domingo, 9 de agosto de 2015

Presidente do Bradesco mente para babar ovo do governo

Luciano Henrique

O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi [foto], acha que todo mundo é idiota ao sair criticando a tal “crise política”. Diz ele: “A crise política é mais forte que a econômica. Isso abala a confiança no país e retarda a retomada do crescimento”. Complementa: “Precisamos sair desse ciclo do quanto pior, melhor. Melhor para quem? Para o Brasil, não é. As pessoas precisam ter a grandeza de separar o ego pessoal do que é o melhor para o país”.

Então, se é assim, temos que falar na lata: o Sr. Trabuco é um mentiroso.

Ele dirige o Bradesco, uma das três maiores instituições financeiras do Brasil. Parabéns para ele. Porém, ele esconde de você uma informação fundamental: a empresa que ele dirige depende da guerra política corporativa para sobreviver. Isto significa que todo e qualquer executivo da empresa dele vive sob fogo cruzado de vários adversários políticos em diversos níveis de gestão. Por causa desta guerra política, seus executivos são obrigados a gerar um resultado satisfatório. Se não gerarem, serão derrubados.

Pela posição que ocupa, Trabuco sabe que não é “a crise política” que atrapalha qualquer empreendimento. Ao contrário, é a falta de desempenho dos responsáveis pelo poder que permite o surgimento da tal “crise política”.

O importante é notar que o Sr. Trabuco sabe que está mentindo, pois ele depende de “crises políticas” para pressionar seus executivos a gerarem resultados. Ou seja, a “crise política” é algo que seus executivos temem como uma consequência de não gerarem resultados. A conclusão é óbvia: “crise política” nunca é culpada de nada, sendo apenas uma consequência da competição pelo poder.

Eu duvido muito que o Sr. Trabuco exija o encerramento de qualquer pressão sob executivos ineficientes. Ele não é louco de fazer isso, pois tal retirada de pressão faria seu banco afundar. Então por que ele pede o mesmo para o Brasil? Por que está com segundas intenções.

Então a coisa é clara: papinho de “culpa da crise política” é sempre desonestidade. Esta desonestidade é agravada quando nos é presenteada por uma pessoa que dirige organizações que dependem de “crises políticas” prestes a surgir em momentos de baixos resultados, pois são as pressões resultantes das oposições (ou, no caso corporativo, dos executivos adversários) que motivam exatamente os resultados que Trabuco tanto adora e demonstra para seus acionistas.

E, enquanto isso, Trabuco está pronto para deixar “crises políticas”, daquelas que fariam a tal “crise política” alardeada pelo governo petista parecer um afago, se abater sobre o próximo executivo em sua organização que deixar os indicadores deslizarem por meses seguidos. E ele fará isso com toda determinação do mundo, exatamente para que seus resultados sempre positivos.

Babar o ovo do governo tem sido comum. Mas não com mentiras que ofendem a inteligência de qualquer pessoa que preste atenção em dinâmicas do poder. O problema, enfim, não é “crise política”. Como o Sr. Trabuco sabe (e está escondendo de você), o problema está no desempenho daquele que desonestamente chora ao reclamar da “crise política”.

Em tempo: como bem lembrou um leitor, os banqueiros estão felizes com o governo Dilma, uma vez que com juros tão altos eles têm lucrado os tubos.
Título e Texto: Luciano Henrique, Ceticismo Político, 9-8-2015

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Um comentário:

  1. Com certeza , hoje quem dirige o país é o Bradesco
    É só ver começando pelo falso ingênuo Levy até este com trabuco na língua
    Se alguém duvida disso, faço a pergunta
    Quem comprou o HSBC ?
    Porquê comprou em um momento de crise financeira ?
    Porquê comprou em um momento de crise política ?
    Trabuco, menos por favor, porque todo mundo manja o seu papo furado
    José Manuel

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