CNN Brasil
Depois de 71 fases, milhares
de mandados de busca e apreensão no país e no exterior, 113 denúncias, 159
condenados, R$ 4 bilhões devolvidos aos cofres públicos e R$ 2,1 bilhões em
multas, a Operação Lava Jato completa seis anos nesta terça-feira (17). Este é
o tema do O Grande Debate entre Caio Coppolla e Gabriela Prioli, comentaristas
da CNN.
Os dois falaram sobre os
pontos fortes e sobre as críticas à operação. Em suas considerações finais,
Prioli ponderou: "A gente não está defendendo aqui que se feche os olhos
para a corrupção nem que ela seja deixada de lado ou que a gente não vá atrás
de responsabilizar as pessoas que empreenderam atitudes corruptas. O Ponto é:
há formas de fazer isso sem que a gente destrua as empresas. E a forma é
aprimorar os acordos de leniência, pois houve uma confusão na gestão dos
acordos de leniência, o que foi extremamente prejudicial para as empresas e
gera um cenário de desconfiança".
E concluiu: "Então a
gente está falando das reformas estruturais para devolver a confiança para o
Brasil. Acordos de leniências são instrumentos eficazes e legítimos do combate
à corrupção, mas precisam ser bem conduzidos. Então, eu sinto muito que a gente
não consiga fazer um debate de qualidade, talvez porque, enfim, não seja tão
simples falar sobre as tecnicidades do acordo de leniência".
Coppolla afirmou que iria
"resistir bravamente a desconstruir a bandidolatria alheia para ocupar
esses segundos [o tempo que lhe restava no debate] de uma forma mais
produtiva" e defendeu o ex-juiz ao afirmar que os vazamentos de mensagens
particulares só reforçaram o empenho de Moro pela justiça. "Quando Moro
teve a sua privacidade violada, com o vazamento criminoso de mensagens
particulares, o brasil descobriu o que o juiz fazia às escondidas: trabalhava
pelo combate à impunidade, de forma serena e legítima, buscando a verdade dos
fatos", afirma.
"Agora como ministro da
Justiça e da Segurança Pública, o ex-juiz tem como objetivo estabelecer
políticas de combate à corrupção, ao crime organizado e aos crimes violentos.
Para isso, ele precisa da improvável assistência do legislativo e da alta
cúpula do judiciário. Mas na parte que lhe cabe, o brasil já registrou redução
da criminalidade em 2019 - com destaque pra queda de 20% nos homicídios.
É bom para o Brasil ter um herói no ministério. Seria ótimo para o brasil ter
um herói no STF", concluiu Caio.
CNN Brasil, 17-3-2020, 15h37
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