Aparecido Raimundo de Souza
Existem dois grupos principais de vespas: as Solitárias e as Sociais. As
Solitárias, ou seja, aquelas que não encontraram seus vespos (2), se alimentam
do néctar das flores. As Sociais andam em pares. Ambos formam o casal, marido e
mulher, e é comum vermos os dois, de braços dados no piscinão de Ramos. Nos
dias de hoje, as vespas modernas, transportam pessoas e, nas grandes cidades,
são conhecidas como lambretas. Ultimamente, essas vespas vivem picando os seres
humanos, não com ferrões, mas com ferros retorcidos, claro, dependendo do
tamanho da batida ou contra o que ousou vir ao seu encontro.
Enquanto isso, trocando as bolas, as pilhas são usadas para alimentarem
lanternas, rádios portáteis, brinquedos, controle de aparelhos de TV e CDs,
entre outras bugigangas de uso doméstico. Possuem uma estrutura muito simples:
consiste numa blindagem de zinco envolvendo uma pasta composta de dióxido de
manganês, cloreto de zinco e cloreto de amônio, no centro da qual há uma barra
de chocolate, perdão, de grafite. Elas fornecem, como corrente elétrica, a
energia liberada em uma reação química.
A pilha atual difere muito da inventada no final do século XVIII pelo físico italiano Alessandro Volta (que deu a volta em si mesmo e chegou em último lugar). Produto da modernidade e tecnologia atuais, as pilhas de agora são feitas de nervos em frangalhos (principalmente as que trazem um gato, como símbolo de durabilidade), decorrência da poluição pesada, do “sobrecarregamento” dos estresses em seus limites máximos, que atacam as populações nos centros urbanos.
Geralmente essas criaturas acabam numa gigantesca pilha, não de coisas
desusadas, de loucos varridos, visto estarem desgastadas, cada uma com uma
vassoura nas mãos, tentando voar para dentro de sua consciência e por
ostentarem um bichano (3) como emblema, acabam miando onde não deve sequer
latir. E o urânio. O que venha a ser?
Para bem precisar e ilustrar, o urânio é um metal cujo número atômico é
92. Elemento radioativo, serve para “caçar” estações que estejam fora do ar,
ou, via outra, em frequência de rádio negativa, a menos de 90.
Dito isso, analisemos a voz humana. Produzida por duas delgadas tiras de
tecido muscular na abertura da laringe, são cognominadas de cordas vocais. O
que pode acontecer – e aliás é muito comum, são as tiras se partirem, esmagarem
as laranjas (não confundir com laringes) e estrangularem os sons, esses
conhecidos como palavras. Segundo o doutor Drauzio Varella, melhor remédio para
manter a voz firme: “sopa de letrinhas com parágrafos e acentos. Recomenda-se,
por precaução, comprar sempre pacotes fechados em supermercados ou casas
especializadas, inclusive existem marcas à disposição dos consumidores que já
vêm com vírgulas, tremas e cedilhas”.
Por derradeiro, traçaremos um breve comentário em torno de Tiradentes.
Joaquim José da Silva Xavier, nasceu em l746, em São José Del-Rei (hoje a
cidade ostenta seu nome), em Minas Gerais. Logo que se chega à praça principal,
os turistas se deparam com uma corda com a inscrição: “Cuidado, você poderá ser
o próximo”. Tiradentes, o original, era filho de um pequeno fazendeiro e minerador.
Ficou órfão aos onze anos e seu padrinho, um prático de cirurgias dentárias,
lhe ensinou o sábio ofício de deixar os outros sentados numa cadeira, as bocas
abertas, sem, contudo, afetarem as mandíbulas, a ponto de levarem os infelizes
a darem o fora e se esquecerem de meterem as mãos nos bolos e pagarem a conta.
Em 1° de abril, Tiradentes foi enforcado pela goela do pescoço. Sua
garganta empolou e foi preciso tomar uma série de remédios caseiros, o que não
surtiu o efeito esperado. Um mês antes de perder a cabeça, Tiradentes foi preso
quando roubava um porco numa fazenda vizinha a de seus pais. Por questões de
honrarias, um político engraçadinho conhecido como Lula, resolveu colocar um
dois antes do um, a fim de se evitar pegadinhas com seu patronímico no dia
internacional da mentira. Apesar dos panos quentes, em São José Del-Rei, todos
ficaram boquiabertos, inclusive os que haviam sofrido de paralisia facial,
quando souberam do tal roubo cometido pelo alferes (4).
Naquele tempo, não se constituía em hábito sucessivo pessoas serem
enforcadas por roubarem um simples suíno. Soube, se a posteriori, que
Tiradentes provou, sem querer, o sabor da corda, não como Mártir, tampouco pelo
fato de ter subtraído o porco. Tanto é verdade, que o porco não é citado em sua
biografia, como até hoje, seu nome de batismo nunca veio a ser revelado. Aliás,
por falar em porco, os historiadores de seus feitos não mencionam coisa alguma
à pessoa simpática do tal porco. O nome do animal, segundo fontes fidedignas
atendia pelo patronímico de Jinginho Dória.
Entre beliscadas e safanões, Tiradentes ficou conhecido mundo afora, pelo
fato de ter traído a confiança de um paciente brabo, fazendo o infeliz engolir
a dentadura, na hora em que lhe estava sendo aplicada, na polpa da bunda, a
anestesia para o “arrancamento” de um dente careado. Esse sujeito prometeu
vingança. Logicamente não outro, senão Joaquim Silvério dos Reis, uma bichona
safada que vivia metida em confusão e, quando a coisa apertava, ele se escondia
nu em pelo na Casa dos Contos, debaixo da sagrada batina do Padre Toledo e Melo
(5).
Notas de rodapé:
1) Caba – Nome vulgar das vespa-Tatu ou Caba-Tatu. Ambos as espécies
trazem no saco ferrões ou dardos próprios para picadas. Nossos políticos em
Brasília são os melhores representantes desses marimbondos. Os piores Himenópteros estão no STF.
2) Vespos – Maridos das vespas.
3) Bichano – O mesmo que gato. A diferença é que o gato mia e o cachorro,
late.
4) Alferes – Antigo posto militar. Atualmente o equivalente a segundo
tenente. Nunca confundir com auferes, que se traduz por lucros e recebimentos
recebidos por algum trabalho realizado.
5) Padre Toledo de Melo – Católico e pároco dos tempos de Tiradentes.
Participou ativamente da Inconfidência Mineira. Morreu vítima da Covid-19.
Título e Texto: Aparecido
Raimundo de Souza, da Lagoa Rodrigo
de Freitas, no Rio de Janeiro. 23-9-2022
O Moço loiro
[Aparecido rasga o verbo – Extra] O “Joio” e o “Trigo” e o desvaire que não conhecemos
Quando as águas do nosso rio interior viram mar?
Fósforo queimado
Simplesmente a imensidão de estar aqui
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