Alberto de Freitas
… ou vai passar. A baixa da
TSU é a “simulação” da desvalorização cambial. Única solução para o equilíbrio
da balança comercial. Processo utilizado no governo de Mário Soares que, quando
confrontado com a fome em Setúbal, declarou: “Fome? Fome sempre houve em
Portugal, não é nada de novo” – desvalorização conduzida pelo seu Ministro das
Finanças, Medina Carreira.
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1983 |
Que, perante esta
“desvalorização” inferior a 10%, apressou-se a considerá-la iníqua. O que seria
a dele (mais Mário Soares, outro indignado), superior a 30%?
Em 1974 um dólar custava menos
de 30 escudos, quando chegou a vez deles, passou a custar 200. E as empresas
faliram em catadupa, incluindo as indústrias por falta de matéria-prima e
componentes. Não havia divisas para a importação.
Que estamos “lixados”, é um
facto. Com as contestações, libertamos as tensões acumuladas, mas “só” ficamos
mais lixados. E, inexplicavelmente, surge a “unanimidade” nacional contra as
medidas. Apresentam-se soluções alternativas generalistas e prenhes de lugares
comuns, relativamente a um aspeto pontual.
Tal como candidatar-me a
competir com Usain Bolt, considerando que para tal bastaria “dar” à perna. E ao
ficar para trás, ouvir: “dá mais à perna!”. Como se o treino e a capacidade
atlética do contendor não contasse.
Aparece Manuela Ferreira Leite
(ex-bruxa e atual Joana D’Arc do PS), a dar como solução o aumento de
produtividade. Como se tal fosse possível por decreto… por decisão Divina.
Aparece um dos nossos principais empresários, com uma verdade até agora
desconhecida: “o povo precisa de dinheiro para comprar coisas…” – estará o
Belmiro “xexé”? Acrescentando o cinismo de Portas, ao mostrar surpresa,
tentando esconder que o ministro que irá liderar a aplicação da decisão, é do
CDS.
Como toda esta gente não é
estúpida e sabe que as decisões deste governo não são decisões deste governo,
mas das circunstâncias; cujo enfrentamento depende da vontade externa… algo
mais se está para passar, cujo atrasar é importante.
Está a chegar a altura de
“cortes” nas Fundações e muitos Institutos, cujos interesses são abrangentes a
todos os Partidos. Existe algo inconveniente, que este governo pensa “mexer”.
Não dá para acreditar em tal unanimidade: da extrema-esquerda à Igreja, dos
ricos aos intelectuais, todos preocupados com o povo… algo que
tradicionalmente, não é preocupação de ninguém.
A prova está onde estamos,
como nos encontramos. Fomos trazidos pelos mesmos que agora derramam lágrimas
de crocodilo… que muito se devem rir da populaça indignada a atirar tomates à
delegação do FMI
Estamos “lixados” e gozados. Direi
mais: estamos mesmo bem fodidos.
Título e Texto: Alberto de Freitas, 16-9-2012
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