José
Manuel
No dia 5 de julho de 2013, às
18 horas como sempre, nos mataram mais um pouquinho.
Não tomaram conhecimento, ou
melhor sabiam e não quiseram ver a vergonha de alguns brasileiros confinados em
uma sala e um pobre coitado fazendo greve de fome no aeroporto.
Aparentemente pode não
significar nada, mas para o Brasil significou muito, pois o país ficou
conhecido no exterior como aquele que faz os seus velhos passarem fome em
troca de uma justiça que não julga.
Que belo exemplo para uma
economia emergente e participante dos BRICs da vida.
Mais uma vergonha para o país
no exterior!
Não precisavam nos matar mais,
pois já estamos no ângulo de 45º da tumba que nos prepararam.
Mas, como de 45 para 180
ainda faltam 135, podemos ver que estamos muito longe do que almejam.
Senão vejamos:
Há exatos 365 dias,
em um dia 13 como hoje, tivemos a nossa tão sonhada dignidade restaurada pelo Dr. Jamil Jesus da 14ª vara federal de Brasília.
É uma vitória inconteste, que
ao não ser admitida pela União Federal em seus inúmeros recursos esbulha
com o que há de mais sagrado em um tribunal: a sentença de um Juiz.
Pior ainda, Juiz de um
tribunal Federal e como consequência o próprio poder Judiciário.
Sou idoso, jamais velho,
nunca o serei até aos últimos dias da minha existência e portanto vão ter
que engolir as minhas palavras sejam elas quantas forem, pelo tempo que
for necessário e que traduzam sempre esta covardia contra as nossas vidas, contra
o nosso patrimônio, contra nossas famílias.
Palavras faladas, escritas,
estas serão sempre as minhas armas contra tamanha indignidade.
Não se enganem porque no meu
dicionário não existem palavras ao léu ou ainda palavras, palavras, nada mais
que palavras.
As minhas vêm do fundo do
coração e são mais fortes do que suas atitudes de ódio ou os seus canhões
apontados.
Não me intimido, porque a cada
recurso que vocês interpõem, não é a mim que atingem. É ao Judiciário que ferem,
assim como à sociedade que necessita de leis que funcionem, que
sentenciem, que sejam céleres, que façam justiça.
Cada vez que isso ocorre e ao
contrário do que pensam, me torno mais forte, mais jovem e os meus gritos se
fazem ouvir cada vez mais longe.
Exijo a devolução dos meus salários,
a devolução da minha dignidade, a devolução da minha cidadania.
Cidadania não é voto
obrigatório nem showbiz do imposto de renda.
É muito mais que isso. Cidadania é o
conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade
em que vive.
A minha cidadania está
confirmada, legitimada em uma sentença perfeita no âmbito jurídico há 365 dias!
Portanto devolvam o meu
passaporte para a vida.
E não se esqueçam jamais que
45º é o angulo máximo a que nos curvamos.
Nós sempre lutamos pela paz.
Vocês só conhecem os tambores da
guerra.
Vamos mostrar, se for preciso,
que falamos muito bem os dois idiomas!
Título
e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig, 67 anos, 50 de trabalho
Onde um governo está acima das leis...nao se precisa de LEIS, pois elas só funcionam para facilitar a vida dos corruptos, trabalhador honesto nao faz parte desta cúpula!!!!
ResponderExcluirInfelizmente estamos nas maos de pessoas sem princípios , e quanto mais é desvendado a corrupçao de todos eles, NADA é feito!!!
Ficamos impotentes diante de tanta injustiça!
Mas "acusar" podemos e devemos continuar na luta, esperando ter um final feliz e justo!!!!
Ilca Eras