Valdemar Habitzreuter
É pertinente o alerta de
Thomas Raposo de contermos nossa ansiedade concernente à tutela antecipada que
nos garantiriam os 248 milhões para o caixa do Aerus, valores relativos a um
determinado período (de meados de setembro de 2014 a meados de março de 2015,
incluso o 13º salário), sem contar com o que será definido no orçamento do
governo de 2015 e a continuidade do pagamento de nossos proventos.
Sem dúvida, estamos todos
ansiosos por um resultado positivo para que se concretize o pagamento, e se
este pagamento se der ainda neste ano (é claro, com probabilidade quase zero) -
para podermos festejar um Natal mais alegre -, tanto melhor. Isto, no entanto,
não deve afetar nossa integridade psicossomática, isto é, fazer-nos sofrer antecipadamente,
por conta da ansiedade, como se já estivéssemos contando com o dinheiro. É mais
condizente alimentar a postura realista de que este governo colocará inúmeros
empecilhos para que não vejamos o dinheiro tão cedo. Então, é mais plausível
saber controlar nossa ansiedade para não decepcionar-nos do que o futuro pode
nos reservar.
A ansiedade faz parte de nossa
vida afetiva. Ela pode, por conseguinte, afetar-nos positiva ou negativamente,
como diria o filósofo Espinosa. Se positivamente, ela nos conduz à ação, nos
torna ativos. Se negativamente, ela nos torna passivos e sofredores.
Quando somos afetados
positivamente, nós nos impregnamos da força de querer seguir existindo, nós nos
propomos a agir para passarmos a uma maior perfeição, e isto constitui a
alegria da vida. Quando somos afetados negativamente, deixamos nossa força de
existir diminuir e, conseqüentemente, adquirimos uma menor perfeição, e isto
constitui a tristeza da vida.
É mais ou menos isto que o
filósofo Espinosa nos diz em seu livro ‘Ética’ sobre a afetividade humana. Ali
ele demonstra que a alegria e a tristeza são nossos afetos (afecções) básicos
que junto com o desejo nos dão o sentido do ‘conatus’ – a força de persistir ou
não na existência. Isto é, a passagem para uma maior ou menor perfeição. Para tanto,
devemos saber de como somos afetados, saber as causas das afecções.
Há duas causas: a adequada e a inadequada. Pela causa adequada, tomo as rédeas nas mãos, sou ativo, eu mesmo produzo o efeito das afecções que me faz crescer e me proporcionar a alegria de viver. Na causa inadequada não sou o dono da situação, deixo-me afetar por causas exteriores cujo efeito pode desembocar na tristeza.
Por exemplo, no caso do
impasse de nos ser ou não ser concedida a tutela antecipada. Se tomo uma
atitude racional e não me deixo afetar negativamente pelo imbróglio da tutela
antecipada, eu me rejo pela causa adequada de produzir um efeito positivo e
continuar na vida alegre. Sou ativo, ou seja, eu me fortaleço na lida com os acontecimentos
da vida.
Ao contrário, quando tomo uma
atitude passiva, deixo-me reger preponderantemente por causas externas, e
estas, quando se chocam com meu desejo de satisfação, exercem uma pressão tal
que provocam tristeza. Deixo-me reger, assim, pela causa inadequada, ou seja,
não sou eu a causa que determina o efeito da afecção, mas sim, causas exteriores.
Fico na pura passividade.
É isto. Cada qual avalie sua
própria ansiedade, se positiva ou negativa; se leva a vida de um modo alegre ou
triste, adequado ou inadequado...
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 11-11-2014
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Acompanhamento de Proposições
ResponderExcluirBrasília, quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Prezado(a) Assinante,
Informamos que as proposições abaixo sofreram movimentações.
PLN-00031/2014 - Abre ao Orçamento da Seguridade Social da União, em favor do Ministério da Previdência Social, crédito especial no valor de R$ 248.265.342,00 (duzentos e quarenta e oito milhões, duzentos e sessenta e cinco mil, trezentos e quarenta e dois reais), para o fim que especifica.
