domingo, 2 de outubro de 2016

Aversão a perdas...

Valdemar Habitzreuter

Certamente, todos nós experimentamos coisas boas na vida que nos deixam felizes. Se não fosse assim estaríamos vegetando amargurados ali e acolá. Mas parece que as coisas boas não nos afetam tanto quanto a ocorrência de fatos contrários à nossa felicidade. Quantas coisas boas você poderia enumerar que o possam deixar contente e alegre? Umas boas férias depois de um exaustivo ano de trabalho? Ser promovido em seu emprego? Ter um bom salário? Uma boa aposentadoria? Esperar chegar o fim da semana para desfrutar de um bom churrasco com os amigos? Etc? Sim, podemos ter uma extensa lista de coisas boas que fazem com que nossa vida transcorra sem sobressaltos, relativamente feliz, alegre e que nos deixa de semblante sorridente.

E a lista de coisas ruins que pode nos tirar a alegria da vida? Uma doença grave como Alzheimer, câncer, depressão... Guerra, fome, tortura, ruina financeira, a perda de parentes próximos, etc. Sem dúvida, a lista de coisas ruins seria bem mais extensa que a lista de coisas boas. Aliás, no passado evolucionário da humanidade os acontecimentos desfavoráveis a uma vida feliz estavam bem mais presentes que nunca: doenças que não podiam ser tratadas por não haver remédios, pestes, morte prematura, frio e calor sem os aparatos de hoje em dia para amenizá-los, e, assim, por diante. Era uma luta constante pela sobrevivência e, talvez, os seres humanos tinham poucas coisas boas com o que pudessem se alegrar.

Vemos então que o mal exerce um peso maior que o bem nos humores de nossas vidas. Os ganhos que conseguimos na vida, e que nos dão alegrias, pesam menos que as perdas; somos muito mais afetados pelos acontecimentos ruins do que pelos bons. O peso do infortúnio é mais intenso que o peso da fortuna, em sentido emocional. Quando, por exemplo, você acha na rua cem reais você fica contente, mas quando você perde cem reais a sua reação emotiva negativa é mais forte do que o contentamento de ter achado os cem reais. Assim, as perdas pesam mais que os ganhos.

Portanto, temos aversão a perdas, elas nos machucam mais que os ganhos porque o mal é mais penetrante em nossa psique do que o bem; somos mais sensitiva a coisa negativas do que positivas. Se encontrares na rua mais carrancudos que rostos sorridentes é porque os fatos negativos pesam mais em suas almas. 
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 1-10-2016

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