quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Continua a volta, por cima!

Portugal garante equilíbrio das contas externas
Vítor Norinha
As contas externas portuguesas passaram de menos 10% do PIB até 2010 para menos 1% em 2012. O país tem praticamente as contas externas equilibradas, sobretudo devido ao choque da procura por parte de empresas e famílias, a par do crescimento das exportações.   
Este foi um dos argumentos fortes que Carlos Moedas, o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, apresentou na conferência da AT Kearney, realizada ontem e subordinada ao tema "Competitividade e crescimento". O governante fez a defesa da política do Governo a nível de ajustamento macroeconómico.
Em contraste, gestores e economistas criticaram duramente a ausência de políticas de crescimento ou as más decisões com impacto no consumo. Vítor Bento, Filipe de Botton ou Paulo Azevedo, presentes na mesma conferência, foram verrinosos na análise das opções políticas.
Paulo Azevedo, CEO da Sonae, disse, à margem do evento, que a mexida na TSU é "má". Disse que, para uma empresa, como a Sonae, que está dependente do consumo português "é óbvio que a medida é má".
Em contraste, o gestor Pires de Lima, CEO da Unicer e presidente da mesa do conselho geral do CDS, disse pensar que os portugueses "estão preparados para mais austeridade, se perceberem o sentido dessa austeridade, que é uma austeridade justa". Sem entrar em discursos políticos, Pires de Lima disse que "ninguém está preparado para fazer sacrifícios perpetuamente sem entender o sentido, o resultado e o objetivo desses sacrifícios".
Título e Texto: Vitor Norinha, OJE, 19-9-2012, 01:03


Portugal surpreende ao colocar mais dívida e com juros mais baixos
OJE/Lusa
O Estado colocou hoje mais dois mil milhões de euros de dívida no mercado, mais 250 milhões de euros que o máximo indicativo estipulado e pagando juros consideravelmente mais baixos que nas últimas operações com prazos semelhantes.  
De acordo com a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública o Estado colocou 1.291 milhões de euros na linha com maturidade a 18 meses, a segunda vez que coloca dívida em Bilhetes do Tesouro com este prazo.
A operação com o prazo mais longo de BT viu ainda o juro baixar consideravelmente face ao último (e primeiro) leilão com prazo semelhante, realizado a 4 abril, conseguindo agora uma taxa de juro média de 2,967%, quando na altura havia sido de 4,537%.
A procura foi ligeiramente mais baixa, representando 2,4 vezes a oferta, quando em abril havia sido de 2,6 vezes, mas o valor colocado desta vez foi mais elevado, face aos mil milhões de euros.
No prazo mais curto, a seis meses, Portugal colocou 709 milhões de euros, pagando uma taxa de juro de 1,7%, contra os 2,292% registados na última operação com prazo semelhante, realizada em julho.
A procura foi ligeiramente inferior, fixando-se em 3,1 vezes a oferta, contra as 3,8 vezes registadas no último leilão.
Num breve comentário ao leilão, o diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa, Filipe Silva, considera a operação um sucesso e salienta a falta de impacto da situação política em Portugal nesta operação.
"A emissão foi um sucesso e demonstra que o eventual aumento do risco político de Portugal não afetou, em nada e por agora, os investidores, que continuam com muito interesse em comprar dívida pública portuguesa de curto prazo. Prova disso, é o facto de o Estado ter emitido dívida num montante total de 2000 milhões de euros, superior ao que tinha anunciado fazer (1500-1750 milhões de euros)", afirmou.
Filipe Silva salienta ainda o melhor resultado alcançado com leilões de Bilhetes do Tesouro a 18 meses que nas colocações de linhas a um ano.
"Outro facto relevante a sublinhar é que os BT 1 18 meses, apesar de terem um prazo mais longo, já têm uma taxa de juro implícita inferior à das Obrigações a 1 ano, ou seja temos uma dívida mais longa mais barata que uma emissão a um prazo mais curto. Acho que correu bastante bem", concluiu.

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