Derrota para o Mirassol deixa o Vasco da Gama ainda com risco de rebaixamento na última rodada do Campeonato Brasileiro
Altair Alves
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| Thiago Mendes, foto: Matheus Lima/Vasco |
A derrota por 2 a 0 para a
ótima equipe do Mirassol resume bem a campanha vascaína como mandante:
melancólica.
O torcedor vascaíno enfrentou
uma chuva enorme para chegar ao estádio. Quem quis se apegar ao lado
supersticioso lembrou logo da noite contra o Internacional, quando o Vasco
colocou o time gaúcho na roda sob chuva intensa. Mas um problema recorrente
voltou a aparecer no primeiro tempo desta terça-feira. Se contra o Inter o time
aproveitou as chances criadas, diante do Mirassol não teve eficiência alguma.
Depois de vencer o Santos por
6 a 0, o Vasco frustrou o torcedor em São Januário ao perder para o
Corinthians. Após a classificação contra o Botafogo na Copa do Brasil, o Vasco
frustrou o torcedor em casa ao empatar com um a mais com o Ceará. Depois de emendar
quatro vitórias seguidas, o Vasco frustrou o seu torcedor ao perder para o time
do São Paulo cheio de desfalques. E ainda perdeu para um Juventude que lutava
contra o rebaixamento.
Depois de ganhar de 5 a 1,
sonhar com o G-8 e precisar apenas de um empate para se livrar dos riscos do
Z-4, o Vasco frustrou o seu torcedor ao perder para o Mirassol.
Erros no meio e no ataque no
1º tempo
O Vasco repetiu a escalação da última rodada, mas Andrés Gómez parecia um jogador completamente diferente daquele que atuou na sexta-feira anterior. Depois de fazer um golaço e dar assistência contra o Inter, o colombiano errou praticamente tudo o que tentou diante do Mirassol.
O time de Diniz insistiu muito
pelo lado esquerdo no primeiro tempo, numa estratégia clara para evitar a faixa
direita do ataque, prejudicada pelo acúmulo de água no gramado. Nuno Moreira e
Paulo Henrique quase não foram acionados, ao contrário de Lucas Piton, Gómez e
Coutinho pelo setor esquerdo.
A melhor chance do Vasco na
etapa inicial saiu dos pés do jogador mais perigoso da equipe. Após rápida
combinação com Coutinho, Rayan arrancou pelo meio e finalizou forte, obrigando
Walter a fazer boa defesa. A maioria das outras investidas terminou nos pés de
Gómez, que tomou más decisões: não finalizou ótimo passe de Thiago Mendes e
errou cruzamentos e dribles pela esquerda.
Apesar do volume do Vasco, o
jogo foi equilibrado antes do intervalo. Extremamente bem treinado por Rafael
Guanaes, o Mirassol atraía a pressão alta vascaína e conseguia sair com
qualidade pelo centro. Barros e Thiago Mendes erraram vários encaixes de marcação.
O time também vacilou com a bola. Thiago Mendes, Nuno e Léo Jardim entregaram
passes perigosos na defesa, permitindo chegadas perigosas do adversário.
Erros na defesa no 2º tempo
O Vasco voltou melhor para o
segundo tempo, com mais volume e menos erros. Passou a rondar a defesa do
Mirassol e arriscar chutes de média distância, mas sem precisão. A chance mais
perigosa foi uma finalização de Paulo Henrique em contra-ataque em que Gómez
poderia ter tocado para Coutinho ou Rayan pelo centro.
Mas um lance mudou os rumos da
partida e gerou apreensão para o fim da temporada de 2025 — e talvez até para
2026. Lucas Piton torceu o joelho esquerdo em uma dividida e saiu chorando.
Ainda não se sabe a gravidade da lesão. O susto parece ter abalado o time. O
Mirassol, que pouco antes havia feito alterações, aproveitou o momento de queda
emocional vascaína.
Em uma saída mais longa do
Mirassol, Puma Rodríguez cortou mal, Gómez foi antecipado, e o adversário armou
o contra-ataque letal. Robert Renan deu um passo adiantado desnecessário,
desmontando a linha de defesa. Renato Marques atacou o espaço nas costas de
Cuesta e abriu o placar. Tudo errado na marcação do Vasco.
Os erros se repetiram no
segundo gol. Em um momento onde os dois laterais haviam virado pontas, e
Vegetti, David e Rayan ocupavam a área, o Vasco ficou ainda mais exposto no
meio de campo. Foi a vez de Cuesta cometer o mesmo erro que Robert Renan havia
feito no primeiro gol. Para piorar, Léo Jardim saiu mal e não conseguiu cortar
Carlos Eduardo.
Entre um gol e outro do
Mirassol, o Vasco foi um time que se resumiu a cruzar bolas aleatórias na área,
na expectativa de um cabeceio de Vegetti ou dos outros atacantes. Muito pouco
para um time que precisava pontuar em casa. A chance do empate veio após
escorada do argentino para David, que finalizou para fora.
Após o apito final, vaias e
xingamentos tímidos. A torcida do Vasco pareceu nem ter forças para criticar a
equipe depois de mais uma frustração em São Januário. Os vascaínos encheram o
estádio para apoiar um time que poderia encerrar a rodada fazendo conta para o
G-8, mas que terminará a quarta-feira fazendo contas para ver se chegará a Belo
Horizonte com riscos de rebaixamento.
O Brasileirão de 2025 do Vasco
já pode ser categorizado como medíocre. Mas pode terminar como vergonhoso caso
haja risco de rebaixamento na última rodada. E pode ser trágico no pior cenário
possível. O Vasco, que chegou aos 42 pontos na 30ª rodada, entrará em campo na
38ª com apenas 45. O torcedor não teve paz em nenhum momento. E, se tiver no
jogo contra o Atlético-MG, será graças aos concorrentes — não ao time.
Título e Texto: Altair Alves, Vasco Notícias, 3-12-2025
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