(Qualquer semelhança com
pessoas vivas ou mortas é mera coincidência)
Alberto José
Esta é a história de uma
empresa de aviação, fundada por uma pessoa digna, e que vivia recebendo prêmios
internacionais pelas suas operações confiáveis e pelo excelente serviço de
bordo. Os seus funcionários eram dedicados, bem uniformizados e trabalhavam com
entusiasmo e eficiência. Eventualmente, reclamavam algum reajuste dos seus
ganhos que resultava em campanhas sindicais, pois apesar dos aviões lotados de
passageiros os dirigentes da empresa sempre repetiam que a empresa estava no
vermelho! No final das contas, sempre se chegava a um acordo conveniente para
ambos os lados.
A empresa tinha imóveis
alugados ou adquiridos em grandes cidades no Brasil e no exterior. Operava
modernos aviões, frota cuja maioria já estava paga. Operava também uma grande e
conhecida unidade onde eram preparadas milhares de refeições diárias,
sofisticadas e que faziam a fama do seu serviço de bordo.
Contava ainda com fazendas e
hotéis que serviam à empresa e ao seu departamento de turismo.
Tinha modernos simuladores e
um invejável centro de operações que garantia a segurança das suas aeronaves em
voo, no Brasil ou no exterior.
As suas tripulações eram
alojadas nos mais bem conceituados hotéis do mundo.
Para sustentar toda essa
estrutura, o fluxo de capital em dólares era gigantesco. Isso atraiu a atenção
de elementos que se alojaram na empresa e passaram a desmontar aquela organização
dinâmica e bem provida de recursos.
Trocaram as modernas aeronaves
quitadas e “alugaram” aeronaves com preços acima das tabelas de mercado;
Venderam aquela indústria
gigantesca que preparava as refeições e passaram a comprar de fornecedores externos
milhares de refeições diárias;
Fecharam lojas e venderam
imóveis;
Venderam o bem-sucedido
sistema de promoção de passagens;
Venderam a fazenda;
Venderam o hotel e, por fim,
os modernos simuladores onde as tripulações treinavam os voos nos diversos
equipamentos!
Chegou o momento em que, por
dificuldades de pagamento, os aviões dos voos internacionais eram estacionados
em posições remotas ou inadequadas nos aeroportos internacionais! A bordo,
começaram a faltar insumos como alimentos, café, bebidas e peças de reposição
para iluminação, projeção de filmes e itens de conforto como papel higiênico,
toalhas nos banheiros, etc.!
Havia tripulante que levava da
sua casa material para poder atender aos passageiros!
Nesse ponto, pediram ao
governo que ajudasse a empresa a continuar operando, principalmente para manter
o emprego de milhares de funcionários. Mas o governo tinha outros planos.
Queriam transferir toda a bem-sucedida
estrutura operacional para outra empresa concorrente, onde elementos do governo
teriam controle direto sobre os resultados projetados.
Coitada da concorrente, era
muita areia para pouco caminhão, não conseguiu dar conta do recado e acabou-se
diluída em mãos alienígenas!
Durante esse processo, o fundo
de pensão dos funcionários ficou sem as verbas contratadas quando os elementos
alojados na empresa pré-falimentar deixaram de fazer os depósitos homologados
pelo governo.
Ao apagar das luzes, os
funcionários trabalharam “até o último minuto” e não receberam os dias
trabalhados e nem um cafezinho em agradecimento. Como prêmio, foram chamados de
“guerreiros”!!!
Um representante de um “fundo
abutre” arrematou o que era precioso e a “corte” o isentou de pagar os salários
dos “guerreiros” da última hora! Mais adiante, ele revendeu o que havia
comprado por um preço 15 vezes superior! Grande abutre! Os excelentes
profissionais da empresa estão sendo enganados até hoje pelo governo!
Título e Texto: Alberto José,
17-10-2014
Alberto, esta ignomínia praticada contra a nossa empresa, não vai ficar assim
ResponderExcluirAtenção Oscar Burgel fique também atento, pois a era dos que nos estupraram está a poucos dias de terminar, e aí nós vamos acertar as contas
José Manuel
ResponderExcluirO universo está sempre em constante mudança , mas somos relutantes em aceita-la . Porém, além da morte, a mudança é a segunda coisa certa na vida. Ou se aceita de bom grado , ou o sofrimento é maior. O letrado filósofo Ralph Waldo Emerson explica melhor abaixo , neste trecho:
“Os homens sofrem ao longo de toda sua vida por causa da superstição tola de que podem ser ludibriados. Mas é impossível a um homem ser ludibriado por alguém que não seja ele próprio, assim como é impossível uma coisa ser e não ser ao mesmo tempo. Existe em todas as nossas transações um terceiro elemento comanditário. A natureza e alma das coisas incumbem-se da garantia do cumprimento de todos os contratos, de maneira que um trabalho honesto não pode ser desperdiçado. Se você servir a um ingrato, trabalhe com redobrado afinco. Faça de Deus um seu devedor. Todas as atitudes serão recompensadas. Quanto mais tardar a paga, tanto melhor para você, pois a taxa habitual desse erário são os juros dos juros.”
“As mudanças que a curtos espaços interrompem a prosperidade dos homens são advertências de uma natureza cuja lei é o crescimento. Sempre é a lei da natureza crescer, e toda alma através dessa necessidade intrínseca abandona todo seu sistema de coisas, seus amigos, e lar, e leis, e fé, da mesma forma pela qual o molusco abandona sua casca, linda porém pedrosa, porque esta já não lhe permite crescer, e se entrega a formar lentamente uma moradia...
Deve-se aprender com quem soube mais.
Abraços
Sidnei Oliveira
Um belo retrato em prosa da 'PIONEIRA' em sua ventura e desventura. Parabéns, Alberto!
ResponderExcluirAgradeço o apoio. Esse episódio empresarial me lembra a fábula da Galinha que botava Ovos de Ouro; mataram a galinha para roubar "todo o ouro que tinha dentro dela", acontece que o ouro dos ovos era fabricado pelos "guerreiros" que ficaram impossibilitados de prepara mais ovos! rs, rs, rs, rs, Alberto José
ResponderExcluirAlberto José, tive a satisfação de ouvir a historia da Galinha que botava ovos de ouro, contada pelo Sr. Rubem Martins Berta no inicio dos anos 60 (61 ou 62) no Hangar da Ex- Real Aerovias Brasil em CGH. O Sr. Berta era um Grande Homem de Visão, que com poucas palavras fazia todos os funcionários e familiares se preocuparem e amarem profundamente a VARIG.
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Abraços
Nelson Schuler
Lá de onde ele está se preparando para uma nova e grande missão ele deve estar vendo tudo que aconteceu com a sua obra e os seus queridos trabalhadores! Os petralhas que mataram a galinha ainda vão prestar contas lá no lugar onde dinheiro e título não os isenta da merecida punição!
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