sábado, 16 de novembro de 2013

Se queremos vencer é preciso que se tenha credibilidade e que se diga a verdade

Marcelo Lins
“As pessoas costumam usar suas roupas psíquicas para ocultar quem são. Precisamos aprender a despir nossas psiques. Se queremos vencer precisamos simplesmente revelar a verdade. Fomos ensinados que aqueles que dizem a verdade são ingênuos, otários, tolos, principalmente a verdade sobre nós mesmos.”
O poder da credibilidade advém da revelação franca dos nossos sentimentos e desejos. Este poder que nos permite argumentar, ser ouvido, ser compreendido e vencer. O problema da credibilidade, surge quando o que dizemos não expressa a nossa intenção. Nossos detectores muitas vezes conseguem captar quando existe uma “dissonância cognitiva” de um orador pelos músculos do corpo, pela postura, pelas palavras e pelos olhos. “Os olhos das pessoas dignas de crédito transmitem uma mensagem coerente com o significado das palavras pronunciadas”.

Depois de quase 900 mortes de aposentados e pensionistas do AERUS que não viram seus direitos previdenciários honrados e milhares de trabalhadores da VARIG que não receberam seus direitos trabalhistas e previdenciários...

Depois de um sofrimento que vem sendo imposto a milhares de homens, mulheres e crianças. Famílias passando por privações, dores, sofrimentos e humilhações desde 2006...

Depois do exílio imposto a centenas de aeronautas que tiveram que abandonar o país...
Depois de milhares postos de trabalhos terem sido extintos, gerando desemprego e caos social...

O que poderia ser chamado de vencer? O que poderia ser considerado como uma vitória? O que é razoável e justo? A paz e o sossego que nos foram tirados durante este período é irrecuperável e não nos podem devolver. São perdas incalculáveis. Então, só nos resta indenizações por perdas e danos e o pagamento a todos o que é devido de direito. O pronto restabelecimento da ordem do Estado de Direito e fim das torturas é a única Justiça que o Governo pode fazer. E que seja feita já!

Em 3 de maio de 2006, o economista Paulo Rabello de Castro, formado na Universidade de Chicago, reduto do pensamento liberal e que assessorava os Trabalhadores do Grupo VARIG escreveu para a Revista Istoé – Dinheiro: "Deixar a Varig quebrar é burrice".

Em 19 de março de 2006, o Senador do Estado do Amazonas, Jefferson Peres, pronunciou o seguinte discurso a favor da Varig em sessão presidida pelo senador Edison Lobão o qual transcrevo parte abaixo. O pronunciamento foi tão brilhante que recebeu apoio e apartes dos senadores: Ramez Tebet, Heloísa Helena, Eduardo Azeredo, Heráclito Forte, Flávio Arns, Sibá Machado, Pedro Simon, Marcelo Crivella, Paulo Paim, Antonio Carlos Valadares, Efraim Moraes, Ney Suassuna, Roberto Saturnino, Eduardo Suplicy e Arthur Virgílio. O discurso foi tão importante que na semana seguinte quatro Comissões do Senado promoveram em conjunto uma Audiência Pública.

“Há semanas, parte da sociedade brasileira acompanha, apreensiva e entristecida a aflição da maior empresa de aviação do País, a legendária Varig, que agoniza, está em situação pré-falimentar ante a indiferença do poder público. Sei o que digo porque há três anos, integrante da frente parlamentar de defesa da empresa, acompanhei as negociações com o Governo Federal, por intermédio do Senhor Ministro da Defesa – Sr. Viegas e, depois, Sr. José Alencar –, todas as tentativas de reerguer a empresa esbarraram na má vontade da toda-poderosa Casa Civil da Presidência da República.


