Carlos Chagas
Com o PT puxando a fila,
lambuzados também estão o PP, o PTB, o PR e o PMDB, em graus maiores ou
menores, igualmente envolvidos no escândalo do mensalão. É o Supremo Tribunal
Federal que acaba de concluir assim ao condenar até agora parlamentares e ex-parlamentares
que exprimiram os referidos partidos, como João Paulo Cunha, Pedro Henry, Pedro
Correia, Roberto Jefferson, Romeu Queirós, Waldemar da Cunha Neto, bispo
Rodrigues e José Borba, entre outros.
Faltam muitos, pois só 12 dos
38 réus receberam sentenças. Logo virão condenações para antigos líderes de
expressão como José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e Anderson Adauto.
Surge até a acusação do operador Marcos Valério, também condenado, de que o
ex-presidente Lula participava da trama. Mais de 350 milhões de reais foram
desviados de cofres públicos e privados para a compra de votos e de apoio a um
governo eleito em nome do povo menos favorecido.
Convenhamos, antes que o
julgamento termine com mais surpresas, importa repetir a indagação: que país é
este? Em que nação nos vamos transformando, a ponto de tudo continuar sem a
reação de cada um e de todos diante de tamanha vigarice?
Porque não há indignação nas
ruas, muito menos movimentos de rebeldia cívica ou coisa parecida. O povo
brasileiro dá mostras de apatia completa diante dos malfeitos de seus
governantes e de suas elites, quaisquer que sejam. Discute-se mais se Mano
Meneses deve continuar ou ser mandado embora. Ou se a “Avenida Brasil” pode ser
esticada por mais alguns capítulos.
O perigo é grave e iminente.
Estamos nos dissolvendo e a responsabilidade não pertence apenas a quantos
ladrões empalmaram o poder, certamente muito tempo antes da ascensão do PT.
Passou a faltar ao povo brasileiro não apenas alma, mas espinha dorsal.
Conteúdo, sangue nas veias, capacidade de reagir. A última vez em que essas
demonstrações aconteceram foi na campanha das “Diretas Já”, clímax da derrocada
da ditadura militar. Depois, começou a prevalecer a máxima do cada um por si.
Com as exceções de sempre, estamos perdendo nossa identidade. Do menos
favorecido ao grande potentado, importa-lhes saber que proveito poderão tirar
do conjunto, em favor da individualidade.
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Imagem: TV Globo |
É bom tomar cuidado. Pode
estar em perigo aquilo que os portugueses garantiram por séculos, nossa unidade
nacional e territorial. Um belo dia faltará a seiva que impediu a decretação da
República do Piratini, da Confederação do Equador, do separatismo de São Paulo,
da Amazônia ou do Contestado. Não havendo quem proteste nem quem fique
indignado…
Título e Texto: Carlos Chagas, Tribuna da Imprensa
Colaboração: Moletta
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