Telmo Azevedo Fernandes
A atual causa pela
igualdade de gênero (IG) poderá ser neofascista, imbecilizar muito boa gente e
servir de trampolim a feministas para posições de poder ou influência. Mas, de forma
mais prosaica, é também uma indústria instalada para sacar dinheiro aos
contribuintes em benefício dos seus propagandistas.
Vejamos:
De forma rápida (e por isso
longe de ser exaustiva) são facilmente contabilizados 13 milhões de euros de projetos
aprovados no Portugal 2020 que, de forma mais ou menos direta,
têm por objetivo a promoção da IG. Tipicamente estas iniciativas têm taxas de
apoio de 85%, o que significa que em cada 100€ gastos em fantochada, 85€ são
retirados do bolso de contribuintes sem a sua autorização prévia.
Algumas das justificações
aduzidas para aplicar estes 13 milhões de euros são coisas como a
“formação de públicos estratégicos”, a “melhoria das competências na área de
igualdade de género”; “promover o associativismo e mobilização jovem pela IG”;
“participar na transformação da sociedade”; “contribuir para uma Europa mais
inteligente”; “celebração de identidades LGBT” ou a “produção do primeiro guião
de boas práticas na temática da IG”.
Usam-se também descrições
originais com utilização de caracteres próprios de lobotomizados como o “@”:
“capacitação de técnic@s de intervenção”; “sensibilização de estudantes
universitári@s”; “angariação de voluntári@s”.
Há quem se proponha realizar a
“promoção da IG através das artes com crianças e jovens”, o que só por si
levanta algumas questões pouco agradáveis de cogitar…
Alguns promotores curiosos são
uma associação de municípios com um programa “pelas vítimas de desigualdade de
género”, uma associação de “mães e pais” pela “liberdade de identidade de
gênero” ou uma associação de proprietários de uma urbanização que quer
“despoletar alterações cognitivas e comportamentais” relativas à temática da
IG.
Mas nesta campanha também se
encontram diversas Caritas Diocesanas, Santas Casas da Misericórdia e outros
Centros de inspiração cristã.
Enfim, de tudo um pouco e
quanto mais pateta for a amalgama de objetivos e instituições, melhor.
Uma das mais conhecidas do
público que se dedica à área da IG é a UMAR-União de Mulheres
Alternativa e Resposta. De 2016 até hoje já recebeu mais de 250.000€ de
dinheiro dos contribuintes para os seus projetos.
Outra, a MDM –
Movimento Democrático de Mulheres tem dezenas de dirigentes e
titulares dos seus órgãos sociais que são membros do PCP/CDU e
exercem (ou exerceram) funções como deputadas à Assembleia da República,
presidentes e vereadoras de Câmaras Municipais, deputadas municipais,
dirigentes da CGTP. Funciona, portanto, como se tratasse do grupo
das mulheres comunistas do partido.
O MDM é solidário com mulheres
venezuelanas e apelou em maio deste ano à intervenção do Governo de António
Costa para desbloquear 1.547.322.175,89 dólares retidos no Novo Banco
pertencentes à “República Bolivariana da Venezuela”.
Mas o MDM também é solidário
com os membros do seu próprio Conselho Nacional. Uma técnica da Câmara Municipal de Santiago do Cacém
e eleita na Assembleia Municipal do Seixal pelo PCP/CDU,
naturalmente, foi contratada em 2018 pela Associação em regime de adjudicação direta
por 1.400€/mês para execução de serviços de apoio. De igual modo, esta mesma
militante do PCP/CDU beneficiou adicionalmente, entre 2017 e
2018, de dois contratos públicos no valor de 61.200€ adjudicados pela ex-atriz
e deputada agora presidente da Câmara Municipal de Almada (ex
“feudo” comunista), para prestação de “serviços relacionados com a
administração pública, a defesa e a segurança social”.
Já a AKTO – Associação
para a Promoção dos Direitos Humanos e Democracia foi constituída em junho
de 2015 por duas familiares (suponho que irmãs, dado os mesmos apelidos) e logo
em setembro de 2016 sacou ao Portugal 2020 68.500€ de
subsídios e em outubro de 2017 mais 48.500€. Passados dois meses, em janeiro de
2018, mais 130.000€ de dinheiro dos contribuintes foi desviado para a Akto. Sem
surpresa, pelo menos uma das duas fundadoras da instituição foi candidata pelas
listas do Bloco de Esquerda nas últimas eleições legislativas.
E é assim que se fazem as
coisas.
São centenas de projetos e
iniciativas do gênero do gênero e o que está descrito acima apenas uma gota de
água no oceano.
Tudo, aparentemente, regular e
legal. Quanto à ética e moral, cada um fará a avaliação consoante os padrões porque
rege a sua vida.
As causas da
igualdade de gênero e do feminismo de hoje são urbanas, elitistas, podres e
cheiram mal.
E desiguais, diga-se, pois
percorrendo a muito longa lista de projetos apenas detectei um único cuja
preferência do beneficiário incide no gênero masculino, menos representado.
Poderá eventualmente escapar a ser considerado masculinidade tóxica apenas pelo
facto de se tratar de uma tarefa para vendedor em loja de produtos agrícolas na
Charneca Ribatejana.
Nota: todos
os dados referidos podem ser consultados em fontes públicas de acesso gratuito
e irrestrito, à distância de um click na internet.
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