domingo, 18 de setembro de 2022

[Aparecido rasga o verbo – Extra] O “Joio” e o “Trigo” e o desvaire que não conhecemos

Aparecido Raimundo de Souza

O POVO BRASILEIRO É BURRO, extremamente tapado e espalhafatosamente imbecil. A falta da visão magnânima das coisas mais corriqueiras chega a ser ridícula e jocosa. A maioria dos desgraçados da raia miúda, não sabe distinguir “o joio do trigo”. Talvez, nem tenha uma ideia formada a respeito do que significa o tal do “joio”, que dirá, definir literalmente “trigo”. Por ser movido como boneco às cordas de marionetes, impelidos por mãos hábeis e escondidas, é possível que nunca tenha tido o prazer ou o privilégio de provar da auspiciosa e saborosa farinha advinda de tão nobre cereal.

Em um rápido escorço, o “joio” é uma erva daninha que não dá fruto. Seu objetivo padrão é estragar o terreno sufocando a boa semente do “trigo” assoalhado, e pior, fazendo com que toda a lavoura dessa plantação tão útil à mesa do ser humano se perca em meio a um roçado pernicioso não permitindo, ao agricultor, alcançar o objetivo esperado, qual seja, o da boa colheita. Em política, o “joio” se caracteriza e se direciona ao cidadão vagabundo, ao crápula. Em outras palavras, ao pilantra e corrupto, ao calhorda e ao dissimulado.

Lado paralelo, aquele Distinto de boa índole e de princípios probos e decentes -, o Honrado que realmente deseja fazer algo em prol da massa que o elegeu para algum cargo público, seria o “trigo”. Infelizmente, por falta de conhecimento e visão do que é certo e errado, o Proletariado se deixa ser levado por falsas promessas e conjecturas, sonhos e desejos mirabolantes, carreando, final das contas, para dentro de sua casa, não um pacote do saboroso “trigo” puro. Ao oposto, adquiri um saco de merda em pó, o que redunda na mesmíssima coisa que trocar no mercado do bairro, dinheiro limpo por um mero envoltório de cocaína adulterada.

O Zé Bafo da Mente de Ameba, em hipótese alguma, não atinaria com uma boa garrafa de vinho ou com um litro de suco regado a adoçante e água de privada à semelhança de bebida fina. No mesmo fio, o Beto da Bunda Suja desconhece a luz. Ama a escuridão, adora a negridão das trevas. Gosta de viver enfurnado no buraco, a cabeça metida até o pescoço, como a avestruz. O abissal o atrai como às moscas às coisas doces e as abelhas às flores perfumadas. O deslumbramento da ablepsia alimenta a sua alma. O escuro mental faz do seu dia a dia a ponte para o alcanço do outro lado da margem, mesmo tendo conhecimento que poderá cair como um camundongo numa enorme ratoeira.

Para os medíocres e fracos, os imperitos e levianos, as artimanhas parecem se multiplicar a olhos vistos. E se centuplicam. Os boçais, por exemplo, têm verdadeira adoração pelos urubus travestidos de homens sérios, notadamente aqueles ocupantes de cargos distintos numa “corte falida” que jura, de pés juntos, respeitar um calhamaço de artigos batizados como constituição. Os palermas (variante de boçais) fazem qualquer coisa, se submetem aos ápices dos apartados, desde que os copos dos venenos disfarçados de excelentes overdoses não lhes sejam afastados das bocas escancaradas e cheias de dentes apodrecidos. Assim acontece com o vinho. 

Provar de uma boa marca de vinho num excelente banquete, para os abestalhados, ou a (outra variante de boçais), não faz diferença. Tem mais valor um gole de água destilada comprada na birosca do careca com a fuça de deus sem coroa e sem as benesses do Olimpo, notadamente quando o safardana pinta no pedaço repletado por um bando de “leões de chácara”. Igualmente no espaço onde o filho da puta pensa e age como se rei fosse. No tocante ao aqui mencionado, uma parte elástica da sociedade, ou (a banda honesta) está puta da vida com a situação que o País atravessa. E cá entre nós, não é por menos.

A outra fileira (a quermesse das “Marias vai com as outras”), adora incondicionalmente os embusteiros. Ama de paixão e carteirinha os velhacos de risos fáceis e falas de bichas espavoridas. Essas criaturas sem Deus e sem pátria, são capazes de soltar os fundilhos de seus “orifícios cagadores”, quando se deparam com os Magnatas impecáveis, mormente os Mandarins de rostos maquiados por médicos especialistas diplomados em cirurgias complexas e uma bolsa de produtos importados que apregoam prodígios inacreditáveis. Portentos passageiros, à auxílio do inverossímil, claro. Assim como o Poder, a Fama, o Status, as Cadeiras macias para sentarem os seus cus e as pregas imundas. Deveríamos ter em conta que não importa a nossa condição social.

Cagamos e mijamos, arrotamos e enfiamos os dedos no nariz, como todos os mortais. Somos provisórios. Os Engravatados e os Mandachuvas, exauríveis, os Caciques e Caudilhos de canetas afiadas, para determinarem favores em troca de quem lhes paga mais, esgotáveis, finitos e perituros. Temos necessidades prementes de vivermos com essa realidade. Somos pó. Viemos do barro. Fomos formamos da matéria espúria da terra ruim. Por assim, sejam os patifes que vendem as respectivas mães em troca de votos, nascidos em Caetés ou vindos de Pindamonhangaba, dos cafundós das Três Lagoas ou Pernambuco, não importa. Quando os baderneiros baterem as botas, daqui não levarão nada. Nem as botas. Os caixões, por sua vez, não têm gavetas, não dispõem de Internet. Tudo por aqui (para nós e para eles), é transitório, vazio e passageiro.

A luxúria dos Impolutos pode durar por um tempo, todavia, amanhã, os ilustres Pomposos, os altaneiros Sabichões, os áureos Maiorais, os manés Moradores de ruas, poderão estar duros e podres, fedendo a excrementos, a carniças, mais até que os cadáveres ambulantes das Cracolândias espalhadas “brazzzzil” e mundo afora. Apesar do quadro desolador, os Toleirões, os amigos deles, os “Toninhos Desmilinguidos”, não tomam juízo, nem tenência. Preferem viver as suas vidinhas puxando os colhões e as pirocas dos Prestigiados que seguem a todo vapor com suas carinhas de meninos educados, santinhos travessos do pau oco, inventando e propagando, aos quatro cantos, promessas e proezas que nem o diabo teria coragem de alardear para ganhar almas.

Os vulgachos, ou aqueles viventes das periferias, são iguais a um amontoado de corpos em adiantado estado de putrefação. Por conta, fedem, exalam um cheiro forte e pegajoso. Em contrário, o andar na retidão, ter a cabeça erguida, o olhar além das aparências, lhe tiram o que deveria ser aproveitável. As gentalhas e os pulhas, os choldras e quadrilheiros gostam de chafurdar no lamaçal, assim como os porcos do chiqueiro brazzzzilia (que meia dúzia de paridos prematuramente) cognominaram rotular de “berço das grandes decisões nacionais”. O “berço” foi para a casa do caralho e “as grandes decisões nacionais”, rumaram, de mala e cuia, para a puta que as pariu.

Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Vila Velha no Espírito Santo, 17-9-2022

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