Valdemar Habitzreuter
Certamente, todos nós
experimentamos coisas boas na vida que nos deixam felizes. Se não fosse assim
estaríamos vegetando amargurados ali e acolá. Mas parece que as coisas boas não
nos afetam tanto quanto a ocorrência de fatos contrários à nossa felicidade.
Quantas coisas boas você poderia enumerar que o possam deixar contente e
alegre? Umas boas férias depois de um exaustivo ano de trabalho? Ser promovido
em seu emprego? Ter um bom salário? Uma boa aposentadoria? Esperar chegar o fim
da semana para desfrutar de um bom churrasco com os amigos? Etc? Sim, podemos
ter uma extensa lista de coisas boas que fazem com que nossa vida transcorra
sem sobressaltos, relativamente feliz, alegre e que nos deixa de semblante
sorridente.
E a lista de coisas ruins que
pode nos tirar a alegria da vida? Uma doença grave como Alzheimer, câncer,
depressão... Guerra, fome, tortura, ruina financeira, a perda de parentes
próximos, etc. Sem dúvida, a lista de coisas ruins seria bem mais extensa que a
lista de coisas boas. Aliás, no passado evolucionário da humanidade os
acontecimentos desfavoráveis a uma vida feliz estavam bem mais presentes que
nunca: doenças que não podiam ser tratadas por não haver remédios, pestes,
morte prematura, frio e calor sem os aparatos de hoje em dia para amenizá-los,
e, assim, por diante. Era uma luta constante pela sobrevivência e, talvez, os
seres humanos tinham poucas coisas boas com o que pudessem se alegrar.
Vemos então que o mal exerce
um peso maior que o bem nos humores de nossas vidas. Os ganhos que conseguimos
na vida, e que nos dão alegrias, pesam menos que as perdas; somos muito mais
afetados pelos acontecimentos ruins do que pelos bons. O peso do infortúnio é
mais intenso que o peso da fortuna, em sentido emocional. Quando, por exemplo,
você acha na rua cem reais você fica contente, mas quando você perde cem reais
a sua reação emotiva negativa é mais forte do que o contentamento de ter achado
os cem reais. Assim, as perdas pesam mais que os ganhos.
Portanto, temos aversão a
perdas, elas nos machucam mais que os ganhos porque o mal é mais penetrante em
nossa psique do que o bem; somos mais sensitiva a coisa negativas do que
positivas. Se encontrares na rua mais carrancudos que rostos sorridentes é
porque os fatos negativos pesam mais em suas almas.
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 1-10-2016
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