Mineiraço: a superação do Maracanaço...

Valdemar Habitzreuter

Precisou-se 64 anos para que o Brasil tivesse a oportunidade para apagar uma mágoa histórica: o maracanaço. Em 1950 a nação inteira chorou com a perda da Copa, também realizada em solo brasileiro. A final com o Uruguai deixou a alma brasileira em frangalhos com a derrota de 1 x 0. Esta mágoa já não existe mais, ela hoje foi apagada com o MINEIRAÇO. A derrota de hoje superou o maracanaço, deixou a alma brasileira mais que magoada – sente-se também humilhada, decepcionada... Talvez, mais 64 anos para apagar este vexame de 2014.

Mas, não teremos mais o Lula para trazer novamente a Copa para o Brasil. É uma pena... Este vexame talvez perdure para sempre...

Estamos tristes com isso? Claro que sim, o patriotismo fala alto em todos nós. Mas, por outro lado podemos nos sentir aliviados com o fim de uma euforia brasileira generalizada que estava fugindo de controle dando a impressão de que o Brasil é o melhor e mais lindo país do mundo. É isso ao menos que a mídia deixava transparecer ao mostrar a população empolgada com os jogos da Copa, e os turistas não vendo outra coisa que um povo brasileiro alegre, satisfeito, hospitaleiro e festeiro, e nada da miséria que crassa neste solo gentil. O paraíso na terra!

É tudo isso que o governo petista queria com esta Copa: mostrar ao povo brasileiro e ao mundo um Brasil pujante, desenvolvido e progressista. A euforia generalizada dos brasileiros se encaminhava a sustentar esta mentira e ilusão petista.

Vamos esperar o fim do Mundial e a rotina da vida brasileira voltar ao seu ritmo normal. É com esta rotina normal que o brasileiro está acostumado, com escolas ruindo, saúde em falência, violência por todos os lados, corrupção solta e assim por diante...

Após a Copa temos pela frente outra disputa que só chega ao fim em outubro, podendo se estender até novembro: a campanha eleitoral em que times políticos se engalfinharão para vencer a Copa República. É esta disputa que mais nos interessa. A nossa torcida deve pender para o time que tem jogadores que atacam a miséria brasileira, que tem jogadores defensores do bem público, que tem jogadores de meio de campo com garra para garantir a democracia brasileira.

Para isso, cabe a nós convocar bem os jogadores para montar o time ideal. Não podemos mais aceitar times com os quais só passamos vergonha perante o mundo, e pior: que depenam a nossa República e que seguem teorias políticas alheias à vocação democrática brasileira. Não podemos aceitar uma bolivarização para o Brasil que intenta fundar sorrateiramente uma ditadura disfarçada em socialismo.

Nós somos os milhares de técnicos que podemos escalar um bom time para nos representar na arena Brasil, dando-nos as alegrias democráticas que todo país sério merece... Portanto, de olho em outubro para fazer boas escolhas...

Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 09-07-2014