A falta de cuidado durante a execução do
serviço levanta questões pertinentes sobre a responsabilidade das empresas ao
intervir em áreas históricas e obras de arte que fazem parte do cotidiano do
carioca, sem contar o risco de acidentes
Gabrielle Lopes
Este calçamento não apenas desempenha uma função prática na paisagem urbana, mas também possui uma significativa carga histórica que remonta a várias décadas. A falta de cuidado durante a execução do serviço levanta questões pertinentes sobre a responsabilidade das empresas ao intervir em áreas de grande sensibilidade. A verdade é que todas as concessionárias precisam em algum momento desfazer o calçamento, mas parece que nenhuma delas tem capacidade de repô-lo com a mesma qualidade.
A ausência de uma reposição
adequada do calçamento, de acordo com o projeto original, não é um incidente
isolado ecausa apreensão entre residentes e visitantes que testemunham a
deterioração desse importante patrimônio histórico. Recentemente foi a Claro
que destruiu – e ficou remendado de qualquer jeito mesmo
– o calçamento de pedras da Rua da Assembléia. Isso quando não é a
Águas do Rio a atuar na destruição das calçadas, quando vai cortar a água de
alguém.
Este cenário não apenas coloca
em questão a execução inadequada do serviço, mas também levanta dúvidas sobre
as medidas corretas que a empresa deve implementar para reparar os danos
causados em ambientes de valor cultural inestimável, sem contar os graves
acidentes que isto pode causar num bairro dominado por idosos. “Parece que
colocaram as pedras de qualquer jeito, em cima de areia sem nenhum tipo de
cimento, tudo solto e molengo, além de feio não dá pra andar”, diz Franklin
de Brito, leitor do DIÁRIO que fez a denúncia. Realmente, nas
fotos se nota que as pedras estão praticamente soltas além de colocadas em
desalinho.
Em nota, a Secretaria
Municipal de Conservação, responsável pelos principais serviços
públicos de conservação e pela manutenção urbana da cidade do Rio de
Janeiro, informou que mandará uma equipe até a localidade a fim de fazer
vistoria e tomar as providências cabíveis. “E caso seja constatado que a
intervenção é de responsabilidade de alguma concessionária, a empresa será
notificada para efetuar os devidos reparos, restituindo o padrão original da
calçada, sob pena de multa, caso não atenda à notificação.”
Já a operadora de telefonia Vivo,
ao ser contatada pelo DIÁRIO DO RIO, informou que as obras estavam
paralisadas devido ao recesso de final de ano, solicitado pela Prefeitura do
Rio. “As equipes da empresa estarão no local para a finalização dos reparos
ainda esta semana.”
Título, Imagem e Texto: Gabrielle Lopes, Diário do Rio, 2-1-2024
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