Telmo Azevedo Fernandes
No ambiente cultural
progressista e ateísta que vivemos, não deixa de ser curioso que na última
dúzia de dias a propósito da morte da Rainha Isabel II, bateram-se recordes de
audiências com cerimónias religiosas, múltiplas manifestações de fé, inúmeros
discursos com dimensão espiritual e simbólica, exibições de cânticos e música
sacra ou expressões diversas de crença na vida para além da morte.
Porém, os canais de televisão
portugueses puseram mais uma vez em evidência a péssima qualidade do jornalismo
nacional e triste e trágica deplorável vertigem dos nossos media para tudo
nivelar por baixo até à mais rasteira pimbalhada.
O pequeno exemplo de como as
televisões cobriram a derradeira, mais intimista e pungente cerimónia em
Windsor do baixar do caixão da Rainha para a cripta da igreja acompanhado do
lamento em gaita de foles tocado pelo Gaiteiro real, basta para ilustrar a
cretinice e a selvajaria das transmissões em directo da RTP, da SIC ou da CNN.
(ver
vídeo a partir do 1m23s)
Clara de Sousa sobrepôs a este
momento marcante observações idiotas sobre carros-vassoura e lixeiros, o pivô
da CNN Portugal põe uma insignificante especialista em protocolo a falar por
cima da despedida musical e António Esteves chama um especialista para dizer o
que era auto-evidência pelas imagens.
A solenidade e dignidade do
momento poderia e deveria ter sido respeitada com o silêncio absoluto dos
jornalistas, tal como assim fez a SkyNews. (ver
vídeo a partir do 3m06s)
A minha crónica-vídeo de
hoje, aqui:
Título, Texto e Vídeo: Telmo
Azevedo Fernandes, Blasfémias,
21-9-2022
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