quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Os «compromissos» do PS e de António Costa

Rui A.

Foto: Alberto Frias
António Costa assumiu, perante o país, um conjunto de compromissos para um futuro governo do PS liderado por si. Vejamo-los um por um e aquilo que eles poderão significar:

«Promover o emprego»: há duas formas de um governo olhar para a criação de emprego: uma é acreditar que são as empresas e a sociedade civil que o criam. Neste caso, ao governo competirá não obstaculizar a vida das empresas e da iniciativa privada, para que elas possam cumprir a sua missão natural. A outra consiste em defender que são o governo e o estado os verdadeiros dinamizadores da economia, através do investimento público. Da última vez que o PS e António Costa estiveram no governo foi esta última orientação que foi seguida. O «compromisso» de então era criar 150.000 postos de trabalho. Os resultados ainda estão à vista de todos;

«Combater a precariedade»: só pode ter um significado, que é o de que um futuro governo PS criará legislação que endurecerá mais ainda as relações de trabalho. As consequências disto serão exactamente as contrárias das que se enunciam no objectivo anterior: com leis de trabalho mais rígidas, as empresas reduzirão a contratação de novos trabalhadores e o desemprego aumentará;

«Aumentar o rendimento disponível das pessoas»: como? Só há uma maneira de o fazer: diminuindo os impostos. Importa-se o PS de explicar quais os impostos sobre o rendimento das pessoas singulares que está disposto a baixar e para que montantes por escalão? Esta seria uma medida muito interessante, se exequível. Obviamente, se o PS explicar claramente como, quando e onde o irá fazer;

«Dar prioridade às pessoas»: o PS pressupõe que o PSD e o CDS dão prioridade aos animais? Ou aos objectos inanimados? Talvez não fosse pior explicar direitinho o que significa este sound bite;

«Resolver os bloqueios de financiamento às empresas»: um futuro governo PS pretende substituir-se à actividade bancária? Vai instrumentalizar o crédito, obrigando os bancos a concedê-lo em montantes altos e a taxas artificialmente baixas? Ou será que voltaremos ao escudo e a fabricar notas? Muito francamente, por mais que se olhe para este «compromisso» do PS, ele fará sempre recordar os compromissos do Syriza de Varoufaquis;

«Promover um Estado forte, inteligente e moderno»: em vez de reformar o estado e de o retirar de onde ele não deve estar, o PS pretende torná-lo mais «eficiente». Um velho sonho de todos os governos dos últimos cinquenta anos, com os resultados que estamos agora a pagar. E sim, fujam: vem aí um novo Simplex, mais serviços e funcionalismo público. Ou seja, um incontável aumento de despesa pública, para que tudo fique na mesma ou pior ainda do que já está. 
Título e Texto: Rui A., Blasfémias, 19-8-2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-