Na semana passada, o Presidente da República disse uma frase cruel e infeliz: não vou colocar dinheiro público para salvar uma empresa falida. Uma frase imprópria porque a empresa não está falida, a empresa está em fase de recuperação judicial. Fosse um cidadão comum, ele poderia ser acionado judicialmente, Senador Ramez Tebet, porque, com isso, ajudou a abalar o que resta de crédito da empresa. Ele chamou de falida uma empresa em fase de recuperação judicial com um plano de recuperação aprovado; e leu o artigo publicado em 2001, em O Estado de S. Paulo intitulado “Morte Anunciada do Transporte Aéreo” assinado por Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas que palavra é essa deste Presidente que nós temos? Meu Deus do céu! Tudo que ele disse antes não vale nada? Não tem importância? Senhor Presidente, a Varig não é uma empresa qualquer. Eu não quero que se ponha dinheiro público num saco sem fundo. A Varig não pertence nem a uma pessoa, nem a uma família. A Varig é controlada pela FRB, que é dos trabalhadores da Varig. Porém, eu não quero que ela continue com a FRB, que pode ser acusada de má gestão. Eu queria que o Governo Federal fizesse encontro de contas. O Governo Federal deve R$ 4 bilhões à Varig, reconhecidos pelo STJ. Isso é metade da dívida total da empresa. Os Estados devem R$ 1 bilhão à Varig por ICMS cobrado indevidamente, reconhecido judicialmente. São R$ 5 bilhões. O Governo jamais admitiu pagar essa dívida. O poder público deve R$ 5 bilhões à Varig. A Varig não é uma empresa qualquer mas um ícone nacional. Com faz bem à nossa auto-estima, andar nos Campos Elíseos, em Paris, e ver a Varig Brasil, assim como na Quinta Avenida, em Nova Iorque! Parecia o Consulado brasileiro.

Não vale nada para este Governo. A Varig é uma empresa qualquer? São 11 mil trabalhadores suscetíveis a desemprego, procurando ser absorvidos pelas outras empresas, indo para o exterior. O AERUS, fundo de pensão, está naufragando, arruinando milhares de funcionários aposentados e viúvas pensionistas. Vai virar pó tudo isso. O Partido dos Trabalhadores está no poder. Está no poder um metalúrgico, o mesmo que gritava em favor da Varig. Que País, meu Deus!

Vou concluir o meu discurso com este apelo do senhor cidadão, Luiz Inácio Lula da Silva (ao então Presidente Fernando Henrique) e que, agora, é de Luiz Inácio Lula da Silva ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Enquanto isso, empresas aéreas brasileiras estão falindo. Milhares de trabalhadores continuam perdendo seus empregos, divisas estrangeiras deixam de entrar no Brasil e o nosso País perde, cada vez mais, capacidade competitiva. Até quando, senhor Presidente? Até quando, senhor Presidente?”

Até hoje continua no ar a mesma pergunta para o escandaloso caso VARIG/AERUS que vem impondo de forma continuada tortura e sofrimento aos trabalhadores que não recebem suas aposentadorias e suas indenizações trabalhistas:
Até quando senhora Presidenta? Até quando?
Título e Texto: Marcelo Lins, 15-11-2013


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2 comentários:

  1. SÓ UM LIXO TÓXICO COMO ESSE MOLUSCO PODERIA TER DITO SEMELHANTE ASNEIRA VAI PAGAR SEM DÚVIDA POR TUDO O QUE FEZ
    ALIÁS, JÁ ESTÁ SE DECOMPONDO
    José Manuel ( sofre com a irradiação tóxica desse malfeitor )

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  2. Todos sofremos e estamos pagando com nossas vidas, as arbitrariedades e insanidade desses moluscos rapineiros. Infelismente. Toda dedicacao e amor investidos por geracoes inteiras, na construcao de uma legendaria empresa e industria aeronautica, de nada valeu ao cair nas maos destes manipuladores da causa propria. Somente nos restou um grande sentimento de magoa ao receber-mos ate hoje, a cruel indiferenca e desrespeito de nossa liderancas constituidas, pois legislam e executam desumanamente tudo em causa propria. Quanta vergonha sinto destes que se dizem nossos governantes...quanta tristeza, decepcao e destruicao causaram a esta importantissima parte da sociedade brasileira, que dedicaram suas vidas por geracoes, na construcao de uma Nacao respeitada e admirada nos quatro cantos do planeta. E lamantavel.
    Abracos meu amigo Jose Manuel. Do sempre amigo...Mauricio Ferreira.

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