Num país que nunca deixa de
nos surpreender, a exceção sempre pode também ser a regra. Serial killers de verdade costumam ser solitários, não enganam suas
vítimas e quando se reúnem com elas é para fazer algo que dispensa explicação
aqui.
Mas, ei!... estamos no Brasil,
e aqui, por incrível que pareça, esses tipos adoram se juntar para produzir
nada. Mas um “nada” fatal para certas classes indefesas.
Esperando há mais de sete anos
para poder viver do meu trabalho (não vale só quando estava na ativa) e com o
oitavo Natal na proa, tudo que temos são reuniões de personagens sinistras que
ficariam bem em filmes e séries de TV sanguinolentas, nos papéis de matadores
em série – os quase 900 falecidos do Aerus são provas seguras e irrefutáveis de
assassinato sistemático... não é, senhores jurados? Também encarnam muito bem o
papel de exterminadores – do futuro, não o deles, é claro, mas do que ainda
resta da vida de milhares de trabalhadores honestos.
Mas como especialistas, são
capazes de exterminar também o passado, à feição de seus ídolos soviéticos, que
apagavam de fotos figuras tornadas inconvenientes, com quem eles antes
confraternizavam.
Com a maior cara de pau
exterminaram também nosso passado de trabalho e poupança previdenciária, não
deixando assim sobreviver o elo de dignidade que legitima uma aposentadoria
conseguida com trabalho de verdade. Porque o trabalhador de verdade, debaixo de
um determinismo sádico, vai perdendo a própria aposentadoria com o passar do
tempo. Esses, os das reuniões e outros mais, “passam tempo” em belos empregos e
quando se aposentam “caem para cima”, favorecidos por uma espécie de
contabilidade criativa aplicada a seus “direitos” previdenciários e inacessível
aos mortais comuns.
Não sei como vou viver sem minha
legítima aposentadoria do Aerus. Nem sei se posso chamar de “vida” a minha
situação atual. Mas não perdi minhas certezas e uma delas infelizmente é que
somos “governados” por gente boçal, sem nenhuma noção do que seja Nação ou a
União que tanto fingem defender.
Fico pensando e sonhando se o
povo brasileiro – o que trabalha e se aposenta mal... quando se aposenta – um
dia irá acordar. Não só para cobrar o que lhe roubam diuturnamente, mas para
pedir uma contabilidade de fato – não criativa – dessas milhares de reuniões
inúteis que serial killers e exterminadores fazem em seu
nome.
Alguém já parou para pensar
apenas nos itens mais triviais como água, cafezinho, papel lápis e etc.? É hora
de começar a pensar.
Título e Texto: José Carlos Bolognese, 29-11-2013
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