quinta-feira, 4 de abril de 2024

[Daqui e Dali] Há necessidade de imigrantes

Navio de Emigrantes, óleo com areia sobre tela, 230 cm x 275 cm, Lasar Segall, 1939/41, Museu Lasar Segall, São Paulo

Humberto Pinho da Silva

Apesar da natalidade em Portugal ter aumentado nos últimos anos, ainda não é suficiente para comutar o défice demográfico. O país carece urgentemente de imigrantes para incrementar a economia, v.g.: restauração, hotelaria e construção civil.

A entrada maciça de imigrantes é necessidade incontestável, ainda que possa causar ao país alguns problemas; precisa, todavia, ser devidamente planeado, para se evitar perturbações sociais, mormente se o imigrante não souber ou não quiser assimilar a nossa cultura ou se recusar a ser integrado.

Diferenças culturais, morais, políticas até filosóficas e religiosas, dificultam a rápida integração, a meu ver, necessárias, requerendo cedências de ambos – aborígenes e imigrantes.

Existe ainda o receio natural da população indígena, erradamente pensar que pode causar desemprego e concorrência no mundo do trabalho, em algumas profissões.

Mas voltemos à situação demográfica do país: envelhecimento da população e nascimento de bebés – verifica-se que em 2023 nasceram 85.764 bebés, segundo "Teste do Pezinho", alguns de mãe estrangeira. Número considerado insuficiente, mas melhor que no ano anterior.

Como se sabe, a população em idade fértil tem emigrado em grande número, na última década mais de 850 mil saíram do país, e cerca de 30% são de idades que vão dos 15 aos 19 anos.

Segundo o "Atlas de Emigração Portuguesa", desde 2001 abandonaram por ano a terra natal cerca de 75.000 portugueses. Só em 2013 (ano da Troika) ausentaram-se 120 mil, sendo 70% dos emigrantes de 15 a 19 anos.

Não é de admirar que a natalidade seja tão baixa, se considerarmos que continuam a sair jovens em busca de melhor vida e esperança de virem a receber confortantes reformas, que lhes permita envelhecer mais desafogadamente.

Hoje não emigram apenas humildes trabalhadores rurais e operários, como outrora, mas igualmente licenciados, mestrados e até doutorados.

Pelo exposto, ainda que alguns não concordem e não desejem, não se pode recusar mão-de-obra estrangeira, mesmo reconhecendo os inconvenientes que possam advir para o presente e futuro da nação.

Título e Texto: Humberto Pinho da Silva, março de 2024

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