terça-feira, 17 de janeiro de 2012

2012 testa a tendência a ciclos longos do oficialismo no poder!


(Rosendo Fraga, Analista - La Nacion, 15)
1. Nos quatro países de maior população da América Latina que representam em conjunto três quartos dos eleitores da região, estão ocorrendo ciclos de 12 anos da mesma força no poder. No Brasil - com 200 milhões de habitantes - o PT governará de 2003 a 2014 com três períodos sucessivos. No México - com 110 milhões de habitantes - o PAN de Fox e Calderón, também está governando por 12 anos. Colômbia, terceiro país em população com 43 milhões de habitantes, entre 2002 e 2014 governará um partido de centro-direita, com os períodos de Uribe e Santos. A Argentina com 41 milhões de habitantes, os Kirchners governarão de 2003 a 2015, três períodos de 4 anos.           
2. Em países com menor população, também ocorre esta tendência, por uma ou outra razão. Evo Morales na Bolívia por 10 anos em dois períodos e Chávez 14 anos desde 1998 a 2012, pelo menos. A permanência de uma mesma força política no poder por uma década nos últimos anos é um fenômeno político que compreende países com governos de centro-direita e de esquerda moderada versão latino-americana e populista.          
3. A causa desse fenômeno de permanência no poder de quem está no poder, não tem explicação ideológica. Em parte, o crescimento dos emergentes e o preço das matérias-primas que exporta a região impulsiona esse crescimento na região. Os indicadores sociais melhoraram, mas continuam sendo uma pendência, com a desigualdade no mesmo nível.          
4. A isso se deve agregar as estruturas político-institucionais débeis frente ao crime organizado. É a região com mais homicídios por habitante do mundo, e segundo a ONU, onde mais cresceu o consumo interno de drogas. Nos índices de transparência e corrupção, a América Latina só está na frente da África.            
5. Por isso tudo as eleições deste ano, no México em agosto e na Venezuela em outubro, têm grande significado. Mostrarão em que medida esta tendência de triunfo quase generalizado do oficialismo, se manterá ou não. A conexão entre o político e o econômico passa pelo social e a conjuntura internacional não ajuda.
Título e Texto: Cesar Maia, 17-01-2012

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