Carina Bratt
Parodiando Oswald de Andrade, que
asseverava ser a vida “uma calamidade em prestações”, eu acrescentaria que a
vida (grosso modo) é tipo esses recipientes de soro que tomamos quando baixamos
em enfermarias de hospitais. Ficamos a mercê da gota a gota, em pingos
intermitentes e sem hora para chegar ao fim do frasco. Uma calamidade em doses
miúdas, o que de certa forma, dá nos nervos.
Um professor de filosofia, do tempo em
que eu cursava jornalismo, em São Paulo, (especificamente nesses períodos que
antecedem as urnas) gritava, a plenos pulmões, em meio às suas aulas: “Parem os
políticos que eu quero meter uma bala na cabeça de cada um”. Todos pensavam que
ele fosse meio “pancadão” das ideias. Na verdade, nós é que éramos malucos e
desmiolados por não darmos crédito a seus clamores.
Com o tempo aprendi que político é como
um monturo de lixo. Não importa a denominação a qual ele esteja ligado. Não conta
o cargo que pretenda galgar. Governador, presidente, deputado, senador, se
qualificou político para mim é lixo. Todos, sem exceção, não passam de um
amontoado de detritos. Estrumes,
excrementos. Sujeiras. Das grandes, da grossa. Político, na minha cartilha se
traduz por putaria, desordem e avacalhação. Nesse pé, todos aqueles “cheiradores
de cus” que prestam serviços a eles, não passam, igualmente, de escombros ruinados
e presos em sua própria estupidez.
Político é doença incurável, é câncer
terminal. Uma vez contraído por quem acredita nele, em suas promessas, está com
os dias contados. Por conta disso, nosso futuro em relação a esses vermes foi
violentamente cancelado por falta de respeito, de honestidade, de zelo pelo bem
comum. Político não respeita seus eleitores, sequer seus consanguíneos. No
poder do cargo, o que manda é a lei do “Salve-se quem puder”. O que prevalece é
a velha frase “cada um por si e Deus também por mim”. O resto que se foda.
A visão desfocada que tenho desses
párias chega a ser bestial. Apocalíptica. Me leva a acreditar que se quero ser
uma sobrevivente nesse mundo de meu Deus, necessito me livrar desses entulhos e
estercos o mais rápido possível. Urgente se faz euzinha sair correndo desses
dejetos. Essa corja de malfeitores apenas quer capturar os valores morais, as
insígnias da dignidade que estão vivas e pulsantes dentro de minha alma. Aqui
não, FARROUPILHA! Baixem em outro terreiro. Se insistirem em me fazer lavagem
cerebral, pedirei ajuda à Comissão de Direitos Internacionais da ONU
(Organização dos Noiados Unificados, como costuma dizer meu patrão Aparecido
Raimundo de Souza).
Aliás, usando essa válvula de escape, recentemente
tivemos o pobre, o perseguido e humilde Lula, já que por aqui os direitos
humanos... trocados por merda, a bosta vale mais na feirinha da Vinte e Cinco
de Março. Somente eu posso me soerguer desde que fortaleça os meus princípios
de visão naquilo que acredito ser o certo. O correto. O justo. Seguir as
palavras ou os caminhos desses vigaristas é retrogradar mil anos num abrir e
piscar de olhos. Tenho total e irrestrita confiança em mim. Em meus princípios
e propósitos.
Eu me amo e, por me querer imensamente
dessa forma, vivo e viverei até os fins de meus dias longe desses ratos
travestidos de seres humanos. Políticos, melhor dizendo. Tenho, por derradeiro,
confiança em meu coração. Essa confiança (posso dizer sem medo de errar) é
aquele espaço perturbador entre dois períodos de sã consciência. Eu explico: é o
vácuo entre o estar dormindo profundamente e a leseira de querer manter os
olhos abertos estando, todavia, roncando em cálido sonhar.
Título e Texto: Carina Bratt, Secretária e Assessora de Imprensa do Jornalista
e Escritor Aparecido Raimundo de Souza. De Vila Velha, no Espírito Santo. 1-9-2018
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