1. Os sintomas de
desnorteamento dos partidos em relação à eleição para governador do Estado do
Rio é cada dia maior. A começar pelo PMDB. Uma reunião reservada de seus
cardeais foi vazada com uma proposta de rendição incondicional: ou o PT-RJ
apoia Pezão ou o PMDB-RJ não apoia Dilma. Traduções:
a) Pezão não tem pernas para
vencer sozinho com aliados locais;
b) PT nacional quer distância
do desgaste do Cabral.
2. Lindbergh – na ânsia de
formar uma frente de apoio “catch-all” e exatamente quando se formava a dupla
Campos/Marina, apontando para um quadro eleitoral que o PT nacional não contava
– declara que vai buscar o apoio do PSB no RJ. Crise e enquadramento do tipo
“cala a boca” garoto. Perde uns pontos de confiança interna.
3. Garotinho tentou atrair
partidos significativos e fracassou. Ficou isolado. Ruídos do Planalto garantem
que Dilma quer qualquer candidato eleito, até os da oposição, menos Garotinho.
O PSOL finalmente decidiu
voltar com Milton Temer, o que garante maior contundência no discurso e menor
amplitude de votos. O nome do vereador Paulo Pinheiro, que traria para o palco
o tema Saúde e maior amplitude, foi descartado por ser cristão-novo.
4. Miro Teixeira escorregou e
antecipou sua entrada no PROS horas antes de Marina aderir ao PSB. Para ser
candidato terá que convencer aos Gomes – Ciro e Cid – que fará a campanha de
Dilma e não de Campos e Marina (de quem se aproximou na certeza que sairia a
“Rede”, com ele candidato). O PSB não sabe como montar um palanque no Rio para
Campos. Está usando sondas de profundidade.
5. Outros ruídos do Planalto
informam que Crivella precisa ser candidato: entrará com Dilma no voto
evangélico e reduz a intenção de voto em Garotinho de 5 a 10 pontos, abrindo o
caminho para Lindbergh. Mas num quadro pulverizado assim, corre com chances de
ir ao segundo turno. Tríplice palanque.
6. O PSDB apresenta o nome de
Bernardinho para mostrar que está vivo no Rio. Na verdade é emblema da campanha
de Aécio, que mais do que ninguém, sabe, que Bernardinho não vai colocar seu
prestígio pessoal, sua mobilidade internacional e suas empresas no caldeirão do
Rio. Ou seja: PSDB-RJ aguarda Aécio e não sabe para onde vai.
7. Finalmente o DEM que
garante, repete e afirma que terá candidato a governador, o que oxigena a
legenda dos deputados. O nome que conta é do ex-prefeito e vereador Cesar Maia,
que aparece em pesquisas entre 8% e 10%, bom patamar para alavancar, mas,
melhor, para fazer legenda. Essa provável decisão, com a possibilidade da
candidatura do deputado Ronaldo Caiado a presidente, se torna definitiva.
8. Uma boa notícia para todos:
com este imbróglio formado e esta pulverização, quem chegar a 15% terá enorme
chance de estar no segundo turno. Isso cria estímulos e motivações: quem tem
entre 5% e 7%, está perto dos 15% – ou seja – do segundo turno.
Título e Texto: Cesar Maia, 17-10-2013
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