quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Operadora de telefonia arrebenta calçadão de pedras portuguesas em Copacabana

A falta de cuidado durante a execução do serviço levanta questões pertinentes sobre a responsabilidade das empresas ao intervir em áreas históricas e obras de arte que fazem parte do cotidiano do carioca, sem contar o risco de acidentes

Gabrielle Lopes


No contexto da prestação de serviços da Vivo Fibra na emblemática Rua Bulhões de Carvalho, nº 473, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, surge um incidente preocupante. Um serviço realizado entre 15 de novembro e 10 de dezembro de 2023 resultou em danos ao calçamento revestido de pedra portuguesa situado em frente à Padaria Princesa de Copacabana. Se fazer o buraco é necessário, tapá-lo com o mesmo acabamento também é preciso.

Este calçamento não apenas desempenha uma função prática na paisagem urbana, mas também possui uma significativa carga histórica que remonta a várias décadas. A falta de cuidado durante a execução do serviço levanta questões pertinentes sobre a responsabilidade das empresas ao intervir em áreas de grande sensibilidade. A verdade é que todas as concessionárias precisam em algum momento desfazer o calçamento, mas parece que nenhuma delas tem capacidade de repô-lo com a mesma qualidade.

A ausência de uma reposição adequada do calçamento, de acordo com o projeto original, não é um incidente isolado ecausa apreensão entre residentes e visitantes que testemunham a deterioração desse importante patrimônio histórico. Recentemente foi a Claro que destruiu – e ficou remendado de qualquer jeito mesmo – o calçamento de pedras da Rua da Assembléia. Isso quando não é a Águas do Rio a atuar na destruição das calçadas, quando vai cortar a água de alguém.

Este cenário não apenas coloca em questão a execução inadequada do serviço, mas também levanta dúvidas sobre as medidas corretas que a empresa deve implementar para reparar os danos causados em ambientes de valor cultural inestimável, sem contar os graves acidentes que isto pode causar num bairro dominado por idosos. “Parece que colocaram as pedras de qualquer jeito, em cima de areia sem nenhum tipo de cimento, tudo solto e molengo, além de feio não dá pra andar”, diz Franklin de Brito, leitor do DIÁRIO que fez a denúncia. Realmente, nas fotos se nota que as pedras estão praticamente soltas além de colocadas em desalinho.

Em nota, a Secretaria Municipal de Conservação, responsável pelos principais serviços públicos de conservação e pela manutenção urbana da cidade do Rio de Janeiro, informou que mandará uma equipe até a localidade a fim de fazer vistoria e tomar as providências cabíveis. “E caso seja constatado que a intervenção é de responsabilidade de alguma concessionária, a empresa será notificada para efetuar os devidos reparos, restituindo o padrão original da calçada, sob pena de multa, caso não atenda à notificação.”

Já a operadora de telefonia Vivo, ao ser contatada pelo DIÁRIO DO RIO, informou que as obras estavam paralisadas devido ao recesso de final de ano, solicitado pela Prefeitura do Rio. “As equipes da empresa estarão no local para a finalização dos reparos ainda esta semana.”

Título, Imagem e Texto: Gabrielle Lopes, Diário do Rio, 2-1-2024 

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