"O problema do Brasil não está nos seus políticos"

Campus da USP, novembro 2011, foto:  Edson Lopes Jr/Terra 

Octacílio Guimarães

O episódio - Ação de partidos e sindicatos expõe ruptura em crise da USP - demonstra que se chegou a um estágio apavorante. Em tempos idos que não voltarão jamais, tais baderneiros seriam simplesmente expulsos da USP e dificilmente seriam aceitos por outra universidade. Em tempos idos, professores eram tratados com deferência e respeito, posto que eram olhados como formadores de personalidade de uma juventude responsável pelo futuro da nação. Hoje, porém, a baderna começa nas escolas primárias com professores sendo agredidos por alunos mal criados por suas famílias sem estrutura moral e cultural suficientes para entenderem o significado da vida.

O problema não está na ideologia dos atuais dirigentes que, embora tacanhos e retrógrados, não deram nenhum golpe de estado para se apossar do poder. Estão lá porque foram eleitos por uma maioria de imbecis e idiotas. Democracia em país de imbecis e idiotas dá nisso. Confundem liberdade com libertinagem.  

Portanto, o problema do Brasil não está nos seus políticos, e sim, no seu povo, já que aqueles foram eleitos por estes, que gostam que seja assim. O Brasil é um dos poucos países do mundo onde a classe média alta e os ricos não se incomodam em viver ao lado da miséria mais abjeta, como se pode observar nas grandes cidades infestadas de favelas. Isto é apenas a demonstração da falta de sensibilidade para com os pobres e de auto respeito. Estes, por terem recursos e maior cultura, é que deveriam estar protestando veementemente contra a corrupção generalizada e os desmandos do governo. Mas, não. Estão na deles, posto que só se incomodam consigo mesmo. Isto é falta de bom caráter.  

Com tal mão-de-obra, impossível se construir uma nação respeitável.

Aos que consideram esta situação inaceitável e têm condições, só resta um caminho: cair fora e procurar um país decente para viver. Quanto aos demais, não adianta espernear.

Título e Texto: Otacilio M. Guimarães, 12-11-2011

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