A austeridade é inimiga do
crescimento? Olha que novidade. É por isso que é inadiável a redução da despesa
pública
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Imagem retirada daqui |
A conversa da esquerda e de
uma certa direita conservadora, alguma genuína outra manifestamente preocupada
com o fim de privilégios e do secular encosto ao Estado, já cansa. É um disco
riscado que não leva a lado nenhum – pior, leva muita gente a criar a ilusão de
que há alternativas credíveis ao actual caminho de austeridade e principalmente
de cortes brutais na despesa pública. É óbvio que esta promessa de reduzir o
Estado, que passa por reformas profundas e muita coragem política para diminuir
o número de funcionários públicos, está a demorar tempo de mais e, à medida que
os meses passam, é muito natural que vão surgindo sérias dúvidas de que vá
mesmo para a frente. Basta ver o que está a acontecer na concertação social com
as leis do trabalho para se perceber o pandemónio que se instalará em Portugal
quando um dia, de forma mais ou menos solene e dramática, o primeiro-ministro
anunciar essa medida histórica. Aí sim, se verá a cepa do governo e dos
ministros, a que ponto a coligação PSD/CDS é sólida, e certamente será a altura
certa para se perceber quem é quem neste labirinto de lóbis, interesses mais ou
menos escondidos e convicções ideológicas que andam por aí dissimuladas em discursos
contraditórios e erráticos. Voltando ao discurso da austeridade, inimiga
confessa do crescimento económico e do emprego, importa dizer desde já que não
é preciso ser um Nobel da Economia ou da Retórica para perceber que uma
economia em recessão fica pior quando é sujeita a programas de austeridade
violentos, em que uma das componentes é o aumento brutal de impostos sobre as
famílias e as empresas. O problema está precisamente nesta componente da
austeridade. O Estado gigante, o monstro criado por muitos governos e
responsáveis políticos com a bênção democrática da maioria dos portugueses, não
sobrevive com menos impostos e não consegue reduzir os défices crónicos apenas
com cortes na despesa. Precisa, hoje como ontem, de cargas fiscais obscenas, que
atingem em cheio o bolso e os cofres de cidadãos e empresas. É por isso que é
fundamental reduzir drasticamente o Estado para se poder acabar com a
austeridade. É por isso que é fundamental reduzir a carga fiscal para a
economia ser competitiva, criar riqueza e emprego e permitir níveis aceitáveis
de consumo privado.
Como se sabe há séculos, não é possível ter sol na eira e
chuva no nabal. Mas é precisamente isso que a esquerda e uma certa direita
pretendem com o seu discurso sobre a austeridade e o crescimento económico. Não
percebem, ou não querem perceber, que sem uma redução brutal do Estado e das
despesas públicas não há economia que resista. Sem uma redução brutal dos
impostos sobre as empresas e as famílias não há crescimento e emprego. Não
percebem que o tempo do investimento público, do endividamento pornográfico do
Estado e da despesa pública acabou e não volta mais. A esquerda e uma certa
direita conservadora, com medo de perder privilégios e deixar de ter um Estado
omnipresente que lhe sirva de encosto e conforto, são as grandes responsáveis
pela pobreza, pelo desemprego e pela bancarrota. Foram e continuam a ser os
grandes coveiros de Portugal.
Edição: JP
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