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Câmara Municipal, Estremoz, Portugal
Foto: Georges Jansoone, 25-09-2006
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As movimentações militares da
revolução do 5 de Outubro iniciaram-se no dia 3 de Outubro pelas 3h da
madrugada. Foi nessa altura que os soldados da Infantaria 16 se instalaram no
cimo da Avenida da Liberdade onde se juntaram as baterias do Regimento de
Artilharia 1. Nessa zona instalar-se-ia o quartel-general dos revolucionários
chefiados pelo comissário naval Machado Santos.
A marinha aderiu imediatamente
à revolta tendo-se juntado outros militares de baixa patente de ideais
republicanos. Os navios Adamastor e São Rafael prepararam-se para o
bombardeamento ao Palácio das Necessidades, que se veio a efectuar no dia
seguinte. Não obstante a oposição do cruzador D. Carlos, as operações navais
rapidamente foram controladas.
Entretanto, mal se soube do
início das operações, registou-se uma grande agitação entre a população que
rapidamente se prestou a ajudar os revoltosos. Há que salientar neste aspecto a
acção da Carbonária que desempenhou um papel importante no sucesso do golpe
militar.
As tropas terrestres tinham-se
instalado na Rotunda onde sofriam um forte bombardeamento das forças
monárquicas. Na madrugada do dia 4 a situação dessas tropas podia considerar-se
desesperante, chegando ao ponto do capitão Sá Cardoso admitir a hipótese de
depôr as armas. Todavia Machado Santos não se conformou com a situação dizendo
que preferia morrer a entregar as armas. Foi a tenacidade deste homem que
possibilitou um autêntico volte-face na situação. No dia seguinte ele escrevia:
"Tenho a honra de comunicar que as forças do meu comando, acampadas na
Rotunda da Avenida, venceram as tropas monárquicas. Escusado será lembrar o que
foram para as forças que tive a honra de comandar essas horas terríveis de luta
de um contra dez. " (Relatório do comandante Machado Santos ao Governo
Provisório).
O ataque de um grupo de
marinheiros chefiados pelo comissário Mariano Martins ao Rossio, onde se
encontrava o general Gorjão, comandante da 1.ª divisão viria a revelar-se
decisivo na vitória das forças republicanas, pois veio diminuir os ataques
sobre a Rotunda.
Assim, às 9 horas da manhã do
dia 4 de Outubro, Paiva Couceiro, o general-chefe das forças monárquicas
assinou a acta da rendição. Na manhã de 5, a República foi proclamada na Câmara
Municipal de Lisboa. Ao meio-dia a Revolução estava consumada.
Na tarde desse dia o rei D.
Manuel acompanhado pelas rainhas D. Amélia e D. Maria Pia, embarcava na
Ericeira, a bordo do iate Amélia rumo a Gibraltar. Daí, seguiu para Inglaterra,
a sua morada definitiva.
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