- 11/11/2014 Apresentação do Relatório do Relator, RRL 1 CMO, pela Sen. Ana Amélia
- 11/11/2014 Voto pela aprovação do Projeto de Lei, na forma proposta pelo Poder Executivo. Ao Projeto não foram apresentadas emendas.
É Habitz, mais uma vez você toca num assunto delicado , mas que tem que ser exposto a todo o momento, não só para não criar ilusões, mas para alertar de que temos que ter os pés sempre no chão.
ResponderExcluirDa mesma forma e com uma clareza excepcional o Thomás Raposo da Aprus, que infelizmente está totalmente amarrado em tecer comentários ou mesmo uma atitude mais contundente, no caso da ação Civil Pública, por não ser de sua seara e responsabilidade.
Apesar de tudo, vez por outra e com muito cuidado para não ferir suscetibilidades ele o vai fazendo na medida do possível.
Mas o mais importante é escrever, qualquer coisa em que possam ser inseridos os no AERUS e VARIG
José Manuel
Grande notícia para os beneficiários do Aerus: foi aprovado hoje na Comissão Mista de Orçamento o projeto, do qual sou relatora, de crédito especial para que a União cumpra a decisão judicial que beneficia milhares de aposentados e pensionistas do fundo. Agora, o PLN 31/2014 precisa da aprovação no plenário para que, então, os ex-aeronautas e aeroviários passem a receber o que lhes é de direito. Apresentei requerimento pedindo urgência para que essa aprovação final ocorra o mais rápido possível.
ResponderExcluirHabitz, não sei se felizmente ou infelizmente não sofro desse mal. A ansiedade é um mal dos sentidos.
ResponderExcluirEu esperei 23 anos para ter de volta da Caixa federal meu Fgts investido na quitação de minha casa.
Explicando, em 1990 eu quitei minha casa com o FGTS, em 1993 o governo quitou e entregou gratuitamente as escrituras de casas compradas pelo PES, plano de equivalência salarial. Eu entrei na justiça pra reaver o que havia pago. Levou 20 anos, e ganhei no supremo tribunal federal essa ação. A César o que é de César.
Eu não tenho esperanças ou ilusões quanto à causa do AERUS, sou confiante, "confidence", pode protelar à vontade, se não vier para mim, vai para os meus.
Nem ansiedade, nem esperança, é confiança. Nem é crer na justiça, porque é causa ganha, a única coisa que me preocupa são as munhecas presas na cumbuca, e são muitas.
Projeto de lei destina R$ 248,3 mi para aposentados da Varig e Transbrasil
ResponderExcluir12/11/14 às 16:56 Folhapress
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BRASÍLIA, DF - A CMO (Comissão Mista de Orçamento) do Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira (12) projeto de lei que destina R$ 248,3 milhões para que o Ministério da Previdência Social pague parte de uma dívida com o fundo Aerus, de trabalhadores da Varig e Transbrasil. No dia 26 de setembro deste ano, o Tribunal Regional Federal em Brasília determinou que a União honre a folha de pagamento mensal dos aposentados e pensionistas do fundo. A conta é de R$ 35 milhões por mês e beneficia mais de 10 mil aeronautas e aeroviários. Há oito anos os aposentados e pensionistas do Aerus brigam na Justiça pelo recebimento integral dos benefícios do Aerus. FIES Também foi aprovada na comissão a medida provisória 655, que trata da abertura de crédito extraordinário de R$ 5,4 bilhões para o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).
PAIZOTE
ASSUNTO JÁ SENDO DISCUTIDO NO CONGRESSO AGORA , POR SENADOR INACIO ARRUDA , PEDINDO QUE ENTRE EM PAUTA LOGO, PARA VOTAÇÃO.
ResponderExcluirPAIZOTE