Cesar Maia
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Ilustração: Ipolitti/La Nación |
(La Nacion, 23) 1. O Partido dos Trabalhadores (PT) está em apuros. Faltando
apenas duas semanas para as eleições municipais no Brasil, todas as pesquisas
concordam que o governo está ficando para trás, e nem mesmo o carisma do
ex-presidente Lula e a popularidade da presidente Dilma Rousseff parecem
suficientes para evitar uma forte derrota.
2. Naturalmente desgastado
depois de anos de crescimento, desacreditado pelo julgamento do escândalo de
corrupção conhecido como "mensalão", distante de alguns aliados e
ainda mais distante de uma nova classe média que começa a prestar atenção a
questões menos materiais, o PT se encaminha para ter em 7 outubro o pior
desempenho de sua história nas capitais.
3. O espólio mais precioso,
São Paulo, a maior cidade do país, já está praticamente perdido, enquanto no
Nordeste, um dos bastiões do PT na era Lula, os candidatos petistas apenas lutam
para chegar ao segundo turno. Hoje, o governo só tem chance de ganhar no
primeiro turno em Goiânia.
4. De nada adiantou Lula fazer
campanha para os candidatos a prefeito, em alguns casos com aparições maiores
do que os próprios candidatos, na propaganda eleitoral da televisão. A
presidente Dilma Rousseff, que tinha esperanças que sua popularidade pudesse
reverter o dramático cenário eleitoral, não conseguiu até agora que isso
acontecesse. Um elemento-chave que entrou na campanha e desgastou ainda mais o
partido, foi o julgamento contra a antiga cúpula do PT, o chamado escândalo do
“mensalão", que abalou o primeiro governo Lula. O julgamento do
"mensalão" causou danos ao PT, que já não é visto como o partido da
ética, que tanto pregou quando estava na oposição.
5. "A nova classe média sente que eles não têm outras coisas imateriais: acesso à saúde, educação e transportes de qualidade, cidades mais seguras. Querem soluções para os problemas concretos da comunidade. Não votarão as cegas por uma ideologia, como a oferecida pelo PT em seu discurso”, disse Márcia Cavallari, diretora da Unidade Inteligência, do instituto de pesquisas Ibope. O Brasil já passou por um primeiro momento de mobilidade econômica, e agora o país tem que enfrentar o desafio de alcançar uma verdadeira mobilidade social e as próximas eleições podem ser o sinal disso.
5. "A nova classe média sente que eles não têm outras coisas imateriais: acesso à saúde, educação e transportes de qualidade, cidades mais seguras. Querem soluções para os problemas concretos da comunidade. Não votarão as cegas por uma ideologia, como a oferecida pelo PT em seu discurso”, disse Márcia Cavallari, diretora da Unidade Inteligência, do instituto de pesquisas Ibope. O Brasil já passou por um primeiro momento de mobilidade econômica, e agora o país tem que enfrentar o desafio de alcançar uma verdadeira mobilidade social e as próximas eleições podem ser o sinal disso.
Texto: Cesar Maia, 25-9-2012
Edição: JP
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