O Plenário da Câmara dos
Deputados aprovou nesta terça-feira (13) o texto-base da MP da Liberdade
Econômica (Medida Provisória 881/19). Foram 345 votos a favor e 76 contra. Os destaques ficaram para esta
quarta-feira (14) e serão todos votados pelo sistema eletrônico, fruto de um
acordo com a oposição.
O texto aprovado é uma emenda
aglutinativa negociada pelo relator, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS),
que retira pontos aprovados na comissão mista considerados inconstitucionais.
“Vamos aprovar uma lei com toda a segurança de que vamos dar um passo importantíssimo
para diminuir a presença do Estado na vida do cidadão”, disse o relator.
A proposta aprovada estabelece
garantias para a atividade econômica de livre mercado, impõe restrições ao
poder regulatório do Estado, cria direitos de liberdade econômica e regula a
atuação do Fisco federal.
O texto libera pessoas físicas
e empresas para desenvolver negócios considerados de baixo risco, que poderão
contar com dispensa total de atos como licenças, autorizações, inscrições,
registros ou alvarás.
Outros temas tratados pela
proposta são a instituição da carteira de trabalho digital; agilidade na
abertura e fechamento de empresas; substituição dos sistemas de Escrituração
Digital de Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) e do
banco de dados sobre estoques chamado Bloco K.
Trabalho aos domingos
A principal polêmica é o fim das restrições ao trabalho nos domingos e feriados, dispensando o pagamento em dobro do tempo trabalhado nesses dias se a folga for determinada para outro dia da semana.
A principal polêmica é o fim das restrições ao trabalho nos domingos e feriados, dispensando o pagamento em dobro do tempo trabalhado nesses dias se a folga for determinada para outro dia da semana.
Pelo texto, o trabalhador
poderá trabalhar até quatro domingos seguidos, quando lhe será garantida uma
folga neste dia.
O dispositivo foi duramente
criticado pela oposição no decorrer da sessão. O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) disse
que a intenção é promover uma “minirreforma trabalhista”.
“Todos somos a favor de
desburocratizar, de ter liberdade econômica. Mas não é possível essa
liberalização geral para o trabalho aos domingos. Domingo é um dia para o
descanso. Domingo é um dia para os religiosos fazerem suas orações”, afirmou o
parlamentar.
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) disse
que a precarização não pode ser a saída para o crescimento. “Não é necessário
precarizar o trabalho para que o desenvolvimento aconteça. Querer abolir a
regulação é ameaçar as condições de consistência do desenvolvimento”, declarou.
IM O líder do PDT,
deputado AndréFigueiredo (CE), disse que o texto amplia em excesso a autorização para o
trabalho aos domingos. “No caso de ação consensual entre o sindicado patronal e
o laboral, principalmente para o setor de bares, restaurantes e hotelaria, cabe
a faculdade de trabalhar ao domingo. A grande questão é que estamos abrindo
para todos os setores”, ressaltou.
Sindicatos
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, informou que o tema foi negociado com a Central Única dos Trabalhadores (CUT). “Eu estive hoje com o presidente da CUT. A preocupação dele era que não fossem 7 semanas, que fossem 4 semanas. Eu acho que trabalhar aos domingos também, para um país que pretende ser do turismo, não é nenhum problema, contanto que seja respeitada a folga do trabalhador”, afirmou.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, informou que o tema foi negociado com a Central Única dos Trabalhadores (CUT). “Eu estive hoje com o presidente da CUT. A preocupação dele era que não fossem 7 semanas, que fossem 4 semanas. Eu acho que trabalhar aos domingos também, para um país que pretende ser do turismo, não é nenhum problema, contanto que seja respeitada a folga do trabalhador”, afirmou.
O tema foi defendido pelo
relator, Jerônimo Goergen [foto]. Ele disse que os deputados e o governo perderam a
“batalha da mídia” sobre a proposta de trabalho aos domingos por até sete
semanas e que o texto atual garante o desenvolvimento econômico.
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Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados |
Título e Texto: Carol
Siqueira; Edição: Pierre Triboli – Agência Câmara Notícias, 13-8-2019
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Paim obrando:
ResponderExcluirReforma da Previdência tira dos pobres e é inconstitucional, dizem expositores
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ResponderExcluirReforma administrativa é desmonte do Estado, concordam debatedores na CDH. A reforma administrativa proposta pelo Poder Executivo foi criticada em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH) nesta segunda-feira (26). O colegiado reuniu sindicalistas para discutir "O Estado necessário para o desenvolvimento brasileiro no século 21", atendendo a requerimento do presidente...