sábado, 22 de setembro de 2012

Um dos motivos pelos quais não existe ainda um estado palestino

Carência de líderes entre os palestinos
Abbas não possui a liderança de seu antecessor, nem tampouco é um guia diligente e confiável para os palestinos.
Beatriz W. De Rittigstein
Há semanas que Mahmud Abbas, o presidente da AP (Autoridade Palestina) vem anunciando que, no fim do mês em curso, solicitará uma Assembleia Geral da ONU especialmente convocada para a admissão da Autoridade Palestina como um "Estado Membro". Assim, Abbas, como outros dirigentes palestinos anteriores a ele, tenta contornar a única via legítima de se criar um estado palestino de direito.

Mahmud Abbas com membros do Partido Fatah, mal controla a Cisjordânia e não fala mais em nome do povo palestino desde que o Hamas assumiu o controle político e físico da Faixa de Gaza.
Lamentavelmente, o processo de paz palestino-israelense, concebido e gestado em Oslo na década de 1990, em que pese seus resultados concretos e perspectivas esperançosas, tem sido desmontado sem que se tenha vontade de resgatá-lo. Uma das causas deste fracasso foi o fato de Yasser Arafat, o líder da antiga OLP acabou não sendo o estadista que seu povo necessitava. Suas posturas eram sempre ambíguas, enquanto chegava a certos acordos, financiava grupos radicais e apoiava ataques terroristas sanguinários à cidadania israelense. Teve um duplo discurso, um em inglês para enfrentar o mundo e outro em árabe com o qual promovia a "jihad” (‘guerra santa’) contra Israel. Permitiu o uso dos meios de comunicação estatais e o sistema educacional para impregnar o ódio e o preconceito antijudeus à sua juventude, pondo uma pá de cal numa possível convivência pacífica com Israel.
Arafat não foi transparente nem com seu próprio povo. Em sua administração da OLP exercitou uma enorme corrupção com os recursos financeiros que o mundo lhe enviava, inclusive os EUA e Israel, para que pudesse construir as bases de um estado palestino; nunca empregou as grandes somas de dinheiro que eram mensalmente doadas pela União Europeia e EUA para construir a infraestruturas que proporcionasse serviços públicos capazes de melhorar a qualidade miserável de vida dos palestinos. Precisamente, foi devido à corrupção e a incompetência gerencial da parca economia palestina que os setores islâmicos se fortaleceram, e que por via de consequência trouxe a divisão entre Cisjordânia – onde atua o Fatah – e Gaza – controlada pelo Hamas – o que na atualidade reduz em muito a possibilidade de retomada do diálogo de paz.

Fatah versus Hamas, a divisão que torna a criação da Palestina como estado extremamente difícil.
Abbas não possui a liderança de seu antecessor, e tampouco é um guia diligente e confiável para o próprio povo. O povo palestino requer um líder democrático, valente, que ponha nos trilhos as negociações que possam promover o nascimento de um estado palestino capaz de viver em harmonia com a democracia judia.
Texto: Beatriz W. De Rittigstein, El Universal, Venezuela
Título e Tradução: Francisco Vianna

Um comentário:

  1. Esta disputa sempre terá um bom motivo pra nunca terminar. Ora pelo lado judeu, ora pelo lado palestino. Me parece que ambos os lados (uma meia duzia de cada lado) sempre prosperaram colocando seu próprio povo para viver um inferno.
    Estou canada de noticias viesadas. Ora, todo mundo sabe que, quando um não quer, dois não brigam.

    Circe Aguiat

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