quinta-feira, 18 de abril de 2019

[Foco no fosso] Águas turvas

Haroldo P. Barboza

Ocorre no Brasil inteiro. Mas vamos tomar o Rio de Janeiro como exemplo em função das chuvas no início de abril de 2019.

A chuva surge de repente com volume de água três vezes acima do previsto. Pela montanha abaixo rolam galhos, folhagens, lixo mal acondicionado, barracos com moradores que morrem soterrados. Fato que se repete nos finais de verões há mais de sessenta anos.

As autoridades rotulam a falta de prevenção como “fatalidade” e prometem ações que são engavetadas assim que a imprensa coloca os holofotes em nova anormalidade.

Estas tragédias “anunciadas” possuem diversos culpados. Numa escala próxima do que vou ilustrar.

São Pedro:  5% por lançar as águas com velocidade elevada e muitas vezes pela madrugada, pegando as vítimas dormindo.

Povo: 20% por ainda não ter percebido que jogar lixo pela sua janela para entupir os ralos ajuda a agravar a tragédia; construir em locais inclinados (sem base sólida) e VOTAR NOS MESMOS por sucessivas eleições.

Prefeituras: 75% por permitir que barracos sejam erguidos de forma desordenada em locais inadequados e não ter no currículo básico semanal, orientações sobre prevenção de doenças pessoais e das cidades.  E mais: não limpar ralos anualmente, não coletar lixo com regularidade, ter um sistema de alarme que falha bastante, estrutura falha de fiscalização e penalização, falta de propaganda regular sobre cuidados com a cidade, falta de limpeza dos rios da cidade e obras mal planejadas que geram detritos extras.

Tudo sabido por eles, mas ignorado para “não perderem votos”.

Aposto que você tem outros itens para incluir nesta conta.

Rio de Janeiro, 12 de março de 2019, foto: Felipe Diana/Associated Press

Só nos resta torcer para que as próximas chuvas sejam mais amenas.
Título e Texto: Haroldo P. Barboza, 17-4-2019

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Um comentário:

  1. ATÉ VENEZA ALAGA.
    NÃO TEM COMO EVITAR CHEIAS CONTRA A NATUREZA.
    CIDADES ACIMA DO NÍVEL DO MAR ALAGAM, IMAGINEM AS QUE ESTÃO AO NÍVEL DO MAR.
    Obras públicas amenizam o problema mas jamais resolverão.
    Até palafitas no Rio negro já sofreram cheias.
    Como impedir que o homem more nos vales e encostas, ou nas terras ribeirinhas.
    O poder público não pode impedir, nem ser o culpado de todos os problemas.
    Quem suja as galerias pluviais é o homem.
    Quando elas entopem, o homem as desvia para os esgotos.
    Tem prédios e condomínios que não possuem caixas de gordura, vai tudo ao esgoto.
    Morei em Canoas, RS o Rio dos sinos enchia vinha as inundações. Morei em Porto Alegre o então Rio Guaíba, hoje lago enchia vinha inundações.
    São paulo 700 metros acima do mar, represam a água que iria pra o mar.
    Represam Itaipu, quando abre as comportas temos inundações nas cidades que margeiam o Rio Uruguai.
    Piscinões entopem por sujeira.
    Temos represas no Brasil entupida por lixo plástico.
    New York tem um túnel debaixo d'água que não chove dentro, o Rio todos os túneis chove dentro.
    As prefeituras autorizam mansões em encostas, a culpa de desmoronarem não é do poder público.
    Morei em Copacabana no tempo do FUMACÊ não havia mosca e mosquitos.
    Como pode em uma cidade à beira do Mar os prédios terem garagens subterrâneas.
    A culpa de todas essas merdas não é dos poderes públicos é do próprio cidadão.
    As cheias por chuva são cíclicas.
    Até a primeira Via Dutra enterro mais de 1700 pessoas na serra das Araras.
    A costa catarinense já foi destruída por enchentes em 1974, 1983 e 2008.
    Aliás em 1983 fiz 16 horas de trabalho gratuito, levando ajuda para Floripa, foram 4 voos de B-707 ida e volta do Rio para lá.
    Cada ida e volta demorava 4 horas para carregar, descarregar e fazer o voo.
    Contra a natureza não existe prevenção.

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