sábado, 13 de julho de 2013

13 de julho de 2013: J’accuse!


José Manuel
No dia 5 de julho de 2013, às 18 horas como sempre, nos mataram mais um pouquinho.
Não tomaram conhecimento, ou melhor sabiam e não quiseram ver a vergonha de alguns brasileiros confinados em uma sala e um pobre coitado fazendo greve de fome no aeroporto.
Aparentemente pode não significar nada, mas para o Brasil significou muito, pois o país ficou conhecido no exterior como aquele que faz os seus velhos passarem fome em troca de uma justiça que não julga.
Que belo exemplo para uma economia emergente e participante dos BRICs da vida.
Mais uma vergonha para o país no exterior!
Não precisavam nos matar mais, pois já estamos no ângulo de 45º da tumba que nos prepararam.
Mas, como de 45 para 180 ainda faltam 135, podemos ver que estamos muito longe do que almejam.
Senão vejamos:

Há  exatos 365 dias,  em um dia 13 como hoje, tivemos a nossa tão sonhada  dignidade restaurada pelo Dr. Jamil Jesus da 14ª vara federal de Brasília.
É uma vitória inconteste, que ao não ser admitida pela União Federal em seus inúmeros recursos  esbulha com o que há de mais sagrado em um tribunal: a sentença de um Juiz.
Pior ainda, Juiz de um tribunal Federal e como consequência o próprio poder Judiciário.
Sou idoso,  jamais velho, nunca o serei até aos últimos dias da minha existência e portanto vão ter que engolir as minhas palavras sejam elas quantas forem, pelo tempo que for necessário e que traduzam sempre esta covardia contra as nossas vidas, contra o nosso patrimônio, contra nossas famílias.

Palavras faladas, escritas, estas serão sempre as minhas armas contra tamanha indignidade.
Não se enganem porque no meu dicionário não existem palavras ao léu ou ainda palavras, palavras, nada mais que palavras.
As minhas vêm do fundo do coração e são mais fortes do que suas atitudes de ódio ou os seus canhões apontados.
Não me intimido, porque a cada recurso que vocês interpõem, não é a mim que atingem. É ao Judiciário que ferem, assim como à sociedade  que necessita de  leis que funcionem, que sentenciem, que sejam céleres, que façam justiça.

Cada vez que isso ocorre e ao contrário do que pensam, me torno mais forte, mais jovem e os meus gritos se fazem ouvir cada vez mais longe.
Exijo a devolução dos meus salários, a devolução da minha dignidade, a devolução da minha cidadania.
Cidadania não é voto obrigatório nem  showbiz do imposto de renda.
É muito mais que isso. Cidadania  é o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive.


A minha cidadania está confirmada, legitimada em uma sentença perfeita no âmbito jurídico há 365 dias!
Portanto devolvam o meu passaporte para a vida. 
E não se esqueçam jamais que 45º é o angulo máximo a que nos curvamos.
Nós sempre lutamos pela paz.
Vocês só conhecem os tambores da guerra.
Vamos mostrar, se for preciso, que falamos muito bem os dois idiomas!

Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig, 67 anos, 50 de trabalho

Um comentário:

  1. Onde um governo está acima das leis...nao se precisa de LEIS, pois elas só funcionam para facilitar a vida dos corruptos, trabalhador honesto nao faz parte desta cúpula!!!!
    Infelizmente estamos nas maos de pessoas sem princípios , e quanto mais é desvendado a corrupçao de todos eles, NADA é feito!!!
    Ficamos impotentes diante de tanta injustiça!
    Mas "acusar" podemos e devemos continuar na luta, esperando ter um final feliz e justo!!!!
    Ilca Eras

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