um e o
choque não teria ocorrido. O mais dramático é que a bordo do avião russo havia um grupo
de 52 crianças e adolescentes do Bashkortostão, uma das repúblicas autônomas da
Federação Russa, que iriam passar férias na Espanha. Eles deveriam ter
deixado Moscou um dia antes, mas se confundiram sobre o aeroporto de embarque e
foi preciso esperar outro aparelho.
Em 2006 foi a vez do Brasil assistir
perplexo a um choque a 11.000 metros de altitude. Naquele ano, o Boeing 737-800
da Gol caiu nas selvas de Mato Grosso após chocar com um jato Legacy, matando
154 pessoas. Em uma investigação confusa, ficou certo que o Legacy voava
a uma altitude em que não deveria estar, diferente daquela determinada por seu
plano inicial. Também não houve dúvidas de que, no jatinho, o aparelho
chamado transponder – que transmite os dados sobre velocidade, altitude e
direção para o controle aéreo em terra – ficou inoperante em parte do trajeto
até o choque com o Boeing. Erro humano e de computadores no controle de tráfego
em Brasília também alimentaram as investigações.
Um ano mais tarde, o país presenciaria
o pior acidente aéreo de sua história. No dia 17 de julho de 2007, um Airbus A320 da TAM que vinha
de Porto Alegre não conseguiu pousar na pista molhada de Congonhas. Depois de
atravessar a avenida paralela ao aeroporto, entrou num depósito de carga e
explodiu. O avião viajava lotado. Morreram todos e
ainda houve vítimas em terra. Foram cerca de duas centenas de mortos. As
investigações apontaram que um erro cometido pela comandante impediu que o
avião desacelerasse o suficiente para pousar. Mas o comprimento da
pista – curta demais – e a falta de uma área de escape foram decisivos para que
o acidente produzisse tantas mortes.
No fim de um sequência de acidentes
que assustaram os brasileiros nos últimos anos está a queda do voo 447 da Air
France em 2009. A aeronave, que partiu do Rio de Janeiro rumo a Paris,
desapareceu do controle aéreo no litoral brasileiro no meio do
oceano Atlântico num caso ainda não esclarecido pelas autoridades.
O acidente matou 228 pessoas, sendo 59 delas brasileiras. Um mês após o
desastre com o avião da Air France, um Airbus A310 da Yemenia Airways,
companhia aérea estatal do Iêmen, caiu no Oceano Índico próximo às Ilhas
Comores, na costa leste da África, com 153 pessoas a bordo. O espantoso no desastre é que houve um único
sobrevivente, uma adolescente francesa de ascendência comorense, Bahia Bakari.
A história é ainda mais surpreendente porque a garota não sabia nadar bem.
Trinta e seis anos antes do acidente
da Air France no Atlântico, outro tragédia unia Brasil e França. Em 1973, um vôo da Varig que fazia a rota Rio-Paris precisou
fazer um pouso de emergência a apenas oito minutos de aterrissar na pista do
aeroporto francês de Orly. Mais tarde, soube-se que a causa do acidente
foi um incêndio provocado por um cigarro no banheiro do avião. A queda, que
aconteceu a quatro quilômetros do destino final voo, matou 116 passageiros e
outros seis tripulantes.
Título, Imagem e Texto: Revista Veja,
20-07-2011
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