sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Reuniões e Serial Killers

José Carlos Bolognese
Num país que nunca deixa de nos surpreender, a exceção sempre pode também ser a regra. Serial killers de verdade costumam ser solitários, não enganam suas vítimas e quando se reúnem com elas é para fazer algo que dispensa explicação aqui.

Mas, ei!... estamos no Brasil, e aqui, por incrível que pareça, esses tipos adoram se juntar para produzir nada. Mas um “nada” fatal para certas classes indefesas.


Esperando há mais de sete anos para poder viver do meu trabalho (não vale só quando estava na ativa) e com o oitavo Natal na proa, tudo que temos são reuniões de personagens sinistras que ficariam bem em filmes e séries de TV sanguinolentas, nos papéis de matadores em série – os quase 900 falecidos do Aerus são provas seguras e irrefutáveis de assassinato sistemático... não é, senhores jurados? Também encarnam muito bem o papel de exterminadores – do futuro, não o deles, é claro, mas do que ainda resta da vida de milhares de trabalhadores honestos.

Mas como especialistas, são capazes de exterminar também o passado, à feição de seus ídolos soviéticos, que apagavam de fotos figuras tornadas inconvenientes, com quem eles antes confraternizavam.

Com a maior cara de pau exterminaram também nosso passado de trabalho e poupança previdenciária, não deixando assim sobreviver o elo de dignidade que legitima uma aposentadoria conseguida com trabalho de verdade. Porque o trabalhador de verdade, debaixo de um determinismo sádico, vai perdendo a própria aposentadoria com o passar do tempo. Esses, os das reuniões e outros mais, “passam tempo” em belos empregos e quando se aposentam “caem para cima”, favorecidos por uma espécie de contabilidade criativa aplicada a seus “direitos” previdenciários e inacessível aos mortais comuns.

Não sei como vou viver sem minha legítima aposentadoria do Aerus. Nem sei se posso chamar de “vida” a minha situação atual. Mas não perdi minhas certezas e uma delas infelizmente é que somos “governados” por gente boçal, sem nenhuma noção do que seja Nação ou a União que tanto fingem defender.

Fico pensando e sonhando se o povo brasileiro – o que trabalha e se aposenta mal... quando se aposenta – um dia irá acordar. Não só para cobrar o que lhe roubam diuturnamente, mas para pedir uma contabilidade de fato – não criativa – dessas milhares de reuniões inúteis que serial killers e exterminadores fazem em seu nome.

Alguém já parou para pensar apenas nos itens mais triviais como água, cafezinho, papel lápis e etc.? É hora de começar a pensar.
Título e Texto: José Carlos Bolognese, 29-11-2013

Relacionados:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-