Alta foi influenciada pela melhora dos indicadores sobre o momento
Ana Cristina Campos
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) avançou 5,4 pontos em setembro, para 89 pontos, o maior nível desde janeiro de 2020, com 90,4 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice subiu 3,3 pontos, para 84 pontos.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil |
Os dados foram divulgados hoje
(26) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas
(Ibre/FGV).
Segundo a coordenadora das
Sondagens do Ibre/FGV, Viviane Seda Bittencourt, a confiança dos consumidores
sobe pelo quarto mês consecutivo influenciada pelas perspectivas mais otimistas
em relação aos próximos meses. De acordo com ela, tal resultado parece estar
relacionado com a queda nas expectativas de inflação dos consumidores para os
próximos 12 meses e a um aumento do otimismo em relação ao mercado de trabalho.
“Há um aumento na intenção de
consumo, exceto para os consumidores de renda mais baixa, o que reflete ainda
dificuldades dessa classe. Além disso, a proximidade das eleições tem um efeito
potencializador dessas expectativas. É necessário ter cautela nesses
resultados, considerando uma política monetária ainda restritiva e a
possibilidade de desaceleração da atividade econômica, que reduziria a
velocidade de recuperação do mercado de trabalho”, explicou a pesquisadora, em
nota.
Conforme o Ibre/FGV, a alta em setembro foi influenciada pela melhora dos indicadores sobre o momento e próximos meses. O Índice de Expectativas (IE) avançou 7,6 pontos, para 100,2 pontos, maior desde dezembro de 2019, com 100,3 pontos, período pré-pandemia da covid-19. O Índice de Situação Atual (ISA) subiu 1,6 ponto, para 73,3 pontos, maior resultado desde março de 2020, embora ainda baixo em termos históricos.
Em relação aos indicadores que
medem a satisfação dos consumidores no momento, há uma percepção de melhora da
situação econômica com aumento de 2,5 pontos no indicador para 82,3 pontos,
maior nível desde fevereiro de 2020 (85,5 pontos). A avaliação sobre a situação
financeira da família se alterou pouco, 0,8 ponto para 64,9 pontos, nível ainda
baixo em termos históricos.
Nas expectativas, o item que
mais contribuiu para a alta no mês foi o que mede o otimismo das famílias em
relação à situação financeira nos próximos seis meses, cujo indicador subiu
10,4 pontos para 100,8 pontos, maior nível desde janeiro de 2020 (81,7 pontos).
O indicador que mede a
situação econômica também avançou pelo quarto mês consecutivo. Em setembro
subiu 6,1 pontos para 115,4 pontos, maior desde julho de 2021 (116,3 pontos). A
intenção de compra de bens duráveis se eleva pela segundo mês consecutivo,
dessa vez 5,4 pontos, acumulando alta de 16,7 pontos nos dois últimos meses
levando o índice para 84,4 pontos, melhor resultado desde fevereiro de 2019
(86,6 pontos).
Título e Texto: Ana
Cristina Campos; Edição: Fernando Fraga – Agência Brasil, 26-9-2022,
10h38
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