E a bola vai rolar... amigos velhinhos e velhinhas do Aerus... coitada da bola!...

Valdemar Habitzreuter

A vida rotineira do brasileiro, cheia de percalços desastrosos por conta de políticas governamentais insanas que dificultam o bem-estar do cidadão e dando-lhe perspectivas as mais desanimadoras possiveis, entrará num clima ilusório de euforia a partir da quinta-feira da semana que vem com o início da copa. É o grande evento que o governo arranjou como pedindo uma trégua à população e como se dissesse: eis "pão e circo" e não me encham o saco com lamúrias pelo desastre e caos social.

Todos sabemos que o governo quer camuflar, de todas as formas, a realidade caótica brasileira, e nada mais propício do que este evento, agora, da Copa do Mundo, na qual apostará todas as suas fichas para o seu sucesso e, em seguida, poder triunfar nas eleições vindouras.

As pessoas politizadas veem os rumos se desenhando no horizonte da ideologia petista: socializar o Brasil à moda castrista ou chavista. Isto é, matar a vocação democrática do Brasil e instaurar um regime dito socialista capenga com o argumento da igualdade social.

Mas que diabos de igualdade social é essa em que o capital da classe empresarial brasileira é espoliado com altíssimos impostos para depois distribuir migalhas aos pobres sem lhes dar motivação alguma para a conquista de sua própria autonomia como ser humano produtivo? Já é notório a insatisfação e desânimo dos empresários por falta de políticas viáveis para seus intentos de novos investimentos.

Não seria mais viável um Brasil capitalista, o governo incentivando o empresariado brasileiro e servindo (o governo) apenas de regulador para que toda sociedade seja beneficiada com a riqueza produzida, resultando isso em bons empregos para as pessoas e, assim, cada qual ser autônomo e dono de si, livrando-se da dependência vergonhosa deste governo que se diz protetor dos trabalhadores?

Que é feito de Cuba há décadas sob o regime comunista? Indolência coletiva de seu povo e um empresariado insosso sem vontade de produzir, já que a maior fatia da produção vai para o governo para que este possa sustentar a população de zumbis. Se lá não há miséria extrema a ponto de se definhar de fome, há miséria moral extrema onde o bem maior do ser humano é tolhido: a liberdade.

Meus amigos velhinhos e velhinhas do Aerus, não sejamos tão aéreos e ingênuos a ponto de crer de que este governo, que está aí, atenda de imediato nossos clamores pela execução do veredicto da justiça que nos favoreceu e que nos tiraria do atoleiro. Ele simplesmente tripudia do poder judiciário como se fosse um mero fantoche da República.

Há muito tempo estamos ouvindo este blá-blá-blá de uma solução para o nosso caso. De blá-blá-blá em blá-blá-blá vamos sendo enrolados acintosamente como se fossemos joões-ninguém. O Ministro Berzoini não disse que não teve tempo hábil para fazer uma análise do nosso caso na última reunião com os dirigentes da FENTAC? O que isto significa a não ser enrolação?

É por isso que já não estamos mais numa genuína democracia. O executivo amealhou e concentrou os poderes para si. É ele que dita o que fazer e como gerir a coisa pública. No congresso tem a maioria; no judiciário os juízes petistas dominam; o populacho queda-se inerte e ignorante do que está por vir. Não é sem razão que o Joaquim Barbosa debandou com a petização do Supremo, além de ser ameaçado de morte por tresloucados petistas. Aos poucos o verde de esperança da bandeira do Brasil vai desbotando e dando lugar a um vermelho de fantasias oníricas petistas sinalizando ruptura com o ideal democrático.

Mas, meus amigos velhinhos e velhinhas, deixemos de lado este discurso sobre a desgraça petista que paira sobre nós e curtamos os jogos da copa. Não como simples espectadores delirantes sem daí tirar algumas lições. Vejamos, por exemplo, o que acontece com a bola durante um jogo. Esqueçamos os jogadores, pois estes ganham fortunas correndo atrás dela. Não é o nosso caso, já que nossa situação é de mendigos. Concentremos-nos simplesmente na bola. Ela é tratada brutalmente sem piedade de tudo quanto é tipo de golpes: cabeçadas, chutes de bico, de peito, de placa, de trivela de três dedos, etc. Agora imaginem se esta bola fosse um ser vivo sensciente. Que lástima seria isto!

Pois é, meus amigos, coloquemos-nos no lugar da bola. Não é esta a situação nossa perante o governo? Não recebemos chutes e mais chutes, cabeçadas e mais cabeçadas? Por certo já ouviram falar do chute de três dedos na bola por jogadores habilidosos. É um chute altamente sofisticado que resulta muitas vezes em bola na rede. Parece que o governo quer inovar em matéria de chutes e nos aplicar o golpe de um dedo só. Este seria o golpe fatal que nos lançaria nocauteados na rede e estaríamos f... de vez.

Mas isto não vai acontecer, um tal golpe sujo, se posicionarmo-nos altivos e combatentes, meus amigos. Participemos da forma que pudermos na luta pela restituição de nossos direitos e, assim, viraremos o jogo a nosso favor, marcando o gol da vitória...

Lembrete: haverá eleições! É uma oportunidade de tirar os pedregulhos e 'petralhadas' do caminho se quisermos ter um Brasil democrático...

Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 06-06-2014